quinta-feira, 6 de agosto de 2009

6- Sentimentos.



Meu cerébro suplicava para não dizer a verdade, mais meus lábios começaram a se mover, então algo que eu não esperava aconteceu.
Seus dedos se moveram rápido e tocaram meus lábios, e foram os seus que se moveram em um jato impressionante:
- Não importa agora! temos tempo para isso! - ela me olhava sorrindo.
- Eu só queria dizer Ana e ainda quero, eu era forte sem você, mais com você eu me sinto vivo, me sinto feliz como jamais fui em anos.
Seus olhos encontraram os meus, ela estava curiosamente contente, a expressão de seus olhos me fascinava, era ela a única que fizeram meu mundo firar em décadas de existência.
O estupor me deixou em êxtase, o toque de seus dedos em meus lábios, o doce aroma de sua pele, minhas células reagiram nervosamente e bruscamente ao seu toque.
- Jeremy você está bem? - ela sorria.
- Sim eu estou, perdoe-me por falar estas coisas Ana!
- Não vou te perdoar! - ela me olhou incisivamente.
- Ana seja razoável, por favor! - meus olhos tentavam encotrar os dela.
- Não irei te perdoar Jeremy, por que eu também sinto o mesmo por você eu também me sinto feliz ao seu lado, você é único e singular.
Seus olhos encontrar os meus, sua face corada estava mais relaxada, seus olhos cor de mel transbordavam felicidade e isso me fazia o homem mais forte e mais feliz do mundo.
- Eu gosto muito de você, preciso muito de você e já não me permito viver longe de você!
- Eu também me recuso ficar sem você Jeremy, tudo o que me importa e que eu tenho de importante é você!
Eu podia estar corado ou demonstrar o que eu sintia tocando sua face, mais me contive, não podia estragar nosso momento, o nosso mundo onde existia apenas nós dois.
O jantar veio e como sempre, fingia comer a comida que para mim não havia motivo para engolir, a comida humana para mim era horrível, o único jeito era jogar toda a comida em um guardanapo sem que ela percebesse.
A sobremesa foi escolhida por ela, um sundae que por palavras dela estava divino, eu não gostava disso e muito menos do cheiro, o aroma dela era bem mais forte e mais delicioso que isso, mais ver ela feliz já me bastava.
Aproveitamos para conversar e então deixei ela fazer suas perguntas,e claro eu tentei esconder a real verdade do que erámos, não era para ser agora eu não queria que ela me visse como um mosntro, não agora.
- Como sua familia é? - ela perguntou curiosa.
- Bom somos em quatro pessoas, Jonatan, Elizabeth, Melissa e eu. - sorri.
- Mais por que você os chama pelo nome? - ela franziu o cenho.
- É por que não sou filho legítimo deles eu sou adotado, apenas Melissa é filha biológica de meu pai e minha mãe.
- Meu desculpe, eu sinto muito deve ser difícil para você né? e seus pais biológicos?
- Não precisa se desculpar eu os amo demais, é a minha família de verdade agora. Bom meus pais biológicos morreram há alguns anos atrás.
- E por que vocês moram tão escondidos dentro da floresta?
- Gostamos de privacidade, e meu pai gosta de pescar! - eu ri da própria mentira.
- Jeremy está ficando tarde e eu preciso ir embora! - ela me olhava chatiada.
Minha bolha de felicidade particular explodiu, eu acabei voltando para a minha realidade.
- Eu entendo, seu pai ainda não sabe não é? - me levantei e puxei a cadeira para ela se levantar.
- Não. Eu prefiro não falar disso por enquanto! - ela se levantou sorrindo.
- Entendo, então vamos embora.
Algo que eu não esperava aconteceu, ao meu lado ela pegou em minha mão e eu a senti tremer, eu tirei rapidamente minha mão da dela.
- Me desculpe Ana! - olhei amargurado.
- Você é gelado, é rápido... Jeremy por favor quem é você? - ela falou frenética.
