quinta-feira, 11 de março de 2010

14 - SEDE

Eu a guie lentamente pela porta, e sorri com a expressão de perplexidade em seu rosto, o que era de se esperar. Entrei e tirei o meu casaco e o joguei por cima de um pequeno sofá que ficava entre a porta e a sala comumente branca. Coloquei meus dedos gelados em seu ombro e deslizei meu dedo pelo seu pequeno casado e o atirei no sofá.

- Em que está pensando?

- Não sei bem o que dizer, mais essa casa é tão clara e grande...

- Pensou em algo diferente disso?

- Imaginei mais negra e escura.

-Minha Ana, eu ainda não sou uma coruja. Tem alguma tese sobre isso?

- Você vai rir de mim e não tem graça.

- Eu prometo que não vou. – tentei empregar toda minha sinceridade nas palavras para poder saber um pouco sobre o que se passava em sua cabeça.

- Bom Você deve virar um morcego a noite não vira?

Esbocei um pequeno sorriso mais contive toda a vontade de rir e fiquei paralisado de choque, esperando que sua tese fosse mais elaborada o de que sua pergunta fosse apenas algo para se descontrair, mais em seus olhos havia uma simples sinceridade e apenas sorri de canto.

- Não Ana, isso é apenas mito.

- Então minha concepção de o que é um vampiro está errada?

- Sim.

- Os cinemas?

- Mentira. Exceto ao fato de beber sangue.

- Mais como você consegue andar a luz do dia?

- Jeremy Íon – a voz de minha irmã ecoou pela casa. – pode fazer o imenso favor de trazer nossa convidada para conhecermos?

- Vamos deixar essa conversa para um outro dia e uma outra hora.

Coloquei o braço em volta do seu ombro despreocupadamente e a guiei pela grande sala branca, seus pequenos olhos negros vasculharam a grande sala e todas as outras pessoas que a esperavam. Minha sala era incomumente estranha, era completamente arejada e continha um tom pêssego enjoativo e suave, era a cor favorita de minha mãe. Na Sala havia apenas um jogo de sofás na cor branco e uma grande televisão. O mais estranho do lugar eram as três pessoas que aguardavam ansiosos no pequeno espaço do sofá.

Brian como sempre não tirava os olhos da televisão como se sua vida dependesse daquilo, seu olhar era tranqüilo e reflexivo mais um tanto apreensivo, Mícara já era um pouco mais hospitaleira e lançava um grande sorriso em nossa direção.

- Estes são Brian, Mícara e Melissa apontei cada um com a cabeça.

- Olá Ana! Eu sou Brian praticamente o irmão do meio de Jeremy.

- Oi Muito prazer em te conhecer Brian. – ela sorria entusiasmada.

- Como vai Ana? Eu sou Mícara é muito bom te conhecer.

- Eu estou muito bem obrigada pela recepção.

- Você é realmente muito interessante.

O olhar de minha irmã era um pouco extravagante mais ela já começava a tocar Ana como se fosse uma de nossa familia sem ao menos recuar com a proximidade.

- Eu sou Melissa, a irmã mais nova de Jeremy, é claro que ele falou de mim para você não é?

- Bom na realidade ele me comentou muito pouco sobre vocês.

- Melissa nem comece por favor, você fica um saco. – bufei soltando as palavras em um jato sem vontade.

- Nossa irmão, que consideração agradável você tem comigo não é?

- Não fique brava com ele Melissa, eu também não tive tempo de perguntar sobre tudo.

- Você é gentil Ana obrigada! E depois eu e o senhor vamos conversar senhor Íon eu-sou-um-chato.

Eu apenas assenti sorrindo e puxando Ana para o longo dossel de escadas que nos esperavam.

A escada era completamente torcida em um caracol assustador e isso a intimidou ainda mais do que meus irmãos.

- Está com medo de escadas mais de meus irmãos você não sente?

- Seus irmãos não me fazem cair ou fazem?

Sorri para a sua piada e a incentivei a subir primeiro e subi logo atrás, era mais fácil desfazer a mascara de infelicidade quando ela não me olhava nos olhos. A dor subia com uma tal fúria que me dominava e me deixou passar despercebido suas palavras sobre minha casa. Sai de meus pensamentos ao pé da escada com uma pergunta dela.

- O que seria isso?

- Ah isso, é a porta do meu quarto.

Ela apontava para a ultima porta do corredor onde nele havia um imenso pôster com os dizeres “ Quando o tempo cura até a dor do amor é sinal de que você pode superar qualquer dor em vida”.
Caminhamos lentamente até a porta de meu quarto, ela alisou lentamente o grande pôster.
Eu abri a porta e parei na entrada.

- Preparada para conhecer o meu reino? – eu sorria sarcasticamente.

- Sempre estou pronta para conhecer ainda mais você.

Entrei pela porta do meu quarto que como sempre estava do mesmo modo, a pequena cama escura ao canto junto a uma prateleira embutida que continha um arsenal de cd’s e livros.

A grande janela que dava para uma pequena varanda era totalmente feita de vidro. Ela se esgueirou para dentro do quarto e olhou maravilhada tudo o que havia dentro dele. O brilho de seus olhos eram tão lindos que conseguiam desfocar minha visão e me fazer imaginar apenas ela em toda a minha existência.

- Seu quarto é tão lindo.

- Obrigado. Um dia verei seu quarto também?

- Quando quiser. – ela sorriu.

- Pode ser hoje a noite?

- Na realidade ainda precisaria te apresentar ao meu pai, mais acho que posso deixar a janela do meu quarto aberta assim sem querer sabe... – ela sorria de canto sem me encarar.

- Tem certeza disso?

- Sim eu tenho.

- Então estarei lá assim que seu pai dormir. – eu sorri apenas para deixa o ambiente mais confortável. Me sentei na cama e fiquei a admirar o meu pequeno mundo em seus olhos escuros, ela me olhou e sentou confortavelmente ao meu lado.

Suas mãos tocaram meu rosto gélido, sua mão quente e reconfortante era como um balsamo para mim. Fixei meus olhos nos delas e apenas consegui sorrir sem corar como suas bochechas faziam.

- Me diga o que está pensando agora. – eu pedi com certa urgência na voz.

- Estou pensando que você tem tanto a me mostrar e eu tenho apenas uma vida sem graça e medíocre perto da sua e não tenho nada para te mostrar.

- Se enganou e muito nisso Ana, tudo o que você faz me interessa até mesmo você abrir seus olhos de manhã para mim já é uma conquista.

Foi rápido e apenas senti seus braços quentes me apertarem com leveza e queimarem minha pele um pouco. Era reconfortante, tudo novo para mim até aquela certa ardência em meu pescoço que dominava e amortecia até a ponta de meus dedos.

O cheiro dela era doce e tinha um toque amargo, era tão poderoso sobre mim que senti minhas pequenas presas dominarem minha boca e se arreganharem para fora, meus olhos ardiam com a luz do sol, era impressionamente dolorido olhar para o sol.
Tentei fazer minha mente continuar a ser o humano e não a ser o animal que eu era enquanto caçava minhas presas, mais ela estava ali tão inofensiva pelos meus encantos e jamais conseguiria ao menos sentir a dor.
Rocei lentamente meus dentes em seu pescoço, a boca se abrindo lentamente até se fechar em uma lua, estava prestes a fechar minha boca em seu pescoço, enquanto ela ofegava e então disparei para a janela.

- Vá embora por favor!

- O que aconteceu Jeremy?
- Por favor vá embora, nos falamos amanhã eu te peço Ana.

Ela se levantou e foi até a porta com a mão na maçaneta ela se virou para mim.

- Te vejo a noite?

- Provavelmente não. Até amanhã.

- Ela fechou a porta silenciosamente atrás de mim.

- Brian pode levar Ana para casa por mim, por favor?

O som veio da sala de jantar abafado pela distancia.

- É claro que sim. Mais o que houve?

- Depois falaremos disso leve-a.

Ouvi o som do carro ao longe passar pela entrada enlameada de minha casa. O que estava acontecendo comigo? O que era isso que estava acontecendo?

Tudo isso era novo para mim, eu jamais pensei em beber sangue humano e nem ter essa total dependência por ele, sempre havia vivido de sangue de animais, mais a aproximação do cheiro de Ana tratou de expulsar todo meu auto-controle e me tornar no mesmo predador que havia me tornado.

Eu tinha apenas uma noção de que éramos atraídos por sangue de humanos mais jamais pude pensar que era uma atração que beirava a dependência um vicio que eu jamais poderia controlar, “você sempre vai correr o risco de matá-la” afugentei a idéia de meus pensamentos e tentei analisar o todo.

Era inútil pensar na questão em si, sabendo que uma hora ou outra eu poderia machucar a pessoa que fazia meu mundo girar, eu não iria permitir uma coisa dessas.

O Tempo foi passando e só pude perceber que Brian estava em meu quarto quando senti seus pensamentos a vista de minha cabeça.

- Sabe que tenho razão. – eu bufei enquanto podia ouvir cada palavra hesitante em seus pensamentos.

- Quer ao menos tentar me explicar o que aconteceu?

- Eu quase a matei Brian, faltou pouco me entende quase cravei meus dentes e meu veneno na Ana, eu não vou me perdoar nunca por ter feito isso a ela.

- Eu entendo mais isso é completamente normal. – ele deu de ombros e sentou na minha cama.

Eu me encostei na grande janela com o pé me apoiando no vidro, respirei fundo lentamente e passei a mão pelo meus cabelos negros, era extremamente desconfortável falar com brian sobre coisas que eu jamais conhecia. Mais isso era algo necessário a saber, e portanto esperei atento por suas palavras e tudo saiu em um jorro tão rápido que se eu não tivesse uma boa audição e não fosse um vampiro jamais conseguiria prestar atenção ou entende o que ele realmente queria dizer para mim.

- Jeremy o que aconteceu com você é o que acontece com qualquer vampiro. Todos os vampiros nascem para serem os predadores dos humanos e não de animais.

- O que você quer dizer com isso?

- Quero dizer que seu pai arrumou um novo jeito de se alimentar que são os animais, mais que é de nossa natureza querermos o sangue humano.

- Está querendo me dizer que vou sempre desejar a morte de Ana? – Meu rosto se mortificou em uma figura estranha, me virei e olhei para a floresta através da pequena janela de vidro e pude ver meu rosto completamente desfigurado, conseguia ver toda a minha amargura e meu ressentimento em meus traços.

Eu não podia acreditar que eu seria governado por um instinto assassino e predador, cada vez que ela vinha em meus pensamentos eu me sentia ainda mais horrendo e pavoroso.

