Desci para a sala onde Brian, Melissa e Elizabeth esperavam a hora passar calmamente, num jato rápido de adrenalina disparei escadas abaixo falando com Brian:
- Brian pegue suas coisas, iremos a Nova York imediatamente, meu pai e os outros precisam de nossa ajuda estão correndo perigo.
Corri frenéticamente pegando passaporte e dinheiro.
- O que houve? - Brian me perguntou assustado.
- Agora não há tempo para isso Brian, temos que correr o mais depressa possível.
Em seguida nos dois estavamos na porta quando pela primeira vez minha mãe perdeu a voz doce e gentil e soltou uma voz nervosa e agitada:
- Jeremy Ion! Sente-se aqui agora e me conte o que houve, você não vai sair daqui sem me explicar as coisas direito.
Me assustei com seus olhos que perderam completamente a bondade e assumiram um olhar ameaçador.
- Tudo bem! - eu voltei para a sala e comecei a falar tão rápido que meus lábios eram apenas um rasgo fino aberto. - Papai me ligou dizendo que o assassino já sabia que eles estavam lá, eles tentaram se separar e pegar o rastro dele, ele deve ser completamente mais hábil eles o perderam e quando papai ia voltar a falar a ligação ficou muda e ele não voltou a me ligar.
Melissa estava completamente perplexa com o que ouvia, vi sua mão pegar a de minha mãe e a segurar com força.
- Fique calma maninha. - eu a olhei fixamente. - nada de mal vai acontecer a ninguém, vou buscar nosso pai e tudo ficará bem.
Eu andei em direção a porta e minha mãe pegou meu braço firmemente.
- Filho por favor, volte com seu pai. - ela me olhava angustiada.
- Sim mãe eu o trarei de volta eu prometo!
Adam e eu saímos pela porta, descemos até a grande garagem, joguei minha pequena mala que só servia de enfeite para onde eu ia, eu e Brian entramos no carro e fiz o motor roncar num som ensurdecedor e disparei pela estrada.
Brian ao meu lado estava concentrado, parecia estar se concentrando em Mícara, seus pensamentos estavam tão distantes que parecia nem ao menos se mover, eu dirigia com tanta rapidez que em apenas alguns minutos já estávamos no aeroporto para pegar um avião para Seattle, e em seguida uma escala até Nova York.
Entramos no avião e ficamos completamente imóveis, até Brian quebrar o completo silêncio que pairava sobre nós desde a minha garagem:
- Você está bem meu amigo? - ele não me olhava.
- Sabe que não estou, eu realmente fico inquieto com essa situação.
- Jeremy me diga a verdade, o que você está pensando? - ele estreitou seu olhar.
- Sinceramente? Acho que estão todos mortos Brian, e tenho medo do que possamos encontrar em Nova York. - engoli as palavras em seco.
- É o que também me passa pela cabeça meu amigo, você já falou com o clã de Nova York?
- Não, ainda não! Eu não tenho nenhum contato com eles, apenas Jonatan tinha. - pensava em Ana enquanto isso.
- Isso será um grande problema para a gente, pode nos atrasar!
- É eu sei, mais enquanto isso temos que ficar esperando esse avião chegar lá. - tremia de irritação.
O vôo não demorou muito e ainda tinhamos tempo até o anoitecer, saímos do avião e já estavámos no avião de escala para Nova York.
Nesse vôo tivemos alguns problemas de atraso, mais conseguimos chegar ao entardecer em Nova York.
A grande Nova York podia parecer uma megapóle, mais para mim e Brian era apenas um pequeno parque em que teriamos que procurar alguém como se fosse um esconde-esconde.
Brian resolveu ficar com a parte Sul da cidade, eu optei pela Norte e disparei pelas ruas da cidade como uma pequena brisa, como era praticamente o crepúsculo as pessoas nas ruas nem me notavam.
Cheguei ao extremo norte da cidade, comecei a andar pelo lugar mais afastado da cidade, o imenso lugar era feio com seus galpões desbotados e desgastados pelo tempo, a aparência era sombria até para a minha espécie.
Nessa parte dos galpões comecei a andar com mais cautela para ver se encontrava vestígios de meu pai ou de qualquer um dos outros.
Um pequeno som invadiu meus ouvidos, disparei por entre os grandes barris até que encontrei um celular e um pequeno rastro de sangue.
O celular eu já sabia de quem era, um celular finíssimo e prata, era a cor que meu pai sempre usava em seus celulares. Meu corpo rejeitou a idéia de avançar, mais eu precisava saber dele eu precisa simplesmente olhar para crer se ele havia desaparecido como os outros talentosos. Os meus nervos bombavam em meu cerébro frenéticamente, era uma festa na piscina.
