domingo, 23 de agosto de 2009

10 - Revelação.



Era como se todo o mundo tivesse parado diante dos meus pés, eu não sentia meus pés era como se tudo estivesse fugindo do meu alcance.
Tudo o que eu tinha escondido por semanas para me proteger havia sido dito e esclarecido hoje, não havia mais volta.
Eu estava tão insano, que meus pés sumiram e meus joelhos cederam. Ajoelhado no chão, ainda conseguia ouvir a respiração irregular de Ana em meus ouvidos, o pequeno coração de Ana disparava a cada respiração era doloroso demais ouvir aquele som.
Foi Ana que me tirou de meus desavaneios quando sua voz soou fraca em meus ouvidos:
- Eu já sabia o que você era Jeremy. - ela me fitava docemente nos olhos.
- Mais como você já sabia, eu jamais dei alguma pista do que eu era. - olha estarrecido por aquela simples revelação me fazer tão bem.
- Jeremy, você jamais comia, fala como se vivesse décadas atrás, sem contar que você é forte, rápido e gelado demais. - ela tomou fôlego e continuou. - Quando senti que você era gelado eu já havia percebido tudo, sem contar que havia feito uma pesquisa sobre vampiros na internet antes.
- E agora você tem medo de mim, Ana Smith? - eu a olhei com os olhos atormentados.
- Eu não tenho medo de você Jeremy. - Ela se aproximou e ajoelhou na minha frente como um anjo, e tocou de leve o meu rosto pálido e gelado, eu a olhei e senti seus olhos se fixarem aos meus.
- Pois devia sentir um medo terrível de mim Ana, eu sou um predador e você a minha presa, já ouviu falar em cadeia alimentar? - senti minha voz sair entrecortada.
- Eu confio em você e sei que jamais vai me ferir.
- Não quero que seja tão otimista, posso te machucar mesmo não querendo.
- Eu não me importo, já estou envolvida demais para voltar atrás Jeremy! - sua voz subiu uma oitava.
- É tão suícida assim? Não seja tola! - eu me levantei sentindo um arrepio pelo meu corpo.
- Não sou suícida Jeremy. eu te conheço você é bondoso e gentil, e jamais me machucará. - as palavras dela me enchiam de raiva ou invés de tranquilidade, eu sabia que não era tudo isso e que eu podia machucá-la da pior forma possível, ou até mesmo matar ela.
- Você não sabe o que está dizendo Ana!
Me levantei e fui até a grande pedra em que eu estava sentado minutos atrás, sem o menor esforço levantei a pedra do chão e a atirei com força no rio, o barulho foi realmente muito alto e pequenas ondes quebravam na beira do rio.
- Você está vendo o que posso fazer se eu não me controlar? - meus olhos faíscaram nos dela.
- Jeremy, Por favor eu não quero ficar longe de você. - ela se aproximou e me abraçou apertado.
Foi como um chicote elétrico em meu corpo, tudo reagiu instintivamente eu só queria tocar sua pele como ela fez comigo mais um súbito desejo de colar meus lábios em seu pescoço e lhe devorar a vida percorria cada célula insana de meu corpo gélido. Tentei afastar a idéia de meu corpo e da minha mente insana, tentei controlar mais tudo estava acontecendo muito rápido, era uma confusão eloquente de sentimentos e eu só sabia que eu a deseja, queria seu corpo, seu sangue quente e vermelho bombando por suas veias.
Meus olhos ardiam como se estivesse abertos pela primeira vez, era como se existissem dois Jeremys, o que a amava acima de tudo e de todos, e o Jeremy insano que só pensava em Ana como uma fonte de alimento.
Seu sangue pulsava, seu cheiro adocicado estavam me deixando completamente atordoado e sem sentido algum, minha boca salivava como nunca havia salivado antes, meu corpo ficou em forma de ataque.
Mais por alguns segundos, uma brisa leve nos tocou e pude em segundos voltar a si e me afastar dela e me esconder nas sombras das árvores como um tiro cego de uma arma.
- Jeremy onde você está? - ela procurava frenética por mim.
- Não se aproxime por favor!
- Por que saiu assim tão rápido, eu fiz algo de errado?
- Vou levar você embora agora, só me deixe acalmar. Foi o momento mais difícil da minha vida agora. - minha voz saiu entrecortada.
- Por que? Fiz algo de errado Jeremy? - ela suplicava desesperada.
- Não, você não fez nada, eu sou um monstro. - minha cara era de pavor e eu não queria que ela visse isso, tentei me recompor mais estava sendo mais complicado do que imaginava.
- O que está acontecendo Jeremy? - sua voz subiu algumas oitavas até sumir.
Eu me esforcei ao máximo e sabia que meu rosto de dor não iria desaparecer tão rápido, sai de entre as árvores com o rosto torturado mais escondia ao máximo meu pavor.
- Vamos! Vou te levar para casa Ana, e te deixar segura lá. - eu tentei sorrir mais fracassei.
- Jeremy eu só queria... - ela parou no mesmo instante e apenas sorriu.
- O que foi Ana? O que você gostaria minha querida?
- Só queria segurar sua mão. - ela disse desanimada.
Estendi minha mãe lentamente para ela, peguei a sua mão, e novamente o choque elétrico passou por meu corpo, mais agora era uma sensação calma, serena eu só a queria por perto. Teria que controlar minha sede ao lado dela, o que para mim não era tão fácil como eu previra.
- Acho que o monstro se apaixonou perdidamente pela humana. - Eu só consegui sorrir.
- A humana é completamente maluca em querer um monstro como você. - ela sorria pela primeira vez depois de tudo. - Mais acho que consigo ser louca a tanto...
O doce sorriso de Ana conseguiu me iluminar, meu estômago deu voltas.
Ela enconstou sua cabeça em meu ombro, então a virei para mim e olhei fixamente em seus olhos.
- Queria tentar uma coisa Ana, você deixaria eu tentar?
- E o que seria isso? - ela me olhava desconfiada.
- Se me deixar gostar de te pegar no colo, estamos atrasados já e seu pai não vai demorar muito a chegar. E como você é meio desequilibrada quero levar você mais rápido.
- Meu pai? - ela me olhou assustada. - Tudo bem, pode me levar Jeremy.
Eu a levantei do chão como se fosse um pluma leve de um pequeno travesseiro, a envolvi em meu peito segurei bem firme e respirei.
- Segure firme, está pronto minha querida? - eu agora sorria com os lábios repuxados.
Ela se encolheu em mim, passando os braços em volta do meu pescoço.
- Sim, agora eu estou Jeremy.
- Você irá gostar.
Dei o primeiro passo e disparei pela floresta, a sensação de correr livre com a minha amada me deixava completamente feliz, era como se minha vida se resumisse a esse momento o tempo todo.