- Pego você amanhã na sua casa para irmos a escola juntos? - desconversei.
Ela percebeu que eu tinha encerrado o assunto.
- Sim! Eu te espero amanhã cedo. - falou ela derrotada.
Paguei o restaurante e a levei até o carro, abri a porta e sorri para ela.
- Eu não sei ficar mais sem você Ana! - sorri com felicidade.
- Eu também não sei mais pensar em minha vida sem Jeremy Ion! - ela sorriu. - Boa noite meu Jeremy.
- Boa noite minha querida Ana.
Ela deu um sorriso, e fechei meus olhos para me lembrar e fixar seu rosto e minha mente mais uma vez.
Entrei em meu carro e parti para casa. A chuva tinha cessado um pouco, adentrei na floresta que dava acesso a minha casa, estacionei meu carro e ao que parecia a única qeu quicava em seu lugar era Melissa.
- E então como foi irmão? - seus olhos brilhavam de curiosidade.
- Foi uma noite perfeita e maravilhosa, não me sentia feliz assim há décadas. - sorria feito um bobo.
- Mais e o beijo como foi? Você não bateu os dentes nos dela né? - ela parecia preocupada.
- Claro que não Melissa, eu sei beijar né! - todos riram inclusive eu. - Mais não houve beijo algum.
As risadas cessaram e vi a frustração nos olhos de minha pequena irmã.
- Mais irmão por que? O que houve? - ela me olhava com tristeza.
- Eu simplesmente disse a verdade de meus sentimentos a ela e não sobre o que sou, eu não quero perder ela por ser o que sou irmã. - respondi com a voz suplicante.
- Tem medo de ela te deixar por isso? - ela me olhava incrédula.
- Sim Melissa eu tenho medo de perdê-la por qualquer motivo aparente. - olhei de canto.
- Se ela te deixar por isso é sinal de que o amor dela não é forte, irmão não pense desse modo.
- Melissa tem razão filho, não seja infeliz por isso, converse com ela amanhã! - minha mãe disse protetoramente.
- Quero que continue assim pessoal, não quero forçar ela a me aceitar, ela me ama assim e é assim que irei ficar com ela sem envolvê-la nesse turbilhão que é a nossa vida.
- Isso é uma pena irmão, adoraria conhecer ela. - disse ela triste e derrotada.
- Um dia você irá conhecer ela maninha, isso eu prometo! - sorri com cautela.
- Espero que sim! - e ela voltou a sorrir.
- Alguma notícia do assassino? - olhei para Brian e Mícara sentados no sofá.
- Não obtivemos nada, ele apenas desapareceu e as mortes também pararam, o que viemos a crêr que seja o mesmo assassino! Mícara dizia e olhava para o fundo da sala.
- Isso é realmente estranho! O Jeito é esperar pelo próximo ataque!
- O Jeito é esperar e mantermos a calma! - Adam e Seiky saíam do corredor escuro sem se preocupar com nada.
- Jeremy tenho uma pergunta a lhe fazer! - Seiky falou estreitando seus olhos para mim.
- E qual seria a pergunta Seiky? - falei de mau humor.
- Percebi que a maioria de nós possui apenas um dom, mais você tem mais outro além da leitura de mentes correto? - ele disse com uma calma que me irritava.
- Sim, depois de uma semana que estava aqui despertei o dom da auto preservação. - tentei não falar sobre os detalhes de meu dom.
- Mais auto preservação todos nós temos Jeremy! - ele indagou.
- Sim todos nós temos, mais meu dom consegue ser cem vezes maior que o normal.
Ninguém falou, ele apenas assimilou e analizou todas as minhas palavras deu um grande suspiro e falou:
- O chefe Ion consegue fazer milagres com sua família, todos vocês tem um dom, e um dom extremamente poderoso.
- Realmente interessante. - ressaltou Adam.
- Mais alguma coisa Seiky? - olhava para ele friamente.
- Não, era só isso que eu queria saber sobre você cavalheiro, se me der licença.