As palavras de Brian ao invés de me confortarem me deixavam ainda mais angustiado, era como se uma nova vida estivesse se abrindo a minha frente e eu nem ao menos pudesse controlar para qual vida eu ficaria.

Realmente eu não teria escolhas ou eu poderia controlar o que quer que fosse que estivesse nascendo dentro de mim, meus pensamentos voaram diretamente para Ana, mais não podia deixar mais que isso me afetasse.

- O que posso fazer para mudar isso?

- Controle meu amigo, terá de se esforçar a cada dia perto dela.

- Era o que eu pensei.

Deixei meu corpo retesado, deixando ele cair impassível e duro na poltrona do quarto.

As horas passavam sem piedade e a tarde já estava chegando ao seu fim, o crepúsculo, o começo das horas que mais odiava em vida.

Meu século de vida fora apenas baseado em ficar a noite toda dentro de casa estudando e me fortificando mentalmente para poder usar meu dom com cuidado, nada me fazia mais depressivo do que olhar mais um dia chegando ao fim e saber que teria um outro dia igual ao outro ao meu horizonte. Mais depois dela...

Expulsei da minha mente qualquer coisa que fizesse me lembrar dela, mais a vontade de poder estar ao seu lado era bem maior, decidi relutante de que iria até a casa dela e ficaria olhando da sua janela.

O sol já estava em seu ultimo suspiro de vida, os primeiros minutos da noite vieram mais tranqüilizadoras e com uma chuva fina e nevoenta, decidi ir para casa dela as onze horário que eu sabia que ela já estaria em sua cama dormindo.

Mudei minhas roupas para umas mais leves e impermeáveis por causa da chuva leve, disparei por entre as arvores da floresta apreensivo mais com um desespero se renovando em meu peito era ruim demais ficar qualquer minuto longe dela.

A viagem para a casa de Ana foi completamente silenciosa, apesar da chuva que caiam em meu cabelo e desmanchavam em meu rosto branco e pálido. As cores difusas passavam despercebidas ao meu olhar, eu sabia de cada cor que não via ao passar rápido demais desde o verde claro e ofuscante de um vaga-lume até o negro do grande céu sem estrelas.

Estaquei meus pés de leve no gramado onde terminava a imensa floresta, deixei que meus ouvidos dominassem meus sentidos. Pude ouvir com clareza todos os detalhes da casa, cada som distinto vindo de lá.

O barulho de uma torneira aberta no segundo andar, o arfar de molas de um sofá torto e velho, o som ruim de um jogo de beisebol vindo da teve, e no andar de cima estava o barulho que eu tanto queria ouvir.

Passo leves e atrapalhados surravam o soalho do chão emadeirado, em seguida a luz do quarto que incidia para o lado da frente da casa acendeu. Esperei atentamente até que a luz se apagasse e a respiração ficar completamente profunda e difusa.

Alguns minutos depois, senti seu coração acelerar, mais sua respiração continuar no pequeno ritmo; O som de sua voz invadiu meus ouvidos e meu cérebro como uma doce canção “Jeremy” era o que sua voz insistia em chamar.

Avancei agilmente até a arvore em frente sua janela, disparei em hiatos de segundos para a janela e a abri lentamente, e entrei para dentro do pequeno quarto.

O Quarto era todo pequeno e aconchegante, as paredes eram pintadas de um lilás claro e perfeito, havia uma pequena escrivaninha que aninhava o computador e seu aparelho de som com alguns cd’s. A cama era branca e o pequeno guarda roupa ficava quase ao lado da janela.

E aninhada em baixo de um edredom na cor azul estava ela sorrindo para o nada. Seu sorriso era inebriante e vicioso demais.

Eu poderia passar minha eternidade, a olhar a única pessoa que era o meu mundo. O mundo me tinha dado tudo o que mais precisava e ao mesmo tempo o tirava de mim com total poder que nem mesmo meus dons e minha condição conseguiam mudar.

Me dirigi lentamente até seu rosto e me agachei tocando com a ponta dos dedos seu rosto claro e lindo, meu toque permaneceu tempo o bastante para a fazer sentir frio.

Deslizei lentamente até a janela e disparei por ela, parando pelo asfalto e me escondendo por entre as pequenas arvores próximas a estrada.

Observei enquanto a pequena janela se enchia de luz e o pequeno rosto aparecendo olhando para a noite escura.

O seu doce rosto ficou grudado em minha mente enquanto voltava a minha casa, tudo ficou mais vivo e brilhante, até a lua com a qual nem o aparecimento eu havia percebido estava mais brilhante esta noite.

Eu não podia deixar de pensar e amar ela, eu seria egoísta a ponto de deixar ela em perigo, ou deixaria ela viver sua vida feliz e normal?

Tudo isso confundia ainda mais minha mente complexa que quase nunca ficava perdida em pensamentos. A noite estava começando a ficar mais fria a cada pensamento meu.
Mais sim eu seria egoísta de querer ela somente para mim.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

13 - A Visita.