Eu dei dois passos e minhas pernas travaram em seu lugar, eu não conseguia me mexer, e se fosse ele?
Ele era meu pai, o patriarca Ion, como iria ficar minha promessa para Melissa e minha adorável mãe de criação?
Eu inspirei mesmo sem precisar e usei todas as minhas forças para dobrar o muro de caixotes a minha frente.
Ao olhar para o chão atrás dos caixotes o que eu esperava estava ali no chão, o que sobrou do corpo de meu pai ainda queimava lentamente no chão, com o celular agarrado a minha mão eu disquei o número de meu pai, e o pequeno celular no chão começou a vibrar lentamente.
A raiva queimava em meus olhos, o desespero tomou conta de mim e um longo grito se apoderou de minhas cordas vocais, eu estava ali sentado ao lado das cinzas de meu pai, sofrendo a perda que para mim era pior do que a própria morte.
Eu queria que o mundo acabasse nesse instante, por que ele?
Meu pai era completamente inofensivo, a pessoa mais benevolente e fraternal que eu já conheci, quem fez isso iria pagar com a vida isso eu iria jurar a mim mesmo.
Uma hora depois, Brian conseguiu achar os outros três e receberam a notícia de minha boca como se fosse uma bomba jogada contra eles.
As minhas palavras carregavam uma tristeza completamente mórbida, Brian sentou-se ao meu lado e suas palavras saím em um pequeno sussurro:
- Meu amigo seu pai era um patriarca excepcional, sentimos muito, mais muito mesmo. - ele me olhava entristecido.
- Eu sei Brian, mais a dor não passa é mais profundo do que um mar em sua vasta profundidade. - eu fixei meus olhos no chão. - E agora Melissa e Elizabeth? E a promessa que fiz a elas?
- Jeremy você não teve culpa disso, aliás ninguém teve.
- Eu tive culpa, eu podia ter chegado mais cedo! - as palavras explodiram em frenéticos gritos.
- Por favor Jeremy se acalme. - Mícara sussurrava. - Temos que voltar agora para sua família, elas esperam anciosas por notícias.
- Ah é claro Mícara vou chegar a eles e dizer, oi mãe e Melissa papai morreu e eu não salvei ele, ta certo? - eu explodia de ira.
- Jeremy, cara não fomos nós quem fizemos isso com seu pai, se acalme! - ele dizia solidário.
- Eu sei por favor peço que me desculpem, eu não consigo me controlar mais. - meu olhos queriam derramar as inocentes lágrimas que há décadas não saiam.
- Vamos voltar para Olympia de uma vez. - Seiky dizia constrangido.
- Podem ir para o aeroporto e peguem o próximo vôo daqui uma hora, eu vou tentar achar mais alguma pista enquanto isso.
- Não vamos sem você Jeremy. - Brian me olhava.
- Por favor em uma hora estarei com vocês, me deixem sozinho por um tempo, eu peço a vocês! - minhas palavras saiam completamente vazias.
- Vamos Brian, daremos a você uma hora Jeremy, se você não aparecer iremos atrás de você, me entendeu bem? - Mícara dizia severa.
- Sim eu entendi, e obrigado a todos vocês.
Me levantei e disparei para a cidade, minha cabeça parecia um maremoto de pensamentos, eu me odiava por saber que jamais poderia ver meu pai novamente, sentia tanto desprezo por fazer minha mãe e minha irmã sofrerem, que a agonia ultrapassava qualquer dor que já tivesse sentido.
A cidade passava rapidamente por meus olhos e tentei me focalizar em achar alguma pista que levasse ao assassino, mais era completamente impossível achar algo nessa cidade, sendo que o próprio assassino era ágil demais. Eu parei na grande estátua da liberdade e meu cérebro só sentia a dor profunda que atingia todo o meu corpo, eu me sentia pequeno e inútil demais para me manter em pé, e minhas pernas sucumbiram.
Caído ali e ajoelhado no chão eu só sentia o vazio de não ter o meu patriarca, nunca mais veria seu rosto translúcido e gentil.
Eu só o queria de volta para nós novamente, poder ter seus conselhos e ouvir sua voz me guiando. Mais agora eu deveria ser forte não por mim, mais por minha mãe e minha irmã, eu tinha que ser muito mais forte agora.
Me levantei e parti para o aeroporto, a grande cidade de Nova York para mim se tornava apenas um véu negro sobre meus olhos enquanto corria, essa sensação de liberdade não melhorava meu ânimo, eu estava desolado sem vontade de continuar mais era necessário, pessoas dependiam de mim.