Então ele e Adam saltaram para as sombras novamente.
- Vou para o quarto. Até mais tarde.
- Jeremy não ligue para os dois. - Brian disse sorrindo.
- Sem problemas amigo. - falei calmamente.
Subi as escadas com os sussurros abafados de Melissa para minha mãe.
- Eu fiz tudo aquilo para ele beijar ela mãe...
Dei um meio sorriso e fui para o quarto, tirei meus sapatos e minha camisa, e liguei o som baixo, rolava o cd de clássicos tocados no piano algo que eu gostava muito.
Deitado em minha cama eu cantarolava baixinho cada música que rolava no cd.
Foi a noite mais especial de minha existência, eu ainda conseguia ouvir a voz de minha amada, cada suspiro e cada sorriso me fazia ficar em frenesi eu a sentia comigo agora, eu tinha necessidade de ter ela, era a única coisa que eu tinha necessidade de possuir como se fosse meu alimento mais desejado.
Eu só conseguia pensar nela e querer ela e foi esse frenesi noite adentro.
De manhã, eu sai um pouco mais cedo de casa, queria estar na casa dela o quanto antes e assim saciar o meu desejo de ver seu lindo rosto perfeito.
Cheguei e assim que o carro do pai dela saiu da casa, eu encostei o meu e a esperei na porta do carona. Olhei fixamente para a janela de seu quarto até que a vislumbrei, minhas pernas arquejaram e eu apenas consegui sorrir para ela, e seu rosto perfeito retribuiu meu sorriso, aquele rosto angelical e maravilhoso.
A porta da casa se abriu e lá estava ela, quase tive um acesso. A vontade de abraçar era evidente em minha mente.
Realmente ela estava muito linda, com um suéter vermelho e jeans claro, e sua inseparável mochila preta, ela parou na minha frente e sorriu
- Você está linda meu amor! - eu sorri
- Obrigada Jeremy. - ela corou
Abri a porta do carro para ela.
- Primeiro as Damas! - toquei seu cabelo de leve.
Fechei a porta e corri para o meu lado, me sentando ao seu lado, olhei a minha pequena atentamente e sorri.
- Você não tem medo mesmo de ficar comigo não é? - a olhava feliz.
- Eu sinto ter que te desapontar mais não tenho medo de você! - ela riu de minha cara.
- É você tinha que ter um defeito! - ri junto.
- E qual seria Jeremy Ion? - ela fez cara de choro e riu depois.
- Você é maluca de não me temer.
- Acho que é por que sei que não há nada para se temer, eu confio em você e é por isso que estou no seu carro indo para a escola com você.
- Mais tenha cuidado Ana por favor!
- Eu confio a minha vida em você não se esqueça!
A olhei meio decepcionado mais desisti de querer demosntrar ódio por ela. Arranquei com meu carro e no caminho para a escola, ela foi me fazendo sentir cada vez mais humano, eu jamais havia sentido isso em toda a minha vida.
Parei meu carro na vaga de sempre do estacionamento, e sua mão foi para a maçaneta da porta.
- Pode por favor esperar eu abrir a porta? - revirei os olhos.
- Tudo bem, faça isso Richard Gere mandão. - ela sorria.
- Você é espertinha isso sim. - pisquei para ela e ela perdeu a respiração.
Desci do carro e abri a porta para ela, a peguei e a levantei do banco e a segurei pelo ombro e andando em direção ao pátio da escola.
A escola que normalmente me ignorava, acabou parando para ver o mais novo casal da escola, o temido Jeremy Ion e a tímida e doce Ana Smith.
Me senti incomodado com os olhares que furavam até paredes, e pelo visto isso incomodava Ana também mais fingia ser tudo normal.
- Por que será que todos nos olham tanto Jeremy? - ela soltou em um sussurro muito baixo.
- Deve ser por que ponho medo na escola inteiro menos em você, e claro você está abraçada comigo. - eu ria com vontade.
- Não tem graça Jeremy, somos um casal como outro qualquer.