As árvores pareciam grandes borrões verdes enquando eu corria como um vulto pálido pela densa floresta que já ia escurecendo.
O que eu não daria para ter aquele momento para sempre, acho que daria sem exitar minha imortalidade ou qualquer poder que adquiri. O vento batia como uma brisa leve em meu rosto, era uma sensação de liberdade maior do que qualquer outra coisa que já havia feito.
A corrida levou apenas alguns minutos, quando deixei Ana em pé ela estava meio pálida e molhada de suor.
- Meu amor você está bem? - Olhei preocupado com ela.
- Sim só estou meio tonta. - ela arquejou as pernas, eu a segurei de leve pelo cotovelo e a coloquei no carro.
- Está realmente se sentindo bem?
- Agora estou Jeremy, obrigada! - ela já estava sorrindo e menos pálida.
- E agora quer namorar um vampiro ainda? - eu sorria com sarcasmo.
- Acho que me arrisco a tentar, com tanto que você não me faça de refeição no café da manhã. - Ela riu. - Confesso que sou horrivel quando acordo.
Eu simplesmente congelei na poltrona ao seu lado trincando meus dentes.
Por mais que ela estivesse sorrindo, suas palavras soavam como um chicote que estava pronto para me açoitar.
Ela percebeu e tentou concertar o que tinha dito.
- Jeremy eu só falei brincando, além do mais eu confio em você.
- Eu sei minha querida, mais eu realmente não confio em mim o quanto você confia e o quanto é necessário para isso.
- Quantos anos você tem jeremy? - ela sorria.
- Tenhu dezoito anos Ana.
- Eu sei que tem dezoito Jeremy, queria saber há quanto tempo você tem dezoito?
- Fui transformado em um vampiro há duzentos anos atrás Ana. Tenhu duzentos e dezoito anos praticamente, quem me transformou em vampiro foi Jonatan o meu pai.
- Mais como foi que você foi transformado? - ela me olhava interessada em meu assunto.
- Meu nome é Jeremy Conner e nasci em São Francisco na Califórnia em 1882, eu tinha uma bela família meu pai Frederich e minha mãe Julieta Conner, junto com meu irmão mais novo chamado Eliot.
Na época eu acabei sofrendo com uma doença, hoje conhecida como tuberculose, naquele tempo minha família toda pegou e ninguém sobreviveu,e Jonatan na época era quem cuidava dos doentes junto com os médicos. Com a ajuda de Deus, ele me tirou de lá e me levou para a pequena casa onde ele morava, e antes de morrer ele me transformou. - fiquei com os olhos distantes tendo esse pensamento.
- E doi muito? como seria o processo? - seu olhar curioso me instigou a continuar a falar lentamente.
- O processo dura um dia inteiro para quem está a beira da morte, meu pai disse que para uma pessoa com a saúde plena demora até 5 dias mais enquanto isso a pessoa sofre uma dor com a qual nunca sonhou. - estremeci ao me lembrar dakele imensa dor consumindo meu corpo como fogo queimando cada parte de meu corpo.
- E se eu quizesse me transformar agora? - ela me olhou de canto.
- Não queira pensar nisso, aproveite o que você tem de melhor Ana.
- Mas...
- Tenho que te levar embora de uma vez Ana, está tarde e seu pai chegará na sua casa em exatos 6 minutos.
- Puts! Meu Pai! Esqueci dele. Ele vai me matar.
Pisei no acelerador que roncou baixo sobre o toque e disparei pela avenida em direção a casa de Ana. O carro disparava entre as ruas, até eu estacionar meu carro no meio fio e olhar em seu rosto perfeito novamente.
Peguei uma longa mecha de seu cabelo e passei por meu rosto sentindo seu cheiro adoçicado.
- Vai querer ir para a escola com um vampiro amanhã? - eu sorria.
- Vou adorar correr esse belo risco. - ela me olhou e avançou para me beijar, mais tive que impedir antes que eu pudesse me descontrolar novamente.
- Não me tente minha querida por favor. - eu sorria.
- Até amanhã. - ela corria até a porta da casa.
Eu apenas consegui soltar um sorriso pelos meus dentes trincados e acelerei meu carro o colocando para correr até minha casa.
Parando meu carro na imensa garagem da casa, disparei ancioso para dentro da casa.
Melissa e Brian me esperavam na sala de teve, me aproximei lentamente e então seus olhos já encontraram os meus.
- Como foi? - Brian dizia todo sorriso.
- Ela aceitou ficar com você maninho? - Melissa dizia rápido.
- Calma gente, eu vou ficar meio louco com vocês assim em cima de mim. Vou falar mais um de cada vez.
- Mais então? Deu tudo certo? Ela já sabe? - eles diziam praticamente quase juntos o que me deixava completamente acanhado pelo modo que disparavam suas perguntas para mim.
- Fala logo Jeremy que coisa. - Brian falava ancioso.
- Sim eu contei tudo a ela meu amigo. - eu sorria, mais nos olhos de Brian e de Melissa pairava o estado de choque.
- Mais e ela o que ela disse? - Melissa praticamente se encolhia ao dizer isso.
- Ela aceitou naturalmente, aliás ela já sabia o que nós eramos então tudo ficou mais fácil entendem. Ela me aceitou do mesmo modo e eu a amo demais por isso.
Era como seu tivesse havendo uma festa em casa, quando Melissa e Brian se atiraram em cima de mim me dando os parabéns e felicitações por estar com alguém que amasse muito.
As unicas coisas que não gostei muito foi ouvir certas coisas como. - largou de ser solteirão. - nossa até que enfim.- Mais fora isso foi tudo muito engraçado.
A noite estava tempestuosa, havia muita chuva eu e Melissa estavamos no salão de jogos, apenas testando nossas capacidades mentais em um grande jogo de banco imobiliário, o que me deixava em um completo tédio.
Minha mente sabia vagar lentamente para os pensamentos em Ana, o meu mundo de fantasias se baseava nela, toda a minha vida se baseava nela e era dela que eu precisava mais do que me alimentar.
Brian entrou lentamente como um vulto branco na sala e sentou em uma cadeira ao meu lado distraído olhando nosso jogo.
- Quem ta ganhando? - ele ria, ele sabia exatamente que Melissa estava perdendo por causa do meu poder.
- Não seja ridículo Brian, é claro que meu irmão está ganhando. - Melissa dizia bufando. - E ainda tem coragem de usar o poder para trapacear.
- Você só tem tamanho de criança e sabe disso Melissa. - eu estava gargalhando.
O tempo lá fora estava começando a ficar feio, estava chovendo demais e como não poderia faltar grandes trovões e relâmpagos cortavam o céu de segundo em segundo.