- Vou me surpreender?
- Você sabe que sim meu amigo, jamais iríamos deixar você se não fosse por um bom motivo e você sabe disso. - ele estava relaxado e não parecia haver mentira em sua voz grave e lenta.
- Estou esperando Brian, o que tem para me falar?
- Jeremy sente-se meu amigo por favor, eu contarei tudo a você.
Me corpo estava rígido e parecia muito difícil movimentá-lo com o meu estado de espírito, lentamente caminhei até o sofá e me atirei nele com os olhos para o teto, era muito mais fácil raciocinar sem olhar para os olhos das duas pessoas que mais confiava no mundo e que agora eram apenas conhecidos para mim. O Sol já não estava mais lá fora, raios purpúras entravam pelas grandes paredes de vidro e então percebi que ele começara a falar calmamente:
- Jeremy o que temos para dizer a você é que já sabemos o que estão querendo. - ele deu um suspiro longo e lento.
- E o que eles estão querendo Brian? - minha sobrancelha arqueou em uma meia lua.
- Eles querem você Jeremy. - ele nem ao menos se moveu.
- Eles querem a mim? - paralizei de choque enquanto desviava meu olhar para Melissa, mais não tive seu olhar de encontro ao meu os olhos dela faíscavam para a janela. - Como assim? Do que vocês estão falando? humf.
- É exatamente isso Jeremy, eles querem pegar você, mais ainda não encontraram uma brexa para atacar. Mícara e eu disfarçamos nossa presença e ficamos pela redondeza. - ele pigarreou, - e vimos que eles vigiam demais a redondeza, não conseguimos ver os rostos, pois andão encapuzados, mais se movem numa velocidade impressionante, conseguem ser mais velozes do que eu, apenas Mícara conseguiu acompanhá-los na corrida.
- Mais o que eles querem de mim? - olhando ainda sem entender, com o rosto duro e petrificado.
- Ainda não sabemos. - Mícara falou com sua voz suave. -, o que sabemos é que você deve tomar o devido cuidado para não ser destruído.
- Eu tomarei todos os cuidados possíveis Mícara.
Já passava das nove da noite quando me retirei da presença deles e fui para meu quarto, o meu único recanto feliz que eu tinha em anos de existência, o problema não era ser perseguido por seres como nós e ser destruído, a única aversão que eu tinha sobre essa história toda era que podiam machucar Ana e isso eu jamais iria permitir.
A noite estava quieta e sem vento o desejo de ver ela e de sentir seu cheiro era extremamente gritante em meu cérebro, era quase impossível de se conter. Pulei da minha janela caindo cuidadosamente no gramado de entrada da casa e disparei para o ár gelado da noite escura e sombria, a umidade das plantas batiam em meu rosto me deixando com pequenas gotas de orvalho em meu rosto branco que não entrava de maneira nenhuma em sintonia com a noite.
O ruído de meus passos eram imperceptiveis quase sem som algum, meus olhos trabalhavam ainda melhor a noite então toda a vida animal que existia era vista e sentida por mim enquanto eu deslizava para fora da mata.
Ao correr pela estrada conseguir chegar ainda mais rápido a casa de Ana.
As luzes estavam completamente apagadas, então olhei para o relógio e percebi o quanto já estava tarde, o único jeito era a janela de seu quarto. Pulei levemente sobre a árvore que tinha á frente de sua janela.
Parado em frente a janela, exitei por alguns segundos se era certo entrar, mais meu desejo por ela era imensamente maior que minha sanidade, então soltei o trinco lentamente e disparei para dentro do quarto como uma sombra negra sobre o chão.
Ali estava ela deitada sobre os lençois azulados e um grande edredon amarelo, seus cabelos estavam emaranhados em seu rosto e suas mãos por baixo do pequeno travesseiro, seu rosto era completamente doce e feliz durante o sono, era difícil resistir ao seu doce sorriso, mais algo difícil de acreditar aconteceu...
- Jeremy, apenas meu... meu Jeremy, amo você meu Jeremy.
Meus olhos ficaram fixos em seu rosto mais ela não abriu os olhos, ela poderia estar sonhando comigo, isso me deixava completamente feliz, mais estava tarde e amanhã precisava buscar ela para irmos a escola e aí sim conhecer minha família.
Deslizei minha mão pelo seu rosto e meus lábios gelados tocaram seu rosto delicado fazendo ela sentir um leve arrepio.
- Eu prometo agora e para sempre meu amor, jamais deixar de amar você.
Olhei mais uma vez para seu rosto e disparei pela janela para a noite que começava a ficar mais negra. A volta foi consequentemente mais rápida para mim, a noite como sempre era a parte mais chata da minha vida, então peguei um livro entitulado como Romeu e Julieta de William Shakspeare, um conto engraçado sobre um amor sem barreiras e limites, algo de que eu gostava muito, o livro conseguiu me prender a atenção até os primeiros raios da manhã enevoada. Me vesti rapidamente e disparei com meu carro para a casa de Ana, normalmente sempre encostava o carro assim que seu pai saia para o trabalho e assim fiz como de costume parando exatamente na entrada casa.
Não demorou muito para o ruído da porta da frente me tirar de meus desvaneios secretos. Sai de meu carro e a esperei na porta da carona com um sorriso estampado no rosto pálido e sem vida, ela retribuiu e se aproximou arrumando o cabelo.
- Bom dia Ana, dormiu bem? - sorri cosntrangido sabendo que havia dormido bem.
- Bom dia Jeh, eu dormi muito bem sim e você?
- Acho que não te falei ainda - eu sorria mostrando os caninos -, mais eu não durmo.
- Nem um pouco?
- Nem um pouco!
- Nem alguns minutos? - ela me olhava curiosa.
- nem minutos e muito menos segundos.
- Desde que virou vampiro?
- Exato. Agora vamos para a escola, ou se importa de se atrasar?
- Hoje eu não posso tenho uma maldita aula de história. - ela bufou sorrindo.
Entramos no carro e o leve motor roncou como uma pantera prestes a dar o bote.
O caminho para que era completamente silencioso, passou a ser um tempo completamente aproveitável para minhas perguntas sobre sua vida por mais insignificante que fosse.
- Você gosta de que sobremesa? - eu perguntei rindo após muita insistência.
- Eu gosto muito de morango, tudo o que tiver morango eu vou adorar. - ela sorria constrangida sem entender minha pergunta.
Mais meu desejo de saber tudo o que ela escondia de mim dentro de sua cabeça era muito grande.
Estacionei meu carro como sempre na vaga a esquerda da diretoria, o pátio como sempre era como um desfile de modas e os modelos de passarela eu e Ana, todos perdiam o que faziam e nos encaravam como se fosse fora do comum, sem saber que era realmente fora do comum.
Me despedi de Ana no refeitório e caminhei para minha bela aula de trigonometria. Argh, que droga! - pensei comigo mesmo.
A aula de trigonometria era concerteza a aula mais chata que eu tinha em meu currículo escolar, o mais doloroso disso tudo é que eu já sabia tudo de trigonometria e nem ao menos poderia usar em aula o que sei.
Deixei a mente vagar e com a caneta rabisquei lentamente a capa do caderno pelo menos umas 300 vezes o nome de Ana com minha caligrafia elegante e precisa.
O sinal tocou, um sinal de alivío para mim andei atentamente para a segunda aula do dia que seria História, de fato era a aula que eu mais conhecia os fatos, não por ser o nerd da classe ou enfiar a cara em livros mais por ser mais velho que a própria cidade. Sai sorrindo pelo corredor e andei mais rápido que o normal para a aula, é claro que mesmo com os poderes de um vampiro eu ainda conseguia ser uma pessoa completamente fora do comum e tropeçar no cabo do esfregão do zelador Jhon, e ouvir um - Você é cego ou é burro menino? - algo muito simpático da parte de Jhon.
A aula de história falava sobre a 2º guerra mundial, se eu não estive presente na época acharia uma história completamente brilhante. Então silenciosamente voltei a rabiscar meu caderno e o nome Ana voltou a fikar impresso sobre as folhas da matéria de história.
Consequentemente as horas se passaram e havia chegado a hora do almoço, me sentei como sempre ao lado da pessoa que me fazia me sentir cada dia mais humano.
- Jeh queria te fazer uma pergunta posso? - ela me olhou com cautela.
- Depende dela, mais me pergunte e eu vejo se respondo ela. - sorri mostrando meus caninos brancos.
- Iremos mesmo hoje depois da aula a sua casa conhecer sua família ou não? - suas bochechas coraram levemente, e não resisti até tocar sua face com a ponta de meus dedos gelados, senti ela estremecer com o toque então retirei meus dedos com mais precisão do que o normal deixando-a assustada.
- Me desculpe se te assustei. - sorrio de canto, - mais vamos sim acabando a aula nós iremos e você finalmente conhecerá minha familia de monstros.
O Sinal tocou e sorrindo deixei Ana em sua sala para a aula de Educação física, enquanto eu parti para a aula de literatura. A vontade de ver a hora passar rápido era imensa, mais os ponteiros do relógio que ficava acima do quadro negro literamente não me ajudavam e só dispertava ainda mais meu nervosismo, a caneta batia repetidamente no caderno e na carteira criando um som realmente irritante. Alguns alunos lançavam olhares de reprova, mais o meu desespero era ainda maior o que me fez perder o fio da meada e nem reparar nos olhares repreensivos de todos os alunos inclusive do professor.
A última aula passou ligeiramente depressa em vista das outras disparei porta a fora e fui esperar por minha amada no carro.
Deixei minhas coisas dentro do carro e fikei na porta do carona a espera dela, ela veio ligeiramente mais arrumada, os cabelos que cedo estavam soltos agora estavam presos em um lindo rabo de cavalo, deixando seu pescoço fino e esguio a mostra. A blusa que estava de um tom bege havia sido substituido por um sueter fino de lã azul, aquela cor me agradava demais em todos os sentidos.
Ela se aproximou e tentou me beijar na boca mais só consegui deixar que tocasse meu rosto com sua boca e seu hálito quente.
- Por favor Ana me entenda apenas um pouco. - tentei sorrir.
- me desculpe Jeh , não era minha intenção.
- Tudo bem. Pronta para se divertir no ninho dos vampiros?
- Eu cnsigo sobreviver jeh.
Ela deu um murro de leve em meu ombro e entrou no carro pela porta do carona, andei até a minha porta e entrei.
Liguei o carro e o deixei roncar baixo sob nossos pés.
- Não se assuste com nada que ver ou fizerem, eles são meio atenciosos demais. - ele ria frustrado.
- Tudo bem Jeh, mais tem alguém que sabe que estou indo?
- Na realidade todos já sabem de você e te conhecem, mais Melissa é a que mais está anciosa por esse encontro.
- A sua irmã mais nova correto?
- Sim ela mesmo, está sentada na sala agora esperando por nós.
- Como você sabe? - ela me olhava surpresa.
- Consigo ler os pensamentos dela mesmo há uma distancia de 10 milhas. - tampando o riso para não constrange-la.
Acionei o acelerador como se pisasse em uma pena e ele disparou pelo estacionamento, enfileirando atrás de um sentra vermelho tomate, buzinei para o carro se adiantar, até que a cara feia de Denny era refletida pelo espelho, ele me encarava com uma certa intensidade maior que os outros alunos, que morriam de medo de qualquer tipo de contato comigo.
Ele fixou seu olhar durante alguns segundos, e claro não deixei passar e o encarei como uma presa, até sentir que ele se encolhia dentro do carro e partia o mais rápido possivel para a estrada que dava acesso a rodovia.
O carro andava numa velocidade acessivel mais que me deixava irritado, entrei a esquerda da avenida e pude pegar a estrada, que dava em direção a minha casa, o caminho estava completamente horrivel, deslizar com o carro sobre a pequena estrada arenosa era uma brincadeira que era egoísticamente boa para mim, apenas para mim pude ver o suor escorrer pela testa de Ana e sentir sua pulsação e o medo correr por seu corpo.
- Fique calma já estamos chegando! - eu sorria.
- Ainda bem, essa estrada está me deixando completamente enjoada Jeh!
A estrada abria para uma pequena campina verde, e em seguida já podia se ver a grande mansão branca que ainda resistia por entre as árvores e trepadeiras que literamente dominava o cenário.
- O que achou? - sorria olhando de canto.
- Maravilhosa, que casa linda você tem Jeh! - ela sorria maravilhada.
Sai rapidamente do meu lugar no carro e já estava abrindo a porta para ela, Estendi minha mão gelada para ela e a puxei devagar para fora do carro gentilmente.
- Agora não fique com medo, está dentro do covil mais perigoso do mundo. - eu estremeci ao dizer as palavras com tanta severidade.
- Não tenho medo, eu tenho você. - ela sorria confiante.
Caminhei calmamente junto dela até a porta e girei a maçaneta lentamente da porta.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

12- Consequências.