- Bom acho que não sou tão normal assim meu amor. - ela estremeceu.
- Não gosta que eu te chame assim? - estreitei meus olhos negros para ela.
- Não estremeci por isso Jeremy, todo mundo me viu com você agora, e concerteza Amanda vai vir perguntar para mim o que eu sinto para você e se estamos namorando.
- Isso vai ser muito interessante, ficarei me deliciando e curioso para saber o que você sente por mim. - sorria mais alto que o normal.
- Jeremy você é um teimoso, você sabe o que eu sinto por você. - ela bufou.
- Você disse superficialmente portanto...
O sinal tocou eu dei um beijo de leve em seus cabelos.
- Estarei ouvindo o que você for falar, e não tente trapacear!
- Você vai escutar? - ela me olhava.
- É um talento meu , e claro que estarei atento a essa conversa toda Ana. Boa aula querida. - caminhei para minha sala enquanto sorria.
Sabia que elas teriam a segunda aula juntas, tratei de me entreter na primeira aula de história, tentei estudar com mais empenho é claro que a matéria era bem sem graça, já que eu tinha vivido isso pessoalmente e soubia de mais detalhes que um livro escolar.
No meu segundo tempo eu tive aula de biologia, me sentei na habitual carteira de granito preto, e procurei o pensamento de Amanda pela escola e como previ ela foi rápida no gatilho, eu me concentrei na mente de Amanda enquanto ela atacava Ana e me desliguei da aula por completo.
- Oi Ana, o que está rolando entre você e o Ion? - ela dizia atrapalhada e curiosa.
- Oi Amanda, pois é eu e o Ion estamos saindo juntos. - era o que Amanda assimilava.
- Que legal. E já chegaram ao primeiro beijo?
- Ainda não Amanda, nossa relação é meio complicada!
- Mais o que você sente por ele Ana?
Me pendurei com força na mesa eu estava quase destruindo ela toda, estava completamente nervoso com sua resposta e esperava ouvir o que eu sentia por ela.
- Eu gosto dele Amanda, como dizem é um rolo o que temos, e não sei se ele gosta de mim de verdade.
- Eu pensei que fosse algo mais sério Ana.
- Não é apenas um rolo.
Eu comecei a ficar enraivecido por não conseguir ler a mente de Ana, e percebi que tinham mudado de assunto.
Eu precisava ler sua mente, queria saber a verdade em seus pensamentos e isso estava me matando.
Meu ódio e raiva eram tão grande que minha vontade era de detruir a sala toda e não deixar vestígios de nada.
Eu não acreditava nas palavras de Ana, era apenas um rolo estava morrendo de ódio, eu esperei anciosamente pelo intervalo e queria que o tempo passasse para falar com ela.
O sinal tocou peguei minhas coisas e disparei porta a fora. eu andava tão rápido quem em apenas cinco segundos estava parado na parede em frente a sala dela. Eu a vi saindo tropeçando nos amigos, ela abriu um sorriso quando me viu :
- Oi Jeremy!
- Oi! - eu a olhava entristecido.
- Você está bem? - ela me fitava sorrindo.
- Você quer que eu esteja bem depois do que disse a Amanda? - minha raiva subindo por minha voz.
- Jeremy eu falei para você que não era para você ouvir, você já sabe o que eu sinto por você, e simplesmente não gosto de falar de sentimentos com qualquer pessoa mesmo que seja minha melhor amiga o que sinto é só meu e seu de ninguém mais!
Eu ainda a fitava com tristeza, as palavras antes ouvidas eram como uma faca cravada sem piedade alguma. Andei em direção ao refeitório e me sentei na mesa, abaixei minha cabeça e simplesmente não disse mais nada, meu rosto transpassava apenas a dor das palavras dela.
- Isso é o que dá ser xereta, o que eu tenho para dizer eu digo para você, eu te amo e te adoro, eu te quero e preciso de você. Jeremy o que disse a Amanda minutos atrás era apaenas para não ter que ficar com ela na minha cola. - ela sorriu.