Foi o tempo de um clarão e então alguma coisa surgiu entre as sombras.
Um vulto encapuzado pairava sobre o beiral de carvalho da porta dupla na sala de jogos.
- Quem é você? - Eu me joguei na frente de Brian e Melissa.
- Jeremy Ion há quanto tempo não?
A voz soou fina e estridente debaixo do grande capuz preto, eu estava completamente desligado pelo jogo por isso não percebi a chegada do intruso.
O vulto começou a deixar a capa cair e meus muscúlos relaxaram.
- Então é você? - eu sorria
- Sim sou eu Jeremy!
O pessoa que eu jamais esperava estava diante de mim com seus dentes faiscando para mim...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

9 - A Verdade.

Ela completou o curto caminho que estava a minha frente, e só pude ver em seus olhos a dor do dia anterior fixos ali ainda.
- Bom dia Ana. - eu simplesmente precisava mudar toda essa situação rídicula que tinha infligido a ela e a seus sentimentos, eu precisava apenas ter o auto-controle sobre meus desejos. - Como vai? - tentei sorrir.
Era como se seus olhos tentassem esconder o grande desapontamento, mais ela foi firme em suas palavras.
- Bom dia Jeremy! Eu estou bem e você como está? - ela fixou seus olhos em mim.
- Estou ótimo Ana, e querendo muito falar com você minha querida.
- É mesmo? Você vai me deixar louca. - seus olhos faíscaram nos meus - Por que faz isso comigo Jeremy Ion? - Sua voz era seca e triste.
- Esta tarde eu lhe prometo minha querida, direi toda a verdade.
- Mais uma vez essa história de verdade? - suas palavras saiam como um gelo afiado, pronto para desferir o golpe em mim.
- Por favor! Você tem que confiar em mim Ana.
- Tudo bem, espero em seu carro no final da aula hoje Jeremy!
Ela saiu em seu andar habitual até sua sala de aula, eu esperei alguns segundos para poder caminhar a minha sala.
Tudo parecia fora do lugar neste dia nublado e abafado, tudo em minha volta parecia estar conspirando a favor da minha conversa com Ana.
O tempo que antes era o meu melhor aliado agora era simplesmente como um piscar de olhos, passava indistinto e quando dei por mim já estava na hora do almoço. Desta vez preferi sentar sozinho e tentar colocar minhas idéias no lugar antes de poder começar a contar exatamente tudo sobre mim e minha família.
O que eu não faria por ela? O que eu queria para ela? Era tudo embaçado e horrivelmente concreto em minha frente, eu sabia o que tinha que fazer e contar a ela apenas me faltava a coragem de colocar na balança a hipótese de que ela poderia me deixar para sempre.
Eu era egoista a ponto de querer que ela ficasse comigo mesmo dizendo sobre minha condição que jamais mudaria, mais aceitaria o fato de que ela não me quizesse e iria embora de Olympia para sempre.
O sinal bateu, o som estridente me fez estremecer na cadeira, o pequeno som que era irritante para mim, agora me soava como um sinal de agouro.
Na aula de biologia estava completamente absorto em pensamentos, lembrando de responder uma ou duas vezes, as questões que o professor me atirava sem precisão. Eu a tinha esperado por toda a minha vida, era a hora da pequena verdade sobre minha família.
Em minha cabeça veios os pequenos flashs de Brian e Melissa me incentivando.
- Vá para sua amada e seja sincero Jeremy, esse é o caminho para ter ela para toda a sua eternidade.
E claro minha irmã não poderia deixar de expressar seus doces sentimentos.
- Jeremy Ion, volte e fale com ela, e por favor não me decepcione eu não tenho um irmão covarde!
Me lembro bem de querer enfiar uma boa maçã na boca daquela pequena tagarela em forma de criança, as vezes Melissa com seu jeito conseguia me tirar do sério a ponto de querer sumir.
Tudo começou a vir a minha mente e realmente já era a hora de poder ao menos mostrá-la tudo o que eu era.
O pequeno sinal tocou, e me prendi a cadeira, me tornei praticamente uma estátua e só sai do pequeno transe quando o professor veio até meu lugar pedir que me retirasse da sala de aula.
Andei vagarosamente tentanto conseguir todo o tempo que podia antes de enfrentar Ana, meus passos eram pesados como se houvessem tijolos que estavam presos a ele, não era bem mais que isso poderia ter exatamente uma tonelada ali era constrangedor ficar nesse estado, sabendo que a frágil na história era ela.
No pequeno estacionamento da escola o chão estava completamente úmido, poderia ter chovido e eu ao menos tinha notado esse pequeno fenômeno da natureza, tão absorto que estava em meus pensamentos. Caminhei lentamente de novo até meu carro e lá parada na porta do carona estava Ana, com a habitual mochila nas costas e seu pequeno fone de ouvido em suas orelhas escutando a pequena música que ela ouvia sem parar, podia ouvir seu lindo coração acelerado palpitando a cada segundo que passava, era como uma linda canção para meus ouvidos aguçados.
Me aproximei do carro, e ela me olhou receosa, tirou seu fone de ouvido.
- O que tanto você quer me falar Jeremy? - a voz gélida ainda estava ali descansando em sua garganta.
- Quero te levar a um lugar onde posso ser quem eu sou e te mostrar o que posso fazer. Entre no carro por favor Ana!
Sem dizer mais nada eu entrei no carro e em seguida ela sentou ao meu lado, meu corpo como sempre ficou frenético com o pequeno espaço que ficava nossos corpos, era completamente enebriante o cheiro de sua pele isso me deixava completamente mais selvagem e me dominava a todo o tempo.
Discretamente abri minha janela para que o perfume de sua pele pálida não me infligisse mais dor alguma, e pisei de leve no acelerador que já começou a disparar para frente até a marca de 110 km/hr. Cortava as ruas da pequena cidade de Olympia sem ao menos olhar para os lados, minha mão estava rigída no volante enquanto ela se mexia e virava para falar comigo.
- Olha a velocidade Jeremy que caramba! Para onde estamos indo?
- É uma surpresa. Quer por favor parar de ser curiosa? - eu sorria sem tirar os olhos do volante.
- Tá. Argh! Não pergunto mais nada, quer dizer só mais uma pergunta.
- E qual seria a pergunta Ana? - olhei preocupado.
- Falta muito para chegarmos?
- Você quer saber demais minha querida, acho que peço apenas que espere uns minutos.
Tentei desconversar todas as tentativas dela de uma conversa para saber onde seria nossa parada, mais é claro ela conseguia ser teimosa feito uma pedra e não desistiu, até eu parar de falar e a deixar no vácuo.
Passamos por uma das praias de Olympia, o cheiro da água salgada me deixava contente, era uma coisa que eu adorava.