Era estranho ver que eu estava completamente ligado a uma pessoa com a qual nem em sonhos eu poderia estar. Tentei desacelerar meu carro que começou a passar dos 60 km/h, era excessivamente inebriante a sensação que Ana me causava mesmo estando apenas calados, o carro deslizou pelo asfalto até começar a sentir o chão periférico do estacionamento da escola.
Abri minha porta e sussurrei em seus cabelos:
- Me espere aqui por favor!
Beijei seus cabelos e sai do carro, deslizei em direção á sua porta e a abri lentamente e pegando em sua mão para ajudar a descer do carro.
Sua mão hesitante sentiu o pequeno choque térmico que meu corpo causava ao dela, era engraça sentir seu corpo estremecer e ver cada película de seu braço eriçar, e ela sorrir. Passei o braço em volta de seu corpo e nos deparamos com a consequência disso tudo, todos os olhos da escolha nos olhavam com curiosidade, alguns com reprovação outros com indiferença e até mesmo raiva, era complemente vicioso escutar a mente de todos e ouvir a opinião de cada um deles, é claro que isso não me importava em absolutamente nada, mais mesmo assim era uma coisa meio desagradável.
Andamos devagar olhando para frente sem ao menos prestar atenção em mais nada, senti ela enterrar sua cabeça em meu peito e correr mais rápido.
- O que foi amor? - eu sorria com seu jeito.
- Todos estão nos olhando e eu não gosto disso sabe. - ela sorriu com amargura.
- Nem todos estão olhando, mais é claro estão pensando nisso neste exato momento Ana. - eu ria.
- Ai estou ferrada não estou?
- Provavelmente sim, está namorando com um cara que quer seu sangue, isso significa que sim meu amor.
- É uma boa hipótese essa sua meu dentuço. - ela ria sem se importar agora.
- Vamos para a aula o sinal já tocou, te vejo mais tarde meu amor.
Toquei seus cabelos de leve com minha boca e estreitei um sorriso mostrando ár de notória decepção de ficar sem vê-la.
As aulas passaram indistintas por mim, tudo parecia andar mais lento do que o normal, e para mim isso me deixa completamente enlouquecido.
A hora do almoço veio para aliviar meu desespero de ficar sem ela, sentei habitualmente no mesmo lugar, com meus pés en cima de uma outra cadeira e ali esperei impaciente por ela.
Logo vi seus lindos olhos focados em mim na fila do almoço, ela corava mesmo que apenas me olhasse e eu retribuisse o olhar com um sorriso, ela se acomodou ao meu lado, e me olhava calada, isso me deixou um tanto curioso já que ela nunca ficava assim então disparei a falar num tom mais baixo que o normal:
- O que você tem Ana? - eu a olhei desesperado. - Aconteceu alguma coisa amor?
Ela deu um longo suspiro, ela não me fitava e muito menos me olhava de canto apenas olhava para suas mãos e suas palavras vieram abafadas:
- E se sua família me detestar, ou pior ainda não deixar eu ficar com você Jeh? O que vai acontecer comigo depois disso? - ela tinha um certo tom de desespero que fluia pelas palavras entrecortadas.
- Ana eles não irão fazer isso, eu já contei sobre você a eles e todos eles aprovam, e para mim não importa o que eles pensam. Você sabe que já é complicado demais para mim me afastar agora, eu preciso muito mais de você do que você precisa de mim meu amor.
Você é a estrela noturna que clareia minha visão na tempestade, não entendeu que você é a minha vida Ana? - eu a olhava com serenidade esperando sua resposta.
Era difícil de acreditar que ela tinha receio do que as pessoas iriam dizer sobre ela e não sobre mim, era em um tanto engraçado mais rir neste momento só faria piorar sua dor e não era isso que eu precisava ver nela.
- Jeh, você ainda não percebeu que você é mais lindo, mais esperto, mais culto e mais atraente do que eu?
Você é tudo que todas as garotas querem... - Tapei sua boca com meus dois dedos gelados e então balancei a cabeça com um sinal de negação.
- Você que não percebeu que sou assim por ser um vampiro, essas habilidades, beleza e meus poderes não são meus e sim da minha condição de vida.
Eu te amo e te quero do jeito que você é meu amor, cada traço do seu rosto, cada fluxo de sangue que te deixa corada, tudo em você para mim é perfeito e não quero que você pense que eu sou melhor que você.
Você me salvou de uma vida completamente depressiva e destrutiva, me fez entender que eu não preciso ser apenas uma aberração isolada e que posso ser feliz, será que pode entender o quando é importante para mim meu amor? - Eu estava feliz em poder dizer tudo aquilo para ela e vi que seu rosto de iluminou e que ela estava crendo em minhas palavras, minha boca automáticamente abriu o sorriso repuxado de dentes que ela dizia ser perfeito, eu sabia que havia tirado essa preocupação de sua cabeça, mais era um completo saco não saber o que ela poderia pensar ou suspirar era um tanto um inferno pessoal para mim não conseguir isso.
- Eu estou entendo agora Jeh, mais não se esqueça que você também é tudo para mim e não quero perder você. - Ela sorria para mim.
- Você jamais irá perder meu amor, por que eu terei a eternidade para te amar e assim que deve ser, eu vou viver com você enquanto você puder viver comigo.
O Sinal já havia tocado e precisavamos ir para a aula, eu iria repetir de ano não por notas já que era excepcionais, e sim por faltas.
- Vamos para a aula amor, estamos atrasados e não posso mais faltar.
- Te vejo depois da aula Jeh?
- Claro Ana, até depois da aula.
Disparei pelo corredor e ainda olhava ela atravessar o refeitório até o outro corredor, entrei na aula de história e deixei que minha mente vagasse e tentasse entender a partida dos outros de minha casa, era muito estranho tudo isso e me deixava completamente desconfortável.
Então pensei novamente nas palavras de Adam antes de partir.
... Você estará sozinho nessa disputa, tem certeza de que irá vencer os elementos??
- Os elementos? O que você quer dizer com isso? - eu o fitava com as sobrancelhas arquejadas.
- É o que andam dizendo, em cada morte de um especial eles deixam um envelope assinado por " Os 5 Elementos".
- Mais você sabe o que seria isso Adam?
- Eu não posso lhe afirmar nada meu amigo, mais eu irei descobrir e creio eu que terá notícias minhas em breve.
Depois dessas palavras me lembrava que Adam passou por dias trancafiado no sotão da casa separado de Seiky, coisa que nunca haviamos visto desde que os vimos juntos na casa de Brian.
O tempo passava indistindo enquanto meu olhar ainda continuava recaído na janela enegrecida pelas novas nuvens de chuvas que insistiam em fechar as mais claras.
Em questão de segundos as pequenas gotas começavam a tocar o chão e a janela, a chuva caia levemente sobre tudo, era um modo de deixar o dia um pouco mais triste, mais ao mesmo tempo me deixava com um simples desejo de disparar pela floresta e sentir as gotas cairem sobre meu rosto enquanto corro livremente pelos arbustos e arvores.
O sinal tocou fundo em meu consciênte, arrumei minhas coisas maquinalmente e disparei para a sala de aula de Ana.
Ela como sempre me esperava na parede do corredor em frente ao seu ármario.
Eu abri um largo sorriso enquanto acompanhava seu doce sorriso com meus olhos.
- Pronta para ir embora?
- Bom se você não se incomodar estou mais do que pronta Jeh.
- Não se esqueça Ana, que hoje é meu dia de perguntas entendeu? - eu a olhei de canto de olho.
- Você não se cansa dessas perguntas Jeh?
- Não! - eu sorria descaradamente.
- Isso não tem graça! - ela suspirou e revirou os olhos.
- Para mim tem, é incrível como você fica linda encabulada meu amor.
- Ta bom, deixa de papo furado e vamos logo Jeh, estou com um pouco de fome. - ela ria.
Andamos pelos corredores apinhados de alunos, para mim a coisa mais irritante em ser um aluno são as pessoas com os papos fúteis e voluvéis de sempre. As vezes sentia frustração e um toque de rancor sobre meu dom que era inútil em um lugar como esse.
No carro a pequena sensação desagradável desaparecia como gelo em um dia quente, e o ár quente inundava o pequeno espaço entre eu e Ana.
- Como foi a aula hoje? - olhava com meu grande sorriso.
- Foi cansativamente inútil, eu só consegui pensar no sinal para ir embora. - ela escondia o rosto pela cortina de seus cabelos escuros. - E o seu como foi?
- Um completo marasmo, o melhor do meu dia é quando estou perto de você.
O motor do carro roncou baixo sobre nossos pés, e seguimos em direção a casa de Ana, o pequeno espaço entre nós dois parecia completamente eletrificado, a sensação de querer deixa-lá em meus braços era mais forte que qualquer outra coisa em mente, olhar ela e ver o poder que ela exercia sobre mim era completamente incoerente, na verdade era novo tudo isso para mim.
- Posso começar? - eu a olhava intensamente.
- Pode começar se você olhar para frente, eu não quero morrer. - ela ria
- Não confia em mim?
- Eu confio, mais prefiro prevenir do que remediar mais tarde.
- Então, do que mais tem medo? - girei o volante lentamente para pegar a rua da casa de Ana.
- Antes eu tinha medo de monstros e fantasmas e até mesmo de altura, mais depois que te conheci, meu maior medo é perder você para sempre. - ela suspirou lentamente.
- Eu sinto muito em dizer que jamair irá me perder Ana. Eu estou com você e isso não irá mudar.
Parei o carro como sempre em frente á garagem da casa e ali passamos horas e horas em conversas sobre a cor que ela odiava na unha e até mesmo o que a fazia passar mau do estômago.
O meu mundo se resumia a ela definitivamente, era tudo o que eu sempre esperei em décadas de vida ou de semi vida como Brian costumava dizer, mais agora era tudo real ela estava ali para mim, sempre que eu quizesse e eu estaria para ela sempre que ela quizesse e necessitasse.
O Sol já estava indo embora quando me dei conta que precisar ir embora e olhar Melissa, Ana também percebeu isso e abriu a porta do carro de leve
- Está tarde Jeh, amanhã iremos á sua casa mesmo? - ela sorria
- Sim iremos, posso vir te pegar que horas?
- Venha ás oito e não se atrase viu!
- Oito em ponto estarei aqui, até amanhã Ana.
- Até Jeh! - ela caminhou até a porta e esperou que eu partisse.
Meu carro atingiu o chão arenoso da floresta em segundos, então pude pisar fundo e acelerar até chegar em casa.
Estacionei na vaga do meu pai desta vez e entrei na casa, Melissa estava parada completamente paralisada olhando a televisão junto com Brian e Mícara no sofá.
Parei completamente petrificado e feliz por eles estarem ali juntos com Melissa, mais meu ódio veio primeiro e disparei as palavras em um rosnado ensurdecedor:
- O que vocês estão fazendo aqui? - avancei alguns passos em direção a eles.
- Jeremy calma irmão, eles voltaram para nos ajudar. - ela se colocou em minha frente protegendo eles.
- Cale a boca Melissa e para o seu bem saia da minha frente. Não admito traídores em minha casa, saíam daqui agora.
- Jeremy meu amigo por favor! - Brian tentava se desculpar
- Não sou seu amigo, fora da minha casa!
- Irmão, eles tem pistas dos assassinos, por favor agora acalme-se para saber o que eles foram fazer.
Meu corpo congelou ao ouvir a palavra assassino, então lentamente meu rosnado que saia do fundo da garganta cessou e me sentei na poltrona de frente para eles.
- Estou aqui e esperando que me contem tudo de uma vez!
- Iremos contar Jeremy!
- Agora sabemos um pouco de toda a história e você irá se surpreender. - Brian disse com a voz solene e grave.
Isso poderia mudar muita coisa ou poderia acarretar consequências piores do que eu jamais iria imaginar, mais apesar de tudo a verdade estava ali a poucos centímetros de mim e era necessário ouvir tudo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

11 - Caminhos.