- É deve ser. - disse carrancudo.
- Você é um bobo, só existe você para mim agora.
- E para mim só existe você em meu universo particular. - eu agora sorria.
O sinal tocou tão rápido hoje que nem havia saciado minha vontade de ficar perto dela, nos levantamos e a levei para sua sala.
- Te vejo logo Ana! - falava sorrindo.
- Eu conto os minutos para isso. - ela corava.
Fui para minha aula mais calmo e feliz, hoje eu tinha um teste de geometria, eu odiava essa matéria mais por estudar décadas e décadas cabei sabendo mais do que gostaria, portanto a prova foi um ato automático, fiz a prova em segundos e a entreguei.
Sentado em minha cadeira olhava através da janela e me peguei pensando em Ana novamente, eu apenas podia ficar no meu estupor diário para sempre, isso me fazia sentir ela mais perto.
As aulas passaram e fui ao encontro de minha amada, ela sempre estava ali sorrindo para mim, me aproximei e beijei seus cabelos e percebi o ódio de Tristan em seus olhos.
- Seu amigo Tristan me odeia não? - eu ria de seus pensamentos.
- Não sei Jeremy, e não importa a opinião dele, só importa o que eu sinto por você.
- Eu entendo mais sim, ele me odeia e até demais!
- Como você sabe? - ela revirava os olhos. - Mais algum mistério dos Ions?
- É apenas um palpite correto, isso dá para ver nos olhos dele Ana.
- Você é incrível Jeremy Ion.
No carro ouvíamos o meu famoso cd de Strauss, é claro ela também gostava de músicas clássicas.
Paramos em frente a sua casa e começava a chuviscar, o céu estava em uma cor linda, em meu movimento automático deslizava meus dedos por seus finos cabelos, seu perfume era intoxicante, minha boca salivava era de dar água na boca, era difícil ficar com ela em um ambiente muito fechado, eu me sentia em estado de desespero.
- Quer entrar em minha casa Jeremy? - ela estava nervosa suas palavras sairam trêmulas.
- Seu pai iria querer me ver aí dentro sozinho com você? - eu a fitava com meus olhos negros que faíscavam.
- Você não estará aqui quando ele chegar!
Ela riu e saiu correndo para a porta da casa, eu a acompanhei e sai de meu carro a chuva fina deslizava por meu rosto pálido e frio isso era reconfortante para mim.
- Bom como dizem , a casa é sua. - ela ainda ria.
- Faça as honras!
Estendi meu braço para ela entrar primeiro, ela entrou e saiu acendendo as luzes da casa e se dirigiu a cozinha comigo em seu encalço.
A casa era totalmente organizada, tudo em seu devido lugar. A sala que deveria ser a maior parte da casa era decorada com fotos de Ana em todas as suas formaturas, havia dois sofás médios e uma pequena poltrona velha em volta da grande teve de plasma que se situava no centro do aposento, pelo visto seu pai ainda não havia superado a perda de sua mãe, havia uma foto dela em um pequeno porta retrado ao lado da televisão.
A cor de suas paredes num tom Pastel era doce e humilde, poderíamos dizer que seria a casa de uma mulher solteira e não de um homem com uma filha adolescente.
Entrando na cozinha pude ver que era o lugar mais alegre da casa, era um pequeno espaço em verde, ali poderia ficar no máximo três pessoas sem se chocarem.
Ela remexia na geladeira e tirou uma grande garrada de água.
- Quer um pouco de água?
-Não, muito obrigado eu estou bem.
Olhando a cozinha toda vi o livro Romeu e Julieta caído na cesta de frutas e então tive que falar:
- É impressão minha ou é da maioria das pessoas, que toda menina gosta de ler Romeu e Julieta? - peguei o livro surrado na cesta de frutas.
- É a maioria gosta Jeremy, pelo menos é meu livro favorito. - ela sorria.
- Gosta tanto assim de ver amores trágicos? - eu a encarava.