O nosso longo destino estava prestes a acabar, e ela só foi perceber pela minha brusca redução de velocidade, paramos até uma grande parte da floresta que dava acesso a minha casa ao final do percurso. Não chegaria com ela tão longe apenas a levaria ao grande rio que cruzava a imensa floresta. Sai do carro, acompanhado por ela e parei em frente ao começo de uma pequena trilha.
- É aqui que vamos agora andar a pé Ana. - eu apenas conseguia sorrir e pensar o quanto ela estaria odiando andar no meio da floresta já que era meio ou completamente desorientada, e não conseguia ficar muito tempo em um lugar sem se perder.
- Floresta? - eu a vi revirar os olhos por cima de meus ombros.
- Sim! E creio eu que você irá adorar o final do percurso. Vamos?
Comecei a caminhar em sua frente, eu sentia o disparar de seu coração pela sua boca, era uma sensação agradável ver que ela ficava completamente anciosa ao meu lado, para dizer que no mínimo era adorável.
A trilha pela clareira era realmente muito difícil para alguém como Ana, o lugar era um terreno esburacado, a grande parte era coberta de um toldo de musgo e arvores, o sol não conseguia penetrar as grandes árvores fazendo com que o lugar tivesse um aspecto sombrio e ao mesmo tempo seguro.
Era difícil de se caminhar, a cada meio minuto era possível sentir Ana escorrer ou mesmo tropeçar, minhas mãos automáticamente seguravam em sua pequena cintura, o que a deixava completamente corada.
Em meia hora, o chão começou a ficar plano, as árvores começaram a desaparecer e de longe já dava ver o rio em que eu esperava conversar e contar tudo a Ana.
- Estamos chegando? - ela já arfava de tão cansada.
- Sim vamos parar no rio logo ali a frente.
Em instantes chegamos ao grande rio, o som da água correndo era realmente tranquilizadora, sua água completamente transparente, o lugar era perfeito para eu poder contar o que era e ao mesmo tempo não deixá-la tão assustada.
Me sentei em uma pedra que estava solta no chão, enquanto Ana olhava boquiaberta para o rio e toda a beleza daquele grande lugar.
- Gostou daqui Ana? - eu a fitava lentamente.
- É um lugar. - a voz dela falhou por um pequeno instante. -, completamente maravilhoso Jeremy, como encontrou ele?
- Esse espaço é onde eu passo a maior parte do tempo para pensar, meditar e também me acalmar, é o meu refúgio quando a casa está muito lotada, - eu sorri pegando uma pedra no chão. - então você está bem com minha presença? Quer me dizer algo? - joguei a pedra longe até cair dentro do rio.
- Sim Jeremy, gostaria muito de fazer uma pergunta a você. - seu coração acelerou frenéticamente.
- Estou aqui o tempo que você quizer meu amor. - soltei um sorriso, que mais pareceu um daqueles sorrisos que modelo faz em catálogo de revista.
- Por que não quiz me beijar? Sente tanto nojo de mim que nem ao menos quer me tocar? - uma lágrima escorria pelo seu rosto.
Trinquei meus dentes com o choque de ver aquela pequena lágrima cair, corri na sua direção e a segurei pelo seu pequeno ombro frágil.
- Eu não fiz isso por que sinto nojo de você ou por que não te amo, - ela me olhava com lágrimas nos olhos - é complicado dizer minha querida e vou tentar lhe explicar tudo de uma vez.
-Explicar o que Jeremy? Que realmente foi tudo um erro? Que era pra eu estar morta naquele pequeno incidente com o caminhão? - ela me fitava. - Fala Jeremy...
Eu não sabia como começar, nem ao menos como explicar a ela, o que realmente eu era e por que não a tocava. Era muito difícil expressar meus sentimentos a ela nessa hora mais eu tentei do jeito mais fácil para que ela entendesse que ela não era a errada e sim a mim.
- Meu amor eu tenho um segredo por trás de tudo, não é por que não te amo ou por que sinto nojo de você é simplesmente por que não quero lhe machucar como já tive vontade. - eu me afastei dela e voltei a me econstar na pedra.
- E qual é o segredo Jeremy Ion? - ela estava em pé e olhando para mim com uma dor profunda, queimava em seu coração e eu queria fazer parar tudo aquilo.
- Ana antes eu preciso te dizer o que realmente significa para mim, será que pode entender isso primeiro? Depois você pode fazer o que quizer. - eu tentava esconder o medo através da minha voz um pouco mais grave.
- Posso Jeremy, e você também vai saber o que penso.
Eu tentava soltar as palavras, mais era com se estivessem se embolando em minha garganta, esperei pelo momento certo.
- Ana, eu sou perigoso para você meu amor, não quero colocar você em risco algum, mais eu já não quero mais ficar longe de você, eu estou me recusando a cada dia que passa ficar longe dos seus olhos, do seu doce sorriso e da sua pele. - eu tremi com as verdades em minhas palavras. - Eu sou seu minha querida, mais não quero te machucar dá para você entender isso? - olhei aflito para ela.
- Jeremy você está tão arrependido, devia ter me deixado morrer. Mais se você que gosta tanto de mim, para com essa baboseira de ficar longe, por que eu não suporto mais ficar longe dos seus olhos. - ela tocou em meu rosto e sentiu um choque ao me tocar. - Você é tão gelado Jeremy o que você tem? - ela me olhava apavorada.
- Eu sou assim Ana, mais o que eu te disse é a coisa mais sincera que eu disse em toda minha vida.
- Você sabe também meu querido, que eu somente desejo ficar perto de você, de realmente demosntrar tudo o que eu sinto por você que está guardado em meu coração para te dar.
O tempo parecia estar realmente mudando o cinza escuro que deixava o céu completamente carregado ia perdendo sua força e começou aos poucos ser tingido por um cinza claro quase transparente.
- Ana o que você já notou de diferente em mim? - eu a olhava curioso.
- Do que você está falando Jeremy? - ela fitava sem entender qualquer sentido em minha frase.
Aos poucos o cenho franzido de Ana mudou para um ár de que havia entendido toda a pergunta e o que isso englobava.
Ela ficou sem se mover, até parecia a mim em certas vezes, mais eu ouvia seu coração acelerar com velocidade, seus lábios estavam ficando branco e ela parecia meio enjoada.
- Ana você está bem?
- Espere um minuto por favor estou tentando digerir tudo Jeremy.
Eu apenas a fitava nervoso, meus dentes trincaram de raiva por estar fazendo isso com ela, mais eu queria que ela realmente soubesse da verdade e isso implicava em lhe contar tudo.
Finalmente ela acabou recobrando os sentidos que lhe tinham fugido e então a cor em sua boca voltou e ela voltou a se mexer.