E acontecia de uma forma com a qual eu jamais conseguiria lidar, era uma sensação de entusiasmo, de prazer era completamente novo para mim.
- Kiato é você? - eu olhava ainda surpreso.
- Sim Jeremy! Como você está?
- Estou otimo meu amigo, mais o que você está fazendo aqui? - perguntei incisivo.
- Fiquei sabendo sobre a morte de seu pai, e vim o mais rápido que pude.
- Melissa? Verdade ou Mentira? - perguntei a ela enquanto não o tirava de meu campo de visão.
- Sim. Ao que parece irmão ele veio em missão de paz.
- Tratando um amigo seu assim, velho amigo?
- Um amigo que fugiu quando precisavámos? - olhei perplexo.
- Já pedi perdão por isso Jeremy. - ele olhava aflitivo.
- Tudo bem amigo, já tinha lhe dito que passou isso.
Ele se aproximou rapidamente como um vulto que se esgueira pela sombra, e me abraçou fortemente.
Era estranho ver Kiato depois de séculos sem nem ao menos recebermos notícias de seu clã.
- Mais o que o trouxe para nossa casa Kiato?
- Noticías meu amigo. Noticías.
- E quais seriam? - perguntou Brian.
- Já estão sabendo das mortes que estão ocorrendo? - todos nós assentimos quando ele nos perguntou sobre a questão em si. - Pois bem ao que parece são seres talentosos e de clãs mais fracos, onde o clã depende daquele talentoso para continuar vivo. E tem mais. O boato que ocorre em nossa grande comunidade é que eles estão aumentando a matança de talentosos pelo sul do Texas agora, mais ninguém consegue saber quem é e o que são...
A sala era um completo silêncio enquanto Kiato proferia as palavras em um jato rápido e eficiente. Brian trocava olhares significativos para mim, ao menos só eu conseguia ver suas expressões de nervosismo e de terror.
Encostei na pequena mesa de mármore onde jogavámos e comecei a pensar e encaixar tudo o que ele estava nos falando, mais algo estava completamente errado, havia hiatos nessa conversa com as quais as minhas informações não encaixavam.
Focalizei a mente de Brian e ai pude perceber seu terror, assenti apenas uma vez para ele.
- Sul do Texas? - indaguei com uma raiva aguda crescente.
- Sim, eles querem começar do Texas e invadir Seattle em seguida.
Em menos de um milésimo de segundo estava com a mão na garganta de Kiato, eu apertava seu pescoço com tanta força que poderia ter destruído em segundo o pescoço de um grande mamífero.
- Acho que pode nos dizer a verdade e o que está fazendo aqui Kiato. - rosnei para ele de forma ameaçadora.
- Tudo bem eu conto a verdade. - ele me olhava com tristeza.
- Melissa como deixou passar isso? - eu a fitei irritado.
- É o talento dele irmão, não percebi que ele pode mentir a vontade.
- Veremos se ele vai conseguir mentir, com minha leitura de mente e com seu poder Melissa. - eu o olhava com ira nos olhos.
- Meu clã foi literamente destruído por eles, só restou a mim e eles estão me caçando, a única idéia que eu tive foi vir para cá e me esconder.
- É tão covarde assim? Você mancha o nome da nossa comunidade. - Brian disse exasperado.
- E quem você pensa que é? O novo amigo de Jeremy Ion? - zombou Kiato.
- Sou agora o pai de Jeremy para todos os efeitos, portanto acho bom você mudar seu tom de voz. - a voz de Brian saíram como um trovão seu olhar penetrante fuzilou os de Kiato. - É melhor você realmente ir embora. - ele cuspiu as palavras e arquejou em posição de ataque.
- Jeremy por favor me ajude!
- Não vou te ajudar dessa vez, sinto muito por você mais uma vez destruír uma chance de estar entre nós.
Abaixei minha cabeça esperando sua saída, mais seu corpo de mármore branco havia entrado em choque e paralisou em meio a grande sala.
Seus olhos eram de um preto extremamente escuro e exibia um completo pavor que eu jamais sentira em algum vampiro até agora.
- Já disse para ir embora. - Brian deu mais um passo a frente.
- Sim eu já estou indo, mais espero que não se arrependa disso Jeremy, você não sabe o que os espera.
Ele deu meia-volta e disparou pela porta recém aberta, a sala caiu em completo silência a não ser pelos olhares significativos que Brian e eu trocavámos a medida que o tempo ia passando.
- O que será que ele quiz dizer com isso?
- Eu realmente não sei Jeremy, mais deve ser mais alguma mentira.
- Sinto muito mais o que ele disse sobre o perigo foi verdade. - Melissa pela primeira vez mudou sua posição de estátua em cima da pequena poltrona.
- Como assim Melissa do que está falando?
- Só estou dizendo que ele disse é verdade, mais não sei de que perigo iminente ele esta falando. Deve ser alguns nomâdes a passar pela nossa área. - ela mexia no jogo compenetradamente.
- Vou para a casa de Ana ver como ela está. Encontro vocês em breve. - Disparei pela porta da sala, e fui em direção a pequena floresta negra que era apenas colorida pela luz dos relâmpagos que cobriam todo o céu.
Se eu não estivesse cheio de preocupações poderia parar e admirar a beleza suplicante da natureza.
O leve correr pela floresta me fazia ver exatamente cada cor que a floresta exibia com a luz dos meus olhos perfeitos, corri levemente até as árvores onde davam acesso a pequena casa de Ana.
Parei e pude ouvir o coração das duas pessoas dentro da casa, a sensação foi maravilhosa de descobrir que o pequeno coração que vibrava e batia acelerado era o da minha amada Ana.
Subi em uma das árvores que dava para a janela de seu quarto e ali sentei e esperei por ela.
O tempo passou despercebidamente e então a luz do pequeno quarto se acendeu, era ela já tinha saido de seu banho noturno e estava indo se deitar, era completamente maravilhoso olhar cada movimento de seu corpo, era como ver um pequeno cometa atravessa a atmosfera terrestre, sentir toda a beleza e o poder que ele exercia a quem olhasse. E ela era isso para mim, era tudo o que meus desejos mais profundos desejavam.
Perdi a noção do tempo olhando para seu lindo rosto angelical repousar, quando sua doce voz atravessou meus ouvidos como um grande aplificardor.
- Jeremy...Jem...meu Jeremy...só meu.
E então ela se calou novamente, se meu coração pudesse bater ele estaria mais acelerado do que um motor, eu era dela até nos seus sonhos mais profundos, abri um largo sorriso para a noite tempestuosa e então decidi voltar para a grande casa.
A volta não durou muito como a ida, mais eu estava completamente radiante e era isso o que importava para mim.
Entrei pela janela do meu quarto e ali fiquei deitado por uns minutos que pareciam uma grande eternidade, esperava ancioso pela manhã e poder ir buscar ela em sua casa.
A porta de meu quarto nunca era realmente batida, mais dessa vez eu deixei só para deixar Brian sentir o gostinho disso.
A porta foi batida de leve, e a voz de Brian soou calma do outro lado.
- Jeremy? Está ai?
- Entre Brian.
Ele abriu a porta lentamente, e disparou para o pé da minha cama e se sentou me olhando.
- Ela está bem meu amigo?
- Sim Brian, ela está bem sim foi apenas motivo de preucação. Não gosto de saber que ela está assim sem a mim por perto.
- Eu vou precisar partir com Mícara, era sobre isso que queria falar com você!
- Partir? Por que vocês vão partir? - fiquei completamente paralizado em minha cama.
- Mícara não está se sentindo bem aqui Jeremy, ela acha que tem algo a fazer longe daqui e não posso deixar ela partir sozinha. Você me compreende não? - ele tinha a desculpa em seus olhos, eu sabia que poderia estar mentindo que o motivo era maior, então sua mente era meu pequeno lazer.
....ele não pode saber,ele não pode saber, ele não pode saber...
- Tem certeza que está tudo bem Brian? - olhei desconfiado.
- Sim tenho certeza sim! Partiremos agora mesmo e assim que pudermos estaremos de volta está bem?
- Tudo bem Brian, seja o que for volte para nós depois, você é da nossa família agora, então é isso. Tome Cuidado por favor meu amigo.
- Eu tomarei Jeremy, vejo você em breve velho amigo.
E então ele disparou pela porta, algo me dizia que poderia ser algo muito ruim ou poderia ser apenas mais um motivo para cada um serguir seu caminho novamente.
Já havia passado dias da morte de meu pai, então não era mais necessário a presença deles, mais eu iria sentir completamente a falta deles já que se tornaram parte de mim em todo esse tempo em que sofri com a perda de meu pai.
Estava agindo de uma forma egoísta querendo que eles se prendessem aqui para suturar minha dor da perda de minha mãe e meu pai ao mesmo tempo.
Ou será que eles iriam atrás de minha mãe? ou até mesmo atrás do assassino? O que era difícil de acreditar é que eles partiriam.
O Sol veio fraco e quase escondido, um momento perfeito para ir até a escola. Me arrumei o mais rápido que pude, e entrei em minha garagem e já não era de se esperar que Melissa estaria me esperando no carro.
- Mano o que aconteceu com todos eles? - ela me olhava desconfiada.
- Todos eles maninha?
- Sim mano Brian, Mícara, Seiky e Adam onde foram todos?
- Melissa isso é uma longa história e agora somos eu e você maninha entendeu? - tentei disfarçar toda a preocupação e a tensão em minha voz.
- Mano eu já sou bem grande pra saber o que está rolando aqui, para de me enrolar.
- Melissa eu também não estou entendendo nada portanto não posso sair lhe dizendo que sei por que não é a verdade.
Entrei em meu carro e sai da garagem em direção a casa de Ana, a pequena estrada novamente pareceu completamente pequena, o ár passava rapidamente pela janela e deixava meus cabelos desalinhados e arrumados, ouvia a pequena melodia doce e suava da cantora Mariah Carey.
Parei em frente a casa da minha querida Ana minutos antes de ela levantar da cama, parado na porta do passageiro ouvi cada movimento seu, o chuveiro sendo ligado e desligado, a toalha passando por seus cabelos molhados, a descida atrapalhada pelas escadas, até mesmo ela colocando o cereal em sua tigela e comendo.
Meu olhar se concentrou na janela da cozinha aonde a via lavando a pequena tigela. Meu olhar deve ter lhe causado uma corrente elétrica pela espinha e ela me olhou pela pequena janela da cozinha abrindo um largo sorriso para mim.
Ela veio tropeçando pela porta em minha direção, completamente corada e sorridente o modo que eu mais adorava ver seu pequeno rosto perfeito.
- Bom dia Ana. - estendi meu sorriso largo e feliz para ela.
- Bom dia Jeh - ela sorria feliz.
- Pronta para ir a aula com um assassino e um monstro secular? - eu ria sarcasticamente.
- Acho que não tenho medo nenhum de você Jeh.
- Cuidado com o que fala pequena garotinha. - grunhi.
Abri a porta do carro para ela e esperei até ela entrar, pulei por cima do carro e entrei ao lado do motorista.
- Jeh eu ainda tenho vizinhos e não moro sozinha meu morcego.
- Não se preocupe, eu posso dizer que sou um acrobata também.
- Como foi seu café da manhã?
- Cereais de sempre e você tomou café?
- Não tomo tanto café assim.
Ela flexionou as mãos para o pescoço e disse:
- Não me morda por favor, eu sou nova demais ainda. - ela começou a rir.
- Isso não tem graça Ana. - fechei o cenho para ela meio irritado.
- Eu só estava brincando Jeh, você é muito birrento. - ela ria deixando que suas bochechas ficassem tingidas com o vermelho que eu amava ver.
Então aquele sabor, o cheiro irressistivel invadiu minhas narinas fazendo minha garganta queimar como se tivesse engolido uma panela de água fervendo. Meus olhos começaram a brilhar com ferocidade, e mil maneiras de atacá-la surgiram em meu cérebro que disparava em segundos.
O cheiro era uma mistura de morango silvestre com um toque suave de rosas e cereja, o sangue pulsando em sua veia me deixava excitado e desejoso pelo seu sangue. O doce veneno escorria de meus dentes afiados e brancos era praticamente irresistivel sentir seu aroma e não tomar seu sangue para mim.
- Jeh! Amor você está bem? - ela me olhava assustada vendo a proximidade em que eu havia chegado dela.
Me forcei a me concetrar e uma pequena gota de suor escorreu da pequena testa de Ana.
- Está tudo bem querida. Vamos para a escola está bem? - sussurrei com a voz fraca.
- E então quando vou conhecer sua família?
- Acho que vai demorar amor, alguns parentes tiveram que viajar a trabalho e só estou eu e minha pequena irmã.
- E sua mãe aonde está Jeh?
- Ela nos abandonou assim que meu pai morreu.
- Eu sinto muito por isso Jeh. Eu não tocaria nesse assunto se...
- Não se culpe amor, está tudo bem. As vezes precisamos tomar caminhos diferentes para podermos nos encontrar de verdade.
- Mais será que ao menos vou poder saber um pouco mais da história de sua familía e de seus amigos?
- Claro que sim minha querida. Acho que vou te levar amanhã para você conhecer a história toda e ainda de quebra conhecer a pentelha da minha pequena e irritante irmã. Tudo bem para você?
- Claro que sim, eu só preciso inventar uma desculpa para meu pai.
- Amanhã é sabádo não é? Diga que vai conhecer minha família ou apenas estudar em casa.
- Bom até lá eu penso em algo Jeh, mais vamos para a escola antes que cheguemos atrasados.
- Claro vamos sim. - peguei sua mão de leve a beijei delicadamente. - Minha querida.
Pisei com cautela no acelerador enquando seguíamos em direção a pequena escola.

domingo, 23 de agosto de 2009

10 - Revelação.