Cheguei no aeroporto com uma folga de dez minutos ainda antes da partida do avião.
- Está melhor meu amigo? - Brian me fitava cautelosamente.
- Estou tentanto ficar melhor, mais a dor não quer passar. - olhei meu reflexo no espelho, minha aparência era horrivel.
- Vamos para o avião, já está na hora de partirmos. - Adam nos conduzia enquanto falava.
No avião a viagem até Seattle foi completamente desgastante e demorada, era como se eu carregasse uma carga maior que minha força conseguia, e se eu desmoronasse na frente da minha família o que eu iria fazer?
De Seattle pegamos o avião para Olympia, dessa vez a viagem pareceu curta demais, me pegando desprevenido sem ter o que falar para a minha mãe e irmã.
Desta vez deixei que Brian dirigisse meu carro, eu estava completamente perdido em pensamentos e não conseguiria dirigir e raciocinar ao mesmo tempo. Sabia que estamos na pequena estrada da floresta, e estamos próximos da minha casa, eu sentia a angusita percorrer minhas veias e meu cérebro começou a se agitar em pensamentos.
O carro parou dentro do estacionamento, eu desci junto com os outros mais a voz de Adam interrompeu meus desavaneios:
- Quer que eu conte a sua mãe? - ele me olhava entristecido.
- Não meu amigo, eu preciso fazer isso, muito obrigado! - eu olhava para o chão.
Todos nós saimos do estacionamento e fomos para a sala de visitas em silêncio.
Minha mãe e Melissa esperavam anciosas por nós na sala.
- Filho e então o que aconteceu? - ela estava realmente angustiada.
- Cade papai irmão? - Melissa choramingava.
- Por favor uma de cada vez! - eu as olhava.
- E então filho fale logo o que aconteceu.
- Mamãe, Melissa, eu e Brian conseguimos chegar em Nova York mais não a tempo de poder fazer alguma coisa, o assassino conseguiu dividir a todos e atacou papai sem piedade, e ele não conseguiu sobreviver ao ataque, papai está morto. - eu cai sentado no sofá ao dizer as palavras.
Minha mãe apenas disparou para o quarto e de lá se ouviu um grande grito de dor e de tristeza, Melissa ainda parada feito uma estátua de mármore apenas conseguiu dizer:
- Maninho você prometeu para mim.
- Eu sei e me desculpe por isso, eu não cheguei a tempo meu amor.
Ela me abraçou apertado e me olhou assustada.
- E agora? Como vamos ficar? E mamãe? - ela me fitava apavorada.
- Não se preocupe eu vou cuidar de você de mamãe, agora vá ficar um pouco com ela.
- Está bem eu vou lá ver ela.
Melissa disparou atrás de minha mãe em seu quarto, eu fitava o teto enquanto estava sentado, Mícara e Brian estavam abraçados encostados em um pequeno pilar e Seiky e Adam já haviam ficado na sombra como de costume.
Era seis e meia da tarde quando minha mãe junto com Melissa estava descendo as escadas, ela apenas conseguiu sussurrar:
- Já liguei para o serviço de seu pai e informei a eles que seu pai morreu tragicamente em um acidente, e que seu corpo seria velado amanhã cedo no cemitério de Olympia as oito em ponto. - ela ainda fitava o chão vazio.
- Entendi mamãe, quer que avise a todos? - eu a fitava.
- Não Jeremy, eu simplesmente não quero você no enterro de seu pai! - ela pela primeira vez depois da notícia fitou meus olhos.
- Mas mãe...! - eu a olhava assustado.
- Isso é uma ordem, você prometeu protegê-lo e olha o que você fez! - ela me olhava com um profundo rancor.
- Mamãe pare com isso, ele não teve culpa. - Melissa tentava acabar com o assunto.
- Teve sim, ele não defendeu seu pai, ele ajudou a destruir seu pai! - minha mãe jogava as duras palavras em cima de mim como facas perfurando o meu corpo.
- Eu sinto muito não conseguir chegar mais rápido mãe.
- Já chega Elizabeth! - Brian entrou na conversa. - Você está sendo completamente infantil, e ao invés de dar apoio ao seu filho você jopga a culpa nele? Que tipo de mãe você é? - ele falava secamente.
- Eu sinto muito Jeremy, estou nervosa! - ela expressava toda a sua dor.
- Eu sei, agora vou preparar as coisas para o enterro amanhã.