- Você é completamente rápido, é gelado, consegue ler a mente das pessoas e é extremamente lindo. Mais o que isso tem a ver com seu segredo.
- Ana você nunca reparou que eu possa ser algum ser de outro mundo ou qualquer coisa do tipo?
- Rá Rá Rá! Já tive algumas idéias sobre o que você poderia esconder de mim.
- Então me diga o que você já achou que eu seria? - sorri olhando curioso para ela.
- São coisas idiotas Jeremy, não quero que me acha uma completa idiota. - ela riu.
- Eu prefiro ouvir mesmo assim.
- Está bem! Foi você quem pediu. - ela sorria corada - Eu já pensei em você ser um E.T ou um cara com poderes que salva o mundo por ae. - ela ria da própria resposta.
- Acho que um E.T eu teria que ser um pouco mais verde amor, e um herói?
Não salvei a vida de ninguém para ser um.
- Ah entendo! Eu sou um ninguém não é mesmo? Você me salvou mais eu não significo nada para você. - ela olhou frustrada.
Ela olhou fixamente para mim e em seguida começou a voltar para a trilha de onde viemos minutos antes.
- Ana por favor volte! Não foi isso que eu quiz dizer, você eu salvaria sempre e vou proteger você para sempre, por que é você quem faz do meu mundo um lugar melhor e é por você que eu continuo aqui com minha vida. Você é garota que fez o monstro se apaixonar.
- Você não é um monstro! - ela retrucou e voltou e parou no meu campo de visão.
- Sim eu sou e você irá me temer assim que eu disser o que eu realmente sou minha querida.
- Não diga nada daquilo que você não sabe Jeremy, você não sabe o que eu penso ou deixo de pensar, então por favor pare de tirar conclusões do que jamais vai saber. - ela me olhava frustrada.
-Eu sou... - minha voz novamente falhou e eu me acovardei.
- Você é o que Jeremy? - ela estava completamente curiosa.
- Não fez sua lição de casa meu amor?
- Não quiz me meter em sua vida, não tinha esse direito, queria que seu amor por mim fosse mais forte do que qualquer coisa, para você poder me contar por me amar. - ela estava triste novamente.
- Mais e seu eu te perder meu amor? Eu não suportaria te ver me olhar como um monstro ou um assassino que não tem sentimentos. - eu estava ficando enlouquecido de desespero.
- Por favor Jeremy! Está na hora de você me mostrar quem é de verdade.
- Eu vou te contar e espero que realmente nada mude depois disso.
- Jamais irá mudar, eu sempre vou querer você perto de mim.
- Sim Ana depois dessa minha revelação tudo pode mudar para mim e para você. - eu tentava escapar da verdade a qualquer preço. Mais o que todos diriam de mim se eu fugisse mais uma vez como covarde? Não eu não podia sair daqui novamente feito um covarde.
- Não seja estúpido Jeremy, você as vezes me subestima demais sabia? - ela me encarava.
- Por favor eu quero que me entenda, depois disso ok?
- Sim. Eu prometo te entender mais agora fale Jeremy.
O ár parecia ter ficado mais quente, ou era possível que eu congelasse ainda mais antes de poder contar a verdade?
Isso eu não poderia saber, eu jamais iria saber o que ela pensava se eu não contasse, inspirei o ár e o soltei lentamente e me coloquei a falar rápido e prático:
- Ana meu amor eu não sei se você irá acreditar mais, eu sou um vampiro Ana! - as palavras foram como eu imaginei, um verdadeiro tapa na cara de Ana, o choque da palavra vampiro tingiu seu rosto de medo.
O meu desespero estaria para começar neste exato instante em que ela respirou...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

8- Desejos.



Eu podia ver os lábios de Ana se aproximarem de mim, meu corpo reagia estranhamente a isso. Eu queria beijá-la e ao mesmo tempo queria fujir.
Mais um desejo incontrolável começou a dominar cada partícula do meu corpo, era mais que uma simples vontade de tocar e beijar, era algo mais como se eu quizesse devorar todo o sangue que pulsava em seu pescoço. Meus olhos brilhava de desejo, minha boca deliberadamente estava molhada, a saliva enchia minha boca meu corpo começava a avançar sobre ela.
Eu tentava retesar meu corpo para trás, mais o desejo era completamente maior, os lábios de Ana se aproximavam cada vez mais, era o momento decisivo ou deixava que meus instintos me guiassem, ou simplesmente fugiria desse momento. Prendi minha respiração e minha sanidade voltou por um instante, parei meu corpo e olhei ela fixamente.
- Eu tenho que ir Ana, esse não é o melhor momento. Até mais tarde!
Eu não conseguia pensar, minha boca ainda estava salivando querendo pela sua veia pulsante. Era como se eu esperasse por isso a séculos.
Mais eu poderia causar a morte dela, e se causasse isso eu jamais seria feliz.
Andei até meu carro, o ódio crescente em meu cérebro me fez ter vergonha de tudo o que pensei em fazer com ela. Eu saí de lá com meu carro e fui para casa. Chegando em casa Brian e Mícara estavam sentados na sala com Melissa ao meio, ela estava completamente desolada e isso me deixava completamente seu rumo, eu poderia me sentar e falar coisas bonitas para ela, mais eu mesmo não me sentia confiante sobre isso, era como se estivesse falando uma mentira para mim mesmo.
Subi as escadas com os olhos fechados a dor parecia cessar um pouco assim, eu estava me sentindo horrível mais não só pela morte do meu criador, mais também por não ter Ana por completo ao meu lado.
Me atirei na cama e ali o pequeno filme do enterro e das palavras de Ana, vinham a tona, eu deveria ou não ter contado a ela a verdade sobre mim e minha família? Deveria revelar o que sou?
Trinquei meus dentes de raiva.
Era para eu estar sendo forte para Melissa e os outros, e claro desse jeito não era a melhor solução para tudo.
- Brian. - sussurei para o quarto.
Em segundos a porta do quarto se abria.
- Me chamou Jeremy? - ele me fitava com o canto dos olhos.
- Sim preciso de sua ajuda e conselhos Brian.
Me levantei e dei espaço para ele se sentar na cama, eu suspirei e tentei encontrar as palavras certas para falar.
- Como vou conseguir, ser o líder da família? - eu disse com desespero na voz.
- Jeremy, você já é um líder nato só precisa parar de ter medo dessa responsabilidade. Você tem que ser forte cara, Melissa e Elizabeth precisam de você mais do que você imagina.
Eu só podia sentir dor e tristeza, mais elas precisavam de mim eu seria forte por elas.
Me levantei da cama e fui para a grande janela de vidro e contemplei vaziamente a floresta a minha frente.