- Não é pela tragédia que leio, é pelo amor que eles sentem , esse amor é igual ao meu por você Jeremy. - ela fixou os olhos nos meus.
- É eu também sinto o mesmo por você meu amor.
Me distrai aos poucos vendo ela fazer seus afazeres domésticos, acabei rindo um pouco de sua luta contra a máquina de lavar, e claro por conhecer ela até demais em apenas alguns dias sabia que era uma luta perdida, para ela no caso. Cansado de ver ela se molhar, eu me ofereci para ajudar e ela aceitou sem questionar.
A tarde ao lado de Ana era tão humano, tão simples, eu poderia sentir meu coração pulsar frenético se eu tivesse um para bater em meu peito vazio e oco.
Meus ouvidos indicaram o barulho do carro do pai de Ana, e claro Henry era um homem que se podia temer se fosse humano.
- Ana meu amor, está ficando tarde e logo seu pai estará aqui e acho que isso nem de longe seria agradável concorda?
- Tudo bem então. Eu te vejo amanhã? - ela sorria.
- Sim. Te pego logo cedo para irmos a aula juntos amor.
Beijei levemente seus cabelos e disparei para a porta, ela estava na porta quando pisquei e desci a pequena avenida em direção a minha casa.
Aparentemente não havia ninguém em casa, o silêncio era perfeito para mim, já que ultimamente não tinha tranquilidade para mais nada, nem para minha maldita existência.
Fui até a sala de música, uma grande sala espelhada, com seu teto e sua única parede pintados em preto, para mim preto era realmente inspirador e me sentei no meu grande piano de cauda.
No piano procurei tocar algumas notas, mais havia uma música em minha mente e era para minha querida Ana. Tentei colocar a música no piano e depois de algumas tentativas pude ouvir a música de minha mente rolar no piano.
Era uma música doce e serena, uma música de ninar a chave para ter ela em meus pensamentos até em meu piano.
A doce música que tocava atraiu a atenção de minha mãe que havia chegado em casa, ela se sentou calmamente ao meu lado para ouvir. Eu tocava com todo o meu amor e ela sentiu isso, por que seu rosto se abriu em um grande sorriso doce e feliz.
- Que bom que ela você se sentir assim filho! - ela sorria
O piano parou de tocar e me virei para ela suspirei e disse:
- Ela é a pessoa mais importante para mim, eu achei por quem esperava há cento e vinte anos mãe, e eu não posso perde-lá eu nunca me senti tão feliz em minha existência como sou agora.
- Eu fico muito feliz por você filho, e realmente muito grata por ela ter entrado em seu caminho filho. - ela me abraçou sorrindo.
- Mãe isso é só entre a gente tudo bem? - eu a olhava constrangido.
- Tudo bem Jeremy, não direi nada a ninguém.
Jeremy, Elizabeth, Seiky, Adam! - a voz de Brian ecoava da sala de visita.
Chegamos lá em um átimo, os olhos claros de Brian faíscavam, assim como os de Mícara.
- O que aconteceu Brain? - Adam dizia das escadas ao lado de sua sombra Seiky.
- Recebi uma ligação do clã de Nova York!
- O Clã de Frederico Marsters? - perguntei.
- Sim o clã dele, ao que parece Âmago o único talentoso da família foi destruído também, o destruiram em questão de segundos pelo que Frederico disse.
- Mais que droga é essa? - olhei para todos incrédulo.
- Não sei, ao que parece todos os talentosos de todos os clãs do nosso país estão sendo destruídos. - Seiky falava calmamente.
Ele simplesmente continuou a falar calmamente com todos:
- O que me intriga é seu clã, os Ions são o maior clã de talentosos que conhecemos de todo o país e simplesmente deixaram vocês de lado e atacaram outros talentosos por aqui, isso é realmente estranho demais não acham?
- Deve ser pelo falto do clã ser grande Seiky, por isso não ousaram atacar, ainda mais com Elizabeth aqui e seu famoso talento de boqueio, o talento dela é impressionante. - Adam mais pensava consigo mesmo do que falava com todos.