Fui até meu quarto e liguei para todos os amigos que Jonatan tinha, e os avisei sobre o enterro e claro todos ficaram completamente chocados com a morte misteriosa de Jonatan Ion.
Eu esperei as horas vagarem lentamente até o outro dia,deitado em minha cama eu pensava em como seria se eu tivesse chegado a tempo, eu poderia ter evitado a morte de meu pai, e mais ainda eu podia evitar a dor e o sofrimento impostos em minha mãe e Melissa.
Eu as amava de coração, e me doia demais vê-las naquele estado lastimável. Eu só podia esperar que o tempo curasse minha ferida e a ferida de minha família.
Os primeiros raios do sol invadiram meu quarto, olhei em direção ao sol e vi que o dia já estava claro, eu me levantei e procurei meus trajes de luto e os separei na minha cama.
No banho ainda estava em choque por saber que jamais teria meu pai novamente comigo, a dor perfurava meu corpo inteiro, era até difícil de ficar em pé. As sete horas eu já estava pronto junto com todos os outros, todos usando as roupas pretas para o dia de luto e do enterro do ente mais querido de minha família.
Brian pegou o carro de minha mãe e partiu com todos dentro do carro, eu consegui atrasar o máximo que eu pude minha ída, eu não queria fazer com que minha mãe sofresse mais ainda com minha presença.
Peguei meu carro e parti em direção ao cemitério, ao estacionar em frente, vi as pessoas se aproximando para o enterro, tudo havia sido preparado de madrugada, o enterro, caixão, flores, o padre tudo tinha sido arranjado mais rápido que o normal, o que o dinheito não compra pensei comigo mesmo.
Eu parei ao lado de Melissa aonde o caixão estava prestes a ser colocado no imenso buraco pronto no chão.
Mais eu pude sentir uma esperança de que tudo podia mudar, Ana vinha linda em minha direção, seus olhos estavam lacrimosos olhando para mim gritando por mim.
Ela simplesmente não disse nada, pegou suavemente minha mãe e apoiou sua cabeça em meu ombro, eu apenas senti a amor dela preenchendo a dor e o vazio que a morte de meu pai fazia.
A minha pequena imaginação flutuava ao encontro de qualquer pensamento que levasse a meu pai, e pude sentir apenas o frenesi de ter ele por perto por alguns segundos, isso era realmente algo completamente bom.
Eu simplesmente sabia que Ana estava ali por mim e para mim, eu só pude ficar profundamente agradecido por ela a está hora estar ao meu lado me apoiando.
O padre fez seu discurso biblíco, o caixão estava sendo colocado no imenso buraco a nossa frente.
Eu me ajoelhei e Ana fez o mesmo movimento ajoelhada comigo, ela estava com uma pequena rosa branca e a colocou em minha mãe e com sua mão segurou a minha com força.
- Eu estou aqui e amo você, estou com você Jeremy.
- Eu sei, e é por isso que estou vivo ainda!
Lançamos a flor em cima do caixão do meu pai e esperamos toda a terra cobrir seu tumúlo.
As pessoas iam se afastando, apenas eu e Ana ficamos para trás.
- Como você está se sentindo meu amor? Eu fiquei sabendo só hoje cedo na escola e vim direto para cá! - ela me olhava tristemente.
- Eu não sei o que sinto, é tudo um grande vazio, obrigado por estar aqui meu amor. - eu tentei sorrir, mais apenas surgiu uma careta em meu rosto.
Ela pegou minha mão e a colocou em seu peito.
- Eu estou aqui com você, e ele bate por você eu só quero cuidar de você.
- Sem você Ana eu simplesmente achava que viver era algo normal, fácil e doloroso, mais aprendi que a vida é incomum, fácil e doce, por que é você a essência da minha vida e o que faz de tudo na minha vida ser especial.
Eu estreitei nossa distâcia, nossos corpos ficaram perto mais havia eletricidade entre eles, ela fechou seus olhos e aproximou lentamente seus lábios dos meus.
Meu corpo eletricamente tentou acompanhar o avanço do corpo de Ana, mais minha mente lutava com impaciência contra isso.
Seria nosso primeiro beijo? Ou seria o começo de um desastre sem precedentes? O fato é que meu corpo desejava muito sentir o calor sensível do corpo de Ana.
Eu não consegui me mexer e a deixei se aproximar.
KAIO, EU FIQUEI MUITO ARRETADA CONTIGO PORQUE TU MATOU O PAI DELE. mas tu sabe o que faz...
ResponderExcluireles se beijaram *.*
apesar da situação...
tá simplesmente MUITO boa a história.