- Você está certo Brian, não vou deixar isso acabar com minha família, elas precisam de mim e vou ajudar no que for preciso. Se eu ao menos tivesse Ana ao meu lado.
Eu arfei, e mordi o lábio inferior em forma de protesto, não queria pensar em Ana como desculpa, mais é claro que minha mente viajava sem querer até aos seus olhos e seu cheiro completamente maravilhoso.
- Não acha que já está na hora de contar a ela e tomar um rumo em sua vida? - as palavras dele foram como um tapa de leve em minha cara.
- Acha que é o certo eu fazer isso Brian? Destruir a vida dela por puro egoísmo? - eu soquei a parede de leve e um longo trinco apareceu na superfície azul da parede.
- É egoísmo você não deixar ela decidir isso Jeremy, dê as opções para ela e concerteza ela vai saber o que é melhor para ela, deixe de ser estúpido uma vez na vida. - ele se levantou e foi em direção a porta.
- Eu vou pensar sobre isso. - olhei para ele.
- Acho que você sabe o que tem que fazer, só resta mostrar a ela que você não é um monstro como pensa que é. - ele abriu a porta e saiu do quarto.
A tarde foi passando numa velocidade surpreendentemente rápida, era quase a hora do crepúsculo, eu só podia esperar pela noite e que ela passasse mais rápido ainda. Eu só queria parar de pensar nela por um momento e respirar.
Minha mente foi invadida por um pensamento que me chamava e este era um pensamento realmente especial, era o de minha mãe Elizabeth. Ela estava conseguindo bloquear meu acesso a seus pensamentos e isso era uma coisa que ela jamais faria sabendo que estaria por perto.
Sua mente caiu na inconsciêcia o que era realmente estranho para mim, disparei até o seu suntuoso quarto, e pelo que parecia não havia nada fora do lugar a não ser pelas roupas que não estavam no closet e por um pequeno bilhete em cima da cama.
Peguei o Bilhete e o abri rapidamente, no pequeno pedaço de papel cor-de-rosa, algo estranho estava escrito:

Jeremy e Elizabeth.
Não posso mais ficar com vocês,
Não tente nunca me procurar será uma perda de tempo.
Eu quero ficar sozinha e para sempre.
Cuidem-se! Amo vocês.


A última parte daquele bilhete estava molhado, deduzi que podiam ser lágrimas, lágrimas de desespero e que podiam me deixar mais abalado ainda.
E melissa? Como ela podia fazer isso com Melissa? Isso era tão injusto.
- Ela foi embora não foi irmão? - Melissa se esgueirava atrás de mim.
- Não, ela não foi só precisou sair por umas semanas. - eu sorria.
- Sua mentiras não são boas Jeremy. Ela não vai voltar eu sei disso e você também sabe. Ela não nos ama não é verdade?
- Melissa não diga bobagens maninha, ela nos ama sim só precisa de um tempo para ela, e você sabe bem que me tem aqui não é? - eu tentava esconder meu profundo desapontamento com minha mãe, que não estava agindo como mãe, como podia abandonar Melissa?
- Bom mano só posso contar com você agora, seremos felizes? - ela não fazia uma pergunta e sim um pedido ou talvez um desejo.
- Melissa eu te prometo irmã, vamos continuar e ter a nossa família agora. - eu sorria mecânicamente, era mais fácil sorrir assim.
Ela me deu um profundo abraço claro para um humano normal quebraria seus ossos, foi um abraço suplicante eu beijei sua testa e a levei para a sala novamente para juntos dos outros.
- Brian minha mãe foi embora! - eu me sentava ao lado de Melissa na sala.
- Como assim Jeremy? Por que ela fez isso? - ele olhava horrorizado para mim e Melissa.
- Acho que ela precisava estar sozinha um pouco, eu não a condeno e espero realmente que ela consiga superar. - eu tentava sorrir.
- É mamãe vai voltar para a gente acredito eu. - Melissa era confiante em suas palavras.
- Então você e Melissa são os únicos Ions que sobraram aqui em Olympia? - Seiky saia das sombras como habitualmente fazia.
- Sim nós somos os únicos desta vez. - eu o encarava.
- Isso ficará um pouco mais interessante do que eu imaginava, não concorda Adam? - ele sorria para Adam.
- Concordo plenamente com você Seiky, apenas dois Ions isso é completamente diferente do que previra. - ele revirava os olhos.
- Do que vocês estão falando? - eu perguntei aos dois.
- Nada meu pequeno Jeremy, apenas não acreditamos que só restou vocês dois no clã. - ele sorria sarcasticamente.
- Não vi graça nenhuma em seu pequeno comentário inútil e ridículo Seiky. - eu estava começando a ficar com ódio.
- Você vai achar ainda muita graça nisso tudo. ele se afastou sorrindo.
Os dois vultos voltaram para as sombras, era estranho de se pensar que Adam e seiky fossem a mesma pessoa só dividido em dois corpos. O que mais me deixava enjoado era de seus pensamentos completamente homicídas e aterrorizantes.
Lembro-me uma vez do que meu pai disse sobre os dois:
- Meu filho conhece a história de Seiky e Adam?
- Não pai eles nunca mencionaram nada a respeito deles.
- Bom o que eu sei eu vou contar mais guarde isso para você, entendeu Jeremy? - ele me olhava com terror nos olhos.
- Claro que sim pai eu prometo.
- Seiky e Adam são como parasitas, eles precisam dos outros talentosos para viver, ao que me parece Adam encontrou Seiky no final da primeira guerra mundial e juntos fizeram um pacto de assassinar qualquer humano que encontrassem, e praticamente foi um banho de sangue. - ele exitou.
- Acho que se pode dizer que mudaram por causa de Brian e sua família, mais algo me diz que não foi por isso que mudaram, portanto se um dia eu faltar a você não se esqueça disso. Eles não são confiaveís, eles não irão pensar duas vezes em trair vocês se caso perceberem que correm perigo.
- Eu entendi pai e ficarei de olho em cada passo que derem e ao sinal do passo em falso eu mesmo me encarrego deles. - eu arfei.
- Mais pai eu não entendi esse pacto que eles fizeram, por que isso? - eu olhava com total descrença.
- Apenas para mostrar aos humanos que eles eram soberanos, Adam e Seiky tentaram construir um reino apenas deles, mais ao que parece eles chegaram ao ouvido dos Seres Poderosos, e estão para ser destruídos quando Brian e sua família os encontrou. Ao certo não sei se foi de propósito ou se foi destino, mais com a ajuda da família de Brian eles conseguiram as desculpas. - dava para perceber os desejos dos dois.
Depois dessa conversa que tive há muito tempo com meu pai, fui percebendo os aspectos singulares de cada um dos dois.