- Já ligaram para Jonatan? - perguntei.
- Sim Jeremy já ligamos, Adam, Mícara e Seiky ele está esperando por vocês no aeroporto, então não demorem vão logo!
- Já estamos indo, se cuidem! - a voz áspera de Adam ecoava pela casa.
A porta deu um pequeno estalo só podíamos ouvir o som das rodas do carro distante já na estrada.
- Isso está ficando estranho, por que os talentosos? E por estão sendo destruídos? - pensava alto.
- Não consigo entender também Jeremy, mais o que aparenta é que o assassino também é um talentoso. - ele disse com a voz entrecortada.
- Concordo com você Brian, não se pode acabar com um talentoso, sem ao menos ser poderoso o bastante ou obter um grande talento.
- Não quero que me peguem irmão. - Melissa dizia tristemente até grudar em mim.
- Calma Melissa fique calma maninha! - eu sorria. - Eu jamais deixarei que toquem em você minha pequena irmã.
- Eu sei que não, você é o mais forte da família, luta melhor que papao e mamãe juntos. - ela sorria.
- Irmã estamos seguros e você também está não se preocupe com isso!
A noite estava quente e abafada mais sem estrelas no céu, olhava da minha sacada o grande céu negro e só havia uma única estrela em meus olhos.
O rosto de minha amada, o rosto que eu precisava ver logo, os sentimentos contido por décadas agora escorria sem parar como um grande rio represado.
Era o começo da minha vida, décadas morto ou talvez podíamos dizer que estava adormecido, esperando por alguém me fazer abrir os olhos e respirar, e ela fez isso por mim, eu jamais poderia retribuir tudo o que ela estava me dando a partir de agora.
A porta ia ser tocada mais eu fui mais rápido:
- Entre Brian!
Vi o rosto perfeito e translucido de meu amigo se esgueirando pela porta, seu rosto apesar de tudo o que estava acontecendo parecia calmo e sereno.
- Oi Jeremy!
- O que houve Brian? - olhei de canto.
- Não houve nada, só queria saber o por que de andar tão quieto ultimamente!
- É por que não há nada para se falar, não sou de conversar e você sabe disso amigo! - eu sorria.
- Isso envolve Ana ou seria outro motivo? - ele me encarava.
- Brian já disse que não quero conversar. - trinquei os dentes. - Peço que me respeite por favor! Olhava para ele enfurecido, mais resolvi olhar para o céu para extravasar, ele só estava preocupado comigo.
- Eu sei disso Jeremy, eu só queria ajudar você mais percebi que não quer a minha ajuda! - sua voz era ressentida.
- Eu sinto muito meu amigo.
Mais a porta já havia sido fechada e sabia que ele havia ouvido minhas palavras de desculpas.
Voltei a meu pensamento anterior o de minha única estrela, e amanheci nesse pensamento.
Esta manhã algo estava diferente, uma coisa estranha pairava no ár algo a ser captado por meu cérebro, era meu dom funcionando ou apenas paranóia minha por estar sob pressão?
Novamente meu dom não falhou e o meu pequeno celular azul vibrou, ele ja estava aberto no primeiro toque e então falei:
- Alô? - minha garganta estava seca.
- Jeremy vocês estão todos bem? - a voz de meu pai era perturbadora.
- Estamos bem Jonatan, aconteceu alguma coisa?
- Meu filho erramos ao vir para cá, agora estamos correndo perigo!
- Mais pai o que houve? - minha voz estava completamente sem vida.
- Estamos no rastro dele, ele agora sabe quem está atrás dele, eu me separei dos outros para procurar melhor.
- Pai eu não entendo o que está acontecendo?
- Filho...
A voz de meu pai havia sumido do telefone, e só pude ouvir o telefone ficar sem linha.



Um comentário:

  1. a história começa a ficar cada vez mais emocionante!
    ai kaio, curiosa....


    beeijos

    ResponderExcluir