Era como se todo o mundo tivesse parado diante dos meus pés, eu não sentia meus pés era como se tudo estivesse fugindo do meu alcance.
Tudo o que eu tinha escondido por semanas para me proteger havia sido dito e esclarecido hoje, não havia mais volta.
Eu estava tão insano, que meus pés sumiram e meus joelhos cederam. Ajoelhado no chão, ainda conseguia ouvir a respiração irregular de Ana em meus ouvidos, o pequeno coração de Ana disparava a cada respiração era doloroso demais ouvir aquele som.
Foi Ana que me tirou de meus desavaneios quando sua voz soou fraca em meus ouvidos:
- Eu já sabia o que você era Jeremy. - ela me fitava docemente nos olhos.
- Mais como você já sabia, eu jamais dei alguma pista do que eu era. - olha estarrecido por aquela simples revelação me fazer tão bem.
- Jeremy, você jamais comia, fala como se vivesse décadas atrás, sem contar que você é forte, rápido e gelado demais. - ela tomou fôlego e continuou. - Quando senti que você era gelado eu já havia percebido tudo, sem contar que havia feito uma pesquisa sobre vampiros na internet antes.
- E agora você tem medo de mim, Ana Smith? - eu a olhei com os olhos atormentados.
- Eu não tenho medo de você Jeremy. - Ela se aproximou e ajoelhou na minha frente como um anjo, e tocou de leve o meu rosto pálido e gelado, eu a olhei e senti seus olhos se fixarem aos meus.
- Pois devia sentir um medo terrível de mim Ana, eu sou um predador e você a minha presa, já ouviu falar em cadeia alimentar? - senti minha voz sair entrecortada.
- Eu confio em você e sei que jamais vai me ferir.
- Não quero que seja tão otimista, posso te machucar mesmo não querendo.
- Eu não me importo, já estou envolvida demais para voltar atrás Jeremy! - sua voz subiu uma oitava.
- É tão suícida assim? Não seja tola! - eu me levantei sentindo um arrepio pelo meu corpo.
- Não sou suícida Jeremy. eu te conheço você é bondoso e gentil, e jamais me machucará. - as palavras dela me enchiam de raiva ou invés de tranquilidade, eu sabia que não era tudo isso e que eu podia machucá-la da pior forma possível, ou até mesmo matar ela.
- Você não sabe o que está dizendo Ana!
Me levantei e fui até a grande pedra em que eu estava sentado minutos atrás, sem o menor esforço levantei a pedra do chão e a atirei com força no rio, o barulho foi realmente muito alto e pequenas ondes quebravam na beira do rio.
- Você está vendo o que posso fazer se eu não me controlar? - meus olhos faíscaram nos dela.
- Jeremy, Por favor eu não quero ficar longe de você. - ela se aproximou e me abraçou apertado.
Foi como um chicote elétrico em meu corpo, tudo reagiu instintivamente eu só queria tocar sua pele como ela fez comigo mais um súbito desejo de colar meus lábios em seu pescoço e lhe devorar a vida percorria cada célula insana de meu corpo gélido. Tentei afastar a idéia de meu corpo e da minha mente insana, tentei controlar mais tudo estava acontecendo muito rápido, era uma confusão eloquente de sentimentos e eu só sabia que eu a deseja, queria seu corpo, seu sangue quente e vermelho bombando por suas veias.
Meus olhos ardiam como se estivesse abertos pela primeira vez, era como se existissem dois Jeremys, o que a amava acima de tudo e de todos, e o Jeremy insano que só pensava em Ana como uma fonte de alimento.
Seu sangue pulsava, seu cheiro adocicado estavam me deixando completamente atordoado e sem sentido algum, minha boca salivava como nunca havia salivado antes, meu corpo ficou em forma de ataque.
Mais por alguns segundos, uma brisa leve nos tocou e pude em segundos voltar a si e me afastar dela e me esconder nas sombras das árvores como um tiro cego de uma arma.
- Jeremy onde você está? - ela procurava frenética por mim.
- Não se aproxime por favor!
- Por que saiu assim tão rápido, eu fiz algo de errado?
- Vou levar você embora agora, só me deixe acalmar. Foi o momento mais difícil da minha vida agora. - minha voz saiu entrecortada.
- Por que? Fiz algo de errado Jeremy? - ela suplicava desesperada.
- Não, você não fez nada, eu sou um monstro. - minha cara era de pavor e eu não queria que ela visse isso, tentei me recompor mais estava sendo mais complicado do que imaginava.
- O que está acontecendo Jeremy? - sua voz subiu algumas oitavas até sumir.
Eu me esforcei ao máximo e sabia que meu rosto de dor não iria desaparecer tão rápido, sai de entre as árvores com o rosto torturado mais escondia ao máximo meu pavor.
- Vamos! Vou te levar para casa Ana, e te deixar segura lá. - eu tentei sorrir mais fracassei.
- Jeremy eu só queria... - ela parou no mesmo instante e apenas sorriu.
- O que foi Ana? O que você gostaria minha querida?
- Só queria segurar sua mão. - ela disse desanimada.
Estendi minha mãe lentamente para ela, peguei a sua mão, e novamente o choque elétrico passou por meu corpo, mais agora era uma sensação calma, serena eu só a queria por perto. Teria que controlar minha sede ao lado dela, o que para mim não era tão fácil como eu previra.
- Acho que o monstro se apaixonou perdidamente pela humana. - Eu só consegui sorrir.
- A humana é completamente maluca em querer um monstro como você. - ela sorria pela primeira vez depois de tudo. - Mais acho que consigo ser louca a tanto...
O doce sorriso de Ana conseguiu me iluminar, meu estômago deu voltas.
Ela enconstou sua cabeça em meu ombro, então a virei para mim e olhei fixamente em seus olhos.
- Queria tentar uma coisa Ana, você deixaria eu tentar?
- E o que seria isso? - ela me olhava desconfiada.
- Se me deixar gostar de te pegar no colo, estamos atrasados já e seu pai não vai demorar muito a chegar. E como você é meio desequilibrada quero levar você mais rápido.
- Meu pai? - ela me olhou assustada. - Tudo bem, pode me levar Jeremy.
Eu a levantei do chão como se fosse um pluma leve de um pequeno travesseiro, a envolvi em meu peito segurei bem firme e respirei.
- Segure firme, está pronto minha querida? - eu agora sorria com os lábios repuxados.
Ela se encolheu em mim, passando os braços em volta do meu pescoço.
- Sim, agora eu estou Jeremy.
- Você irá gostar.
Dei o primeiro passo e disparei pela floresta, a sensação de correr livre com a minha amada me deixava completamente feliz, era como se minha vida se resumisse a esse momento o tempo todo.
As árvores pareciam grandes borrões verdes enquando eu corria como um vulto pálido pela densa floresta que já ia escurecendo.
O que eu não daria para ter aquele momento para sempre, acho que daria sem exitar minha imortalidade ou qualquer poder que adquiri. O vento batia como uma brisa leve em meu rosto, era uma sensação de liberdade maior do que qualquer outra coisa que já havia feito.
A corrida levou apenas alguns minutos, quando deixei Ana em pé ela estava meio pálida e molhada de suor.
- Meu amor você está bem? - Olhei preocupado com ela.
- Sim só estou meio tonta. - ela arquejou as pernas, eu a segurei de leve pelo cotovelo e a coloquei no carro.
- Está realmente se sentindo bem?
- Agora estou Jeremy, obrigada! - ela já estava sorrindo e menos pálida.
- E agora quer namorar um vampiro ainda? - eu sorria com sarcasmo.
- Acho que me arrisco a tentar, com tanto que você não me faça de refeição no café da manhã. - Ela riu. - Confesso que sou horrivel quando acordo.
Eu simplesmente congelei na poltrona ao seu lado trincando meus dentes.
Por mais que ela estivesse sorrindo, suas palavras soavam como um chicote que estava pronto para me açoitar.
Ela percebeu e tentou concertar o que tinha dito.
- Jeremy eu só falei brincando, além do mais eu confio em você.
- Eu sei minha querida, mais eu realmente não confio em mim o quanto você confia e o quanto é necessário para isso.
- Quantos anos você tem jeremy? - ela sorria.
- Tenhu dezoito anos Ana.
- Eu sei que tem dezoito Jeremy, queria saber há quanto tempo você tem dezoito?
- Fui transformado em um vampiro há duzentos anos atrás Ana. Tenhu duzentos e dezoito anos praticamente, quem me transformou em vampiro foi Jonatan o meu pai.
- Mais como foi que você foi transformado? - ela me olhava interessada em meu assunto.
- Meu nome é Jeremy Conner e nasci em São Francisco na Califórnia em 1882, eu tinha uma bela família meu pai Frederich e minha mãe Julieta Conner, junto com meu irmão mais novo chamado Eliot.
Na época eu acabei sofrendo com uma doença, hoje conhecida como tuberculose, naquele tempo minha família toda pegou e ninguém sobreviveu,e Jonatan na época era quem cuidava dos doentes junto com os médicos. Com a ajuda de Deus, ele me tirou de lá e me levou para a pequena casa onde ele morava, e antes de morrer ele me transformou. - fiquei com os olhos distantes tendo esse pensamento.
- E doi muito? como seria o processo? - seu olhar curioso me instigou a continuar a falar lentamente.
- O processo dura um dia inteiro para quem está a beira da morte, meu pai disse que para uma pessoa com a saúde plena demora até 5 dias mais enquanto isso a pessoa sofre uma dor com a qual nunca sonhou. - estremeci ao me lembrar dakele imensa dor consumindo meu corpo como fogo queimando cada parte de meu corpo.
- E se eu quizesse me transformar agora? - ela me olhou de canto.
- Não queira pensar nisso, aproveite o que você tem de melhor Ana.
- Mas...
- Tenho que te levar embora de uma vez Ana, está tarde e seu pai chegará na sua casa em exatos 6 minutos.
- Puts! Meu Pai! Esqueci dele. Ele vai me matar.
Pisei no acelerador que roncou baixo sobre o toque e disparei pela avenida em direção a casa de Ana. O carro disparava entre as ruas, até eu estacionar meu carro no meio fio e olhar em seu rosto perfeito novamente.
Peguei uma longa mecha de seu cabelo e passei por meu rosto sentindo seu cheiro adoçicado.
- Vai querer ir para a escola com um vampiro amanhã? - eu sorria.
- Vou adorar correr esse belo risco. - ela me olhou e avançou para me beijar, mais tive que impedir antes que eu pudesse me descontrolar novamente.
- Não me tente minha querida por favor. - eu sorria.
- Até amanhã. - ela corria até a porta da casa.
Eu apenas consegui soltar um sorriso pelos meus dentes trincados e acelerei meu carro o colocando para correr até minha casa.
Parando meu carro na imensa garagem da casa, disparei ancioso para dentro da casa.
Melissa e Brian me esperavam na sala de teve, me aproximei lentamente e então seus olhos já encontraram os meus.
- Como foi? - Brian dizia todo sorriso.
- Ela aceitou ficar com você maninho? - Melissa dizia rápido.
- Calma gente, eu vou ficar meio louco com vocês assim em cima de mim. Vou falar mais um de cada vez.
- Mais então? Deu tudo certo? Ela já sabe? - eles diziam praticamente quase juntos o que me deixava completamente acanhado pelo modo que disparavam suas perguntas para mim.
- Fala logo Jeremy que coisa. - Brian falava ancioso.
- Sim eu contei tudo a ela meu amigo. - eu sorria, mais nos olhos de Brian e de Melissa pairava o estado de choque.
- Mais e ela o que ela disse? - Melissa praticamente se encolhia ao dizer isso.
- Ela aceitou naturalmente, aliás ela já sabia o que nós eramos então tudo ficou mais fácil entendem. Ela me aceitou do mesmo modo e eu a amo demais por isso.
Era como seu tivesse havendo uma festa em casa, quando Melissa e Brian se atiraram em cima de mim me dando os parabéns e felicitações por estar com alguém que amasse muito.
As unicas coisas que não gostei muito foi ouvir certas coisas como. - largou de ser solteirão. - nossa até que enfim.- Mais fora isso foi tudo muito engraçado.
A noite estava tempestuosa, havia muita chuva eu e Melissa estavamos no salão de jogos, apenas testando nossas capacidades mentais em um grande jogo de banco imobiliário, o que me deixava em um completo tédio.
Minha mente sabia vagar lentamente para os pensamentos em Ana, o meu mundo de fantasias se baseava nela, toda a minha vida se baseava nela e era dela que eu precisava mais do que me alimentar.
Brian entrou lentamente como um vulto branco na sala e sentou em uma cadeira ao meu lado distraído olhando nosso jogo.
- Quem ta ganhando? - ele ria, ele sabia exatamente que Melissa estava perdendo por causa do meu poder.
- Não seja ridículo Brian, é claro que meu irmão está ganhando. - Melissa dizia bufando. - E ainda tem coragem de usar o poder para trapacear.
- Você só tem tamanho de criança e sabe disso Melissa. - eu estava gargalhando.
O tempo lá fora estava começando a ficar feio, estava chovendo demais e como não poderia faltar grandes trovões e relâmpagos cortavam o céu de segundo em segundo.
Foi o tempo de um clarão e então alguma coisa surgiu entre as sombras.
Um vulto encapuzado pairava sobre o beiral de carvalho da porta dupla na sala de jogos.
- Quem é você? - Eu me joguei na frente de Brian e Melissa.
- Jeremy Ion há quanto tempo não?
A voz soou fina e estridente debaixo do grande capuz preto, eu estava completamente desligado pelo jogo por isso não percebi a chegada do intruso.
O vulto começou a deixar a capa cair e meus muscúlos relaxaram.
- Então é você? - eu sorria
- Sim sou eu Jeremy!
O pessoa que eu jamais esperava estava diante de mim com seus dentes faiscando para mim...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