Eram unidos, nunca baixavam a guarda como se esperasse um ataque de qualquer pessoa que esteja a volta deles.
A noite estava completamente densa, não havia vento algum e muito menos barulho, era uma noite completamente vazia, eu consegui andar e pensar pela casa toda, já que para mim a noite era um completo deserto inútil em minha existência. Eu precisava pensar em outra coisa que não fosse a minha Ana, mais era uma coisa que eu não podia fazer, era o mesmo que pedir a um cego que enxergasse. E lá estava ela de novo em meus mais profundos pensamentos.
A essa altura eu já podia dizer que estaria ficando louco por amar uma humana, mais saber que essa humana era totalmente apaixonada por mim também era a felicidade mais perfeita.
Eu queria meu recanto feliz, a minha fortaleza onde só meus pensamentos podiam entrar e ali ficarem seguros.
Tentei andar por mais alguns cômodos da casa mais foi inútil, era o meu quarto que eu deseja estar.
Com a mão na maçaneta da porta empurrei a porta lentamente e a tranquei, essa minha atitude era completamente desnecessária já que qualquer um deles poderia arrombar minha porta com um simples toque, mais com a porta trancada eu sentia que podia deixar meus pensamentos vagarem pelo muro de minha fortaleza que era protegida por essa porta.
Minhas noites eram frias, sem vida, completamente negra. Com a presença de Ana em minha vida essa noite foi trocada por um céu iluminado tinha estrelas e tinha vida, era o meu céu estrelado.
Ana era quem me devolvia a vida de humano, e ao mesmo tempo eu queria tirar essa vida de humana que ela tinha seria justo? - eu suspirei
Tudo o que eu queria dela era seu amor, seu coração e eu daria a ela qualquer coisa que ela imaginasse em ter, eu daria a minha vida a pequena humana que conseguiu entrar em minha vida destruída e construir uma vida melhor do que eu jamais poderia pensar. Eu poderia voar nesse exato momento. - revirei os olhos rindo.
Sempre imaginei minha existência como um grande buraco negro que sugava qualquer ponta de felicidade que eu poderia ter, hoje posso pensar em agradecer a Deus por ter me colocado Ana na minha vida vazia.
Eu precisava do seu amor desesperadamente como a planta de água e luz, eu só queria amar ela para toda a eternidade.
Era um risco que eu poderia correr mais eu tinha que contar toda a verdade para ela, e sinceramente desejava ser o mais rápido possível.
Duas coisas poderiam acontecer. A primeira hipótese seria ela ficar apavorada e não querer mais me ver o falar comigo, nada mais justo já que venho escondendo dela esse segredo há um bom tempo.
A segunda hipótese era a mais improvável que eu pensei, que era ela não me temer e querer ficar comigo do mesmo jeito, mesmo sabendo que eu poderia matá-la ou arruinar sua vida.
Era um desejo meu, um simples desejo de que ela me amasse e vivesse comigo por toda a eternidade, mais eu jamais conseguiria tirar a vida da pessoa que eu mais amava em todo a minha existência, a minha grande lua branca que conseguia clariar minhas noites mais escuras e que fazia meus olhos ficarem completamente cegos por sua grandeza e beleza.
Ela era um vicio para mim, uma droga que eu necessitava ter em minhas veias diáriamente e que eu sempre procurei.
O amor não seria apenas uma coisa passageira, o amor seria o começo da construção de tudo que eu agora mais queria na vida, que era a minha vida ao lado dela para sempre.
Esse era o meu desejo, ter Ana para sempre em minha vida e poder fazer ela feliz para toda a eternidade, mais eu estaria pronto para ser egoísta e tirar sua vida apenas para me satisfazer?
Seria um monstro a ponto disso? Ou ela iria querer viver a eternidade comigo? - dei um tapa em minha testa por pensar essas bobeiras estúpidas.
Eu falaria toda a verdade ela querendo ou não e colocaria a prova se o amor que ela sente por mim poderá vencer essa barreira existente entre nós.
Minha barriga deu uma volta e me senti enjoado só de pensar no amanhecer e topar com ela na escola e contar tudo sobre minha existência.
Olhei para o relógio e já era cinco da manhã.
- Melissa! - eu a chamei a minha voz parecia estar uma oitava mais alta só de estar nervoso.
Eu corri para a porta e a abri, Melissa entrou silenciosamente e sentou em minha cama.
- O que aconteceu irmão? - ela me olhava assustada.
- Me decidi e amanhã na escola contarei tudo para Ana sobre quem são os Ions. - eu cuspi as palavras como se fossem tiros disparados.
- Mano mais isso é perfeito. - pela primeira vez desde a morte de meu pai eu a vi sorrir e seu sorriso me fez ter muito mais coragem para conversar com Ana.
- Você acha mesmo irmã? - eu podia corar nesse exato minuto, se conseguisse claro.
- Sim maninho, eu acho. Está na hora de você mostrar para ela quem você, não somos nenhuma aberração para você esconder isso dela. - ela sorria.
- Jeremy dá para ver que ela é a sua vida agora, portanto não demore mais para dizer o que sente. - ela estava completamente feliz.
- Sim maninha de amanhã não vai passar mais. - eu pisquei para ela.
Ela se levantou da cama e parou junto a porta com um sorriso entre os dentes brancos.
- Vê se toma um banho e se arrume, mulheres gostam de homens lindos e arrumados. - ela me mandou um beijo com a ponta dos dedos.
Revirei os olhos de indignação.
Ela conseguia fazer piadinhas de tudo, era inacreditável.
O primeiro raio de luz despontou pela minha janela, estava chegando a hora do momento decisivo, era a hora da verdade para Ana e para mim, eu tentei demorar e me arrumar lentamente mais a euforia me fez terminar tudo mais rápido do que de costume, eu estava parado a porta da sala ainda faltava meia hora para o ínicio da aula e eu estava completamente inquieto.
Entrei em meu carro que estava guardado na imensa garagem e pisei no acelerador que parecia um tigre ronronando enquanto disparava entre as árvores, abri minha janela pra deixar o ár da manhã entrar e bater em meu rosto isso melhorava a ansiedade e meu desespero. Contudo consegui chegar na escola ainda mais cedo do que todos.
Nem as músicas dessa vez ajudavam o meu cérebro a se acalmar, eu estava completamente preso ao banco do carro, com o passar dos minutos os alunos começaram a chegar no estacionamento da escola.
Ouvi o som que fez meu estômago pular e dar uma volta. O pequeno Sentra de Ana estava sendo parado há alguns carros do meu como de costumo, com toda a coragem que ainda me restava eu tentei sair do carro, minhas pernas imóveis ficaram presas no acelerador e na embreagem do carro.
- Anda Jeremy Ion. - arfei e me levantei.