9 - A Verdade.

Ela completou o curto caminho que estava a minha frente, e só pude ver em seus olhos a dor do dia anterior fixos ali ainda.
- Bom dia Ana. - eu simplesmente precisava mudar toda essa situação rídicula que tinha infligido a ela e a seus sentimentos, eu precisava apenas ter o auto-controle sobre meus desejos. - Como vai? - tentei sorrir.
Era como se seus olhos tentassem esconder o grande desapontamento, mais ela foi firme em suas palavras.
- Bom dia Jeremy! Eu estou bem e você como está? - ela fixou seus olhos em mim.
- Estou ótimo Ana, e querendo muito falar com você minha querida.
- É mesmo? Você vai me deixar louca. - seus olhos faíscaram nos meus - Por que faz isso comigo Jeremy Ion? - Sua voz era seca e triste.
- Esta tarde eu lhe prometo minha querida, direi toda a verdade.
- Mais uma vez essa história de verdade? - suas palavras saiam como um gelo afiado, pronto para desferir o golpe em mim.
- Por favor! Você tem que confiar em mim Ana.
- Tudo bem, espero em seu carro no final da aula hoje Jeremy!
Ela saiu em seu andar habitual até sua sala de aula, eu esperei alguns segundos para poder caminhar a minha sala.
Tudo parecia fora do lugar neste dia nublado e abafado, tudo em minha volta parecia estar conspirando a favor da minha conversa com Ana.
O tempo que antes era o meu melhor aliado agora era simplesmente como um piscar de olhos, passava indistinto e quando dei por mim já estava na hora do almoço. Desta vez preferi sentar sozinho e tentar colocar minhas idéias no lugar antes de poder começar a contar exatamente tudo sobre mim e minha família.
O que eu não faria por ela? O que eu queria para ela? Era tudo embaçado e horrivelmente concreto em minha frente, eu sabia o que tinha que fazer e contar a ela apenas me faltava a coragem de colocar na balança a hipótese de que ela poderia me deixar para sempre.
Eu era egoista a ponto de querer que ela ficasse comigo mesmo dizendo sobre minha condição que jamais mudaria, mais aceitaria o fato de que ela não me quizesse e iria embora de Olympia para sempre.
O sinal bateu, o som estridente me fez estremecer na cadeira, o pequeno som que era irritante para mim, agora me soava como um sinal de agouro.
Na aula de biologia estava completamente absorto em pensamentos, lembrando de responder uma ou duas vezes, as questões que o professor me atirava sem precisão. Eu a tinha esperado por toda a minha vida, era a hora da pequena verdade sobre minha família.
Em minha cabeça veios os pequenos flashs de Brian e Melissa me incentivando.
- Vá para sua amada e seja sincero Jeremy, esse é o caminho para ter ela para toda a sua eternidade.
E claro minha irmã não poderia deixar de expressar seus doces sentimentos.
- Jeremy Ion, volte e fale com ela, e por favor não me decepcione eu não tenho um irmão covarde!
Me lembro bem de querer enfiar uma boa maçã na boca daquela pequena tagarela em forma de criança, as vezes Melissa com seu jeito conseguia me tirar do sério a ponto de querer sumir.
Tudo começou a vir a minha mente e realmente já era a hora de poder ao menos mostrá-la tudo o que eu era.
O pequeno sinal tocou, e me prendi a cadeira, me tornei praticamente uma estátua e só sai do pequeno transe quando o professor veio até meu lugar pedir que me retirasse da sala de aula.
Andei vagarosamente tentanto conseguir todo o tempo que podia antes de enfrentar Ana, meus passos eram pesados como se houvessem tijolos que estavam presos a ele, não era bem mais que isso poderia ter exatamente uma tonelada ali era constrangedor ficar nesse estado, sabendo que a frágil na história era ela.
No pequeno estacionamento da escola o chão estava completamente úmido, poderia ter chovido e eu ao menos tinha notado esse pequeno fenômeno da natureza, tão absorto que estava em meus pensamentos. Caminhei lentamente de novo até meu carro e lá parada na porta do carona estava Ana, com a habitual mochila nas costas e seu pequeno fone de ouvido em suas orelhas escutando a pequena música que ela ouvia sem parar, podia ouvir seu lindo coração acelerado palpitando a cada segundo que passava, era como uma linda canção para meus ouvidos aguçados.
Me aproximei do carro, e ela me olhou receosa, tirou seu fone de ouvido.
- O que tanto você quer me falar Jeremy? - a voz gélida ainda estava ali descansando em sua garganta.
- Quero te levar a um lugar onde posso ser quem eu sou e te mostrar o que posso fazer. Entre no carro por favor Ana!
Sem dizer mais nada eu entrei no carro e em seguida ela sentou ao meu lado, meu corpo como sempre ficou frenético com o pequeno espaço que ficava nossos corpos, era completamente enebriante o cheiro de sua pele isso me deixava completamente mais selvagem e me dominava a todo o tempo.
Discretamente abri minha janela para que o perfume de sua pele pálida não me infligisse mais dor alguma, e pisei de leve no acelerador que já começou a disparar para frente até a marca de 110 km/hr. Cortava as ruas da pequena cidade de Olympia sem ao menos olhar para os lados, minha mão estava rigída no volante enquanto ela se mexia e virava para falar comigo.
- Olha a velocidade Jeremy que caramba! Para onde estamos indo?
- É uma surpresa. Quer por favor parar de ser curiosa? - eu sorria sem tirar os olhos do volante.
- Tá. Argh! Não pergunto mais nada, quer dizer só mais uma pergunta.
- E qual seria a pergunta Ana? - olhei preocupado.
- Falta muito para chegarmos?
- Você quer saber demais minha querida, acho que peço apenas que espere uns minutos.
Tentei desconversar todas as tentativas dela de uma conversa para saber onde seria nossa parada, mais é claro ela conseguia ser teimosa feito uma pedra e não desistiu, até eu parar de falar e a deixar no vácuo.
Passamos por uma das praias de Olympia, o cheiro da água salgada me deixava contente, era uma coisa que eu adorava.
O nosso longo destino estava prestes a acabar, e ela só foi perceber pela minha brusca redução de velocidade, paramos até uma grande parte da floresta que dava acesso a minha casa ao final do percurso. Não chegaria com ela tão longe apenas a levaria ao grande rio que cruzava a imensa floresta. Sai do carro, acompanhado por ela e parei em frente ao começo de uma pequena trilha.
- É aqui que vamos agora andar a pé Ana. - eu apenas conseguia sorrir e pensar o quanto ela estaria odiando andar no meio da floresta já que era meio ou completamente desorientada, e não conseguia ficar muito tempo em um lugar sem se perder.
- Floresta? - eu a vi revirar os olhos por cima de meus ombros.
- Sim! E creio eu que você irá adorar o final do percurso. Vamos?
Comecei a caminhar em sua frente, eu sentia o disparar de seu coração pela sua boca, era uma sensação agradável ver que ela ficava completamente anciosa ao meu lado, para dizer que no mínimo era adorável.
A trilha pela clareira era realmente muito difícil para alguém como Ana, o lugar era um terreno esburacado, a grande parte era coberta de um toldo de musgo e arvores, o sol não conseguia penetrar as grandes árvores fazendo com que o lugar tivesse um aspecto sombrio e ao mesmo tempo seguro.
Era difícil de se caminhar, a cada meio minuto era possível sentir Ana escorrer ou mesmo tropeçar, minhas mãos automáticamente seguravam em sua pequena cintura, o que a deixava completamente corada.
Em meia hora, o chão começou a ficar plano, as árvores começaram a desaparecer e de longe já dava ver o rio em que eu esperava conversar e contar tudo a Ana.
- Estamos chegando? - ela já arfava de tão cansada.
- Sim vamos parar no rio logo ali a frente.
Em instantes chegamos ao grande rio, o som da água correndo era realmente tranquilizadora, sua água completamente transparente, o lugar era perfeito para eu poder contar o que era e ao mesmo tempo não deixá-la tão assustada.
Me sentei em uma pedra que estava solta no chão, enquanto Ana olhava boquiaberta para o rio e toda a beleza daquele grande lugar.
- Gostou daqui Ana? - eu a fitava lentamente.
- É um lugar. - a voz dela falhou por um pequeno instante. -, completamente maravilhoso Jeremy, como encontrou ele?
- Esse espaço é onde eu passo a maior parte do tempo para pensar, meditar e também me acalmar, é o meu refúgio quando a casa está muito lotada, - eu sorri pegando uma pedra no chão. - então você está bem com minha presença? Quer me dizer algo? - joguei a pedra longe até cair dentro do rio.
- Sim Jeremy, gostaria muito de fazer uma pergunta a você. - seu coração acelerou frenéticamente.
- Estou aqui o tempo que você quizer meu amor. - soltei um sorriso, que mais pareceu um daqueles sorrisos que modelo faz em catálogo de revista.
- Por que não quiz me beijar? Sente tanto nojo de mim que nem ao menos quer me tocar? - uma lágrima escorria pelo seu rosto.
Trinquei meus dentes com o choque de ver aquela pequena lágrima cair, corri na sua direção e a segurei pelo seu pequeno ombro frágil.
- Eu não fiz isso por que sinto nojo de você ou por que não te amo, - ela me olhava com lágrimas nos olhos - é complicado dizer minha querida e vou tentar lhe explicar tudo de uma vez.
-Explicar o que Jeremy? Que realmente foi tudo um erro? Que era pra eu estar morta naquele pequeno incidente com o caminhão? - ela me fitava. - Fala Jeremy...
Eu não sabia como começar, nem ao menos como explicar a ela, o que realmente eu era e por que não a tocava. Era muito difícil expressar meus sentimentos a ela nessa hora mais eu tentei do jeito mais fácil para que ela entendesse que ela não era a errada e sim a mim.
- Meu amor eu tenho um segredo por trás de tudo, não é por que não te amo ou por que sinto nojo de você é simplesmente por que não quero lhe machucar como já tive vontade. - eu me afastei dela e voltei a me econstar na pedra.
- E qual é o segredo Jeremy Ion? - ela estava em pé e olhando para mim com uma dor profunda, queimava em seu coração e eu queria fazer parar tudo aquilo.
- Ana antes eu preciso te dizer o que realmente significa para mim, será que pode entender isso primeiro? Depois você pode fazer o que quizer. - eu tentava esconder o medo através da minha voz um pouco mais grave.
- Posso Jeremy, e você também vai saber o que penso.
Eu tentava soltar as palavras, mais era com se estivessem se embolando em minha garganta, esperei pelo momento certo.
- Ana, eu sou perigoso para você meu amor, não quero colocar você em risco algum, mais eu já não quero mais ficar longe de você, eu estou me recusando a cada dia que passa ficar longe dos seus olhos, do seu doce sorriso e da sua pele. - eu tremi com as verdades em minhas palavras. - Eu sou seu minha querida, mais não quero te machucar dá para você entender isso? - olhei aflito para ela.
- Jeremy você está tão arrependido, devia ter me deixado morrer. Mais se você que gosta tanto de mim, para com essa baboseira de ficar longe, por que eu não suporto mais ficar longe dos seus olhos. - ela tocou em meu rosto e sentiu um choque ao me tocar. - Você é tão gelado Jeremy o que você tem? - ela me olhava apavorada.
- Eu sou assim Ana, mais o que eu te disse é a coisa mais sincera que eu disse em toda minha vida.
- Você sabe também meu querido, que eu somente desejo ficar perto de você, de realmente demosntrar tudo o que eu sinto por você que está guardado em meu coração para te dar.
O tempo parecia estar realmente mudando o cinza escuro que deixava o céu completamente carregado ia perdendo sua força e começou aos poucos ser tingido por um cinza claro quase transparente.
- Ana o que você já notou de diferente em mim? - eu a olhava curioso.
- Do que você está falando Jeremy? - ela fitava sem entender qualquer sentido em minha frase.
Aos poucos o cenho franzido de Ana mudou para um ár de que havia entendido toda a pergunta e o que isso englobava.
Ela ficou sem se mover, até parecia a mim em certas vezes, mais eu ouvia seu coração acelerar com velocidade, seus lábios estavam ficando branco e ela parecia meio enjoada.
- Ana você está bem?
- Espere um minuto por favor estou tentando digerir tudo Jeremy.
Eu apenas a fitava nervoso, meus dentes trincaram de raiva por estar fazendo isso com ela, mais eu queria que ela realmente soubesse da verdade e isso implicava em lhe contar tudo.
Finalmente ela acabou recobrando os sentidos que lhe tinham fugido e então a cor em sua boca voltou e ela voltou a se mexer.
- Você é completamente rápido, é gelado, consegue ler a mente das pessoas e é extremamente lindo. Mais o que isso tem a ver com seu segredo.
- Ana você nunca reparou que eu possa ser algum ser de outro mundo ou qualquer coisa do tipo?
- Rá Rá Rá! Já tive algumas idéias sobre o que você poderia esconder de mim.
- Então me diga o que você já achou que eu seria? - sorri olhando curioso para ela.
- São coisas idiotas Jeremy, não quero que me acha uma completa idiota. - ela riu.
- Eu prefiro ouvir mesmo assim.
- Está bem! Foi você quem pediu. - ela sorria corada - Eu já pensei em você ser um E.T ou um cara com poderes que salva o mundo por ae. - ela ria da própria resposta.
- Acho que um E.T eu teria que ser um pouco mais verde amor, e um herói?
Não salvei a vida de ninguém para ser um.
- Ah entendo! Eu sou um ninguém não é mesmo? Você me salvou mais eu não significo nada para você. - ela olhou frustrada.
Ela olhou fixamente para mim e em seguida começou a voltar para a trilha de onde viemos minutos antes.
- Ana por favor volte! Não foi isso que eu quiz dizer, você eu salvaria sempre e vou proteger você para sempre, por que é você quem faz do meu mundo um lugar melhor e é por você que eu continuo aqui com minha vida. Você é garota que fez o monstro se apaixonar.
- Você não é um monstro! - ela retrucou e voltou e parou no meu campo de visão.
- Sim eu sou e você irá me temer assim que eu disser o que eu realmente sou minha querida.
- Não diga nada daquilo que você não sabe Jeremy, você não sabe o que eu penso ou deixo de pensar, então por favor pare de tirar conclusões do que jamais vai saber. - ela me olhava frustrada.
-Eu sou... - minha voz novamente falhou e eu me acovardei.
- Você é o que Jeremy? - ela estava completamente curiosa.
- Não fez sua lição de casa meu amor?
- Não quiz me meter em sua vida, não tinha esse direito, queria que seu amor por mim fosse mais forte do que qualquer coisa, para você poder me contar por me amar. - ela estava triste novamente.
- Mais e seu eu te perder meu amor? Eu não suportaria te ver me olhar como um monstro ou um assassino que não tem sentimentos. - eu estava ficando enlouquecido de desespero.
- Por favor Jeremy! Está na hora de você me mostrar quem é de verdade.
- Eu vou te contar e espero que realmente nada mude depois disso.
- Jamais irá mudar, eu sempre vou querer você perto de mim.
- Sim Ana depois dessa minha revelação tudo pode mudar para mim e para você. - eu tentava escapar da verdade a qualquer preço. Mais o que todos diriam de mim se eu fugisse mais uma vez como covarde? Não eu não podia sair daqui novamente feito um covarde.
- Não seja estúpido Jeremy, você as vezes me subestima demais sabia? - ela me encarava.
- Por favor eu quero que me entenda, depois disso ok?
- Sim. Eu prometo te entender mais agora fale Jeremy.
O ár parecia ter ficado mais quente, ou era possível que eu congelasse ainda mais antes de poder contar a verdade?
Isso eu não poderia saber, eu jamais iria saber o que ela pensava se eu não contasse, inspirei o ár e o soltei lentamente e me coloquei a falar rápido e prático:
- Ana meu amor eu não sei se você irá acreditar mais, eu sou um vampiro Ana! - as palavras foram como eu imaginei, um verdadeiro tapa na cara de Ana, o choque da palavra vampiro tingiu seu rosto de medo.
O meu desespero estaria para começar neste exato instante em que ela respirou...