Parei em frente a traseira do meu carro, e acenei para ela quando ela me viu, seu rosto corou mais ela seguiu em minha direção.
Eu só fazia tudo isso por um simples desejo. O desejo de amar ela incondicionalmente e para sempre.
A distância diminuia entre nossos corpos, seria o começo de tudo.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

7- A Busca.




Desci para a sala onde Brian, Melissa e Elizabeth esperavam a hora passar calmamente, num jato rápido de adrenalina disparei escadas abaixo falando com Brian:
- Brian pegue suas coisas, iremos a Nova York imediatamente, meu pai e os outros precisam de nossa ajuda estão correndo perigo.
Corri frenéticamente pegando passaporte e dinheiro.
- O que houve? - Brian me perguntou assustado.
- Agora não há tempo para isso Brian, temos que correr o mais depressa possível.
Em seguida nos dois estavamos na porta quando pela primeira vez minha mãe perdeu a voz doce e gentil e soltou uma voz nervosa e agitada:
- Jeremy Ion! Sente-se aqui agora e me conte o que houve, você não vai sair daqui sem me explicar as coisas direito.
Me assustei com seus olhos que perderam completamente a bondade e assumiram um olhar ameaçador.
- Tudo bem! - eu voltei para a sala e comecei a falar tão rápido que meus lábios eram apenas um rasgo fino aberto. - Papai me ligou dizendo que o assassino já sabia que eles estavam lá, eles tentaram se separar e pegar o rastro dele, ele deve ser completamente mais hábil eles o perderam e quando papai ia voltar a falar a ligação ficou muda e ele não voltou a me ligar.
Melissa estava completamente perplexa com o que ouvia, vi sua mão pegar a de minha mãe e a segurar com força.
- Fique calma maninha. - eu a olhei fixamente. - nada de mal vai acontecer a ninguém, vou buscar nosso pai e tudo ficará bem.
Eu andei em direção a porta e minha mãe pegou meu braço firmemente.
- Filho por favor, volte com seu pai. - ela me olhava angustiada.
- Sim mãe eu o trarei de volta eu prometo!
Adam e eu saímos pela porta, descemos até a grande garagem, joguei minha pequena mala que só servia de enfeite para onde eu ia, eu e Brian entramos no carro e fiz o motor roncar num som ensurdecedor e disparei pela estrada.
Brian ao meu lado estava concentrado, parecia estar se concentrando em Mícara, seus pensamentos estavam tão distantes que parecia nem ao menos se mover, eu dirigia com tanta rapidez que em apenas alguns minutos já estávamos no aeroporto para pegar um avião para Seattle, e em seguida uma escala até Nova York.
Entramos no avião e ficamos completamente imóveis, até Brian quebrar o completo silêncio que pairava sobre nós desde a minha garagem:
- Você está bem meu amigo? - ele não me olhava.
- Sabe que não estou, eu realmente fico inquieto com essa situação.
- Jeremy me diga a verdade, o que você está pensando? - ele estreitou seu olhar.
- Sinceramente? Acho que estão todos mortos Brian, e tenho medo do que possamos encontrar em Nova York. - engoli as palavras em seco.
- É o que também me passa pela cabeça meu amigo, você já falou com o clã de Nova York?
- Não, ainda não! Eu não tenho nenhum contato com eles, apenas Jonatan tinha. - pensava em Ana enquanto isso.
- Isso será um grande problema para a gente, pode nos atrasar!
- É eu sei, mais enquanto isso temos que ficar esperando esse avião chegar lá. - tremia de irritação.
O vôo não demorou muito e ainda tinhamos tempo até o anoitecer, saímos do avião e já estavámos no avião de escala para Nova York.
Nesse vôo tivemos alguns problemas de atraso, mais conseguimos chegar ao entardecer em Nova York.
A grande Nova York podia parecer uma megapóle, mais para mim e Brian era apenas um pequeno parque em que teriamos que procurar alguém como se fosse um esconde-esconde.
Brian resolveu ficar com a parte Sul da cidade, eu optei pela Norte e disparei pelas ruas da cidade como uma pequena brisa, como era praticamente o crepúsculo as pessoas nas ruas nem me notavam.
Cheguei ao extremo norte da cidade, comecei a andar pelo lugar mais afastado da cidade, o imenso lugar era feio com seus galpões desbotados e desgastados pelo tempo, a aparência era sombria até para a minha espécie.
Nessa parte dos galpões comecei a andar com mais cautela para ver se encontrava vestígios de meu pai ou de qualquer um dos outros.
Um pequeno som invadiu meus ouvidos, disparei por entre os grandes barris até que encontrei um celular e um pequeno rastro de sangue.
O celular eu já sabia de quem era, um celular finíssimo e prata, era a cor que meu pai sempre usava em seus celulares. Meu corpo rejeitou a idéia de avançar, mais eu precisava saber dele eu precisa simplesmente olhar para crer se ele havia desaparecido como os outros talentosos. Os meus nervos bombavam em meu cerébro frenéticamente, era uma festa na piscina.
Eu dei dois passos e minhas pernas travaram em seu lugar, eu não conseguia me mexer, e se fosse ele?
Ele era meu pai, o patriarca Ion, como iria ficar minha promessa para Melissa e minha adorável mãe de criação?
Eu inspirei mesmo sem precisar e usei todas as minhas forças para dobrar o muro de caixotes a minha frente.
Ao olhar para o chão atrás dos caixotes o que eu esperava estava ali no chão, o que sobrou do corpo de meu pai ainda queimava lentamente no chão, com o celular agarrado a minha mão eu disquei o número de meu pai, e o pequeno celular no chão começou a vibrar lentamente.
A raiva queimava em meus olhos, o desespero tomou conta de mim e um longo grito se apoderou de minhas cordas vocais, eu estava ali sentado ao lado das cinzas de meu pai, sofrendo a perda que para mim era pior do que a própria morte.
Eu queria que o mundo acabasse nesse instante, por que ele?
Meu pai era completamente inofensivo, a pessoa mais benevolente e fraternal que eu já conheci, quem fez isso iria pagar com a vida isso eu iria jurar a mim mesmo.
Uma hora depois, Brian conseguiu achar os outros três e receberam a notícia de minha boca como se fosse uma bomba jogada contra eles.
As minhas palavras carregavam uma tristeza completamente mórbida, Brian sentou-se ao meu lado e suas palavras saím em um pequeno sussurro:
- Meu amigo seu pai era um patriarca excepcional, sentimos muito, mais muito mesmo. - ele me olhava entristecido.
- Eu sei Brian, mais a dor não passa é mais profundo do que um mar em sua vasta profundidade. - eu fixei meus olhos no chão. - E agora Melissa e Elizabeth? E a promessa que fiz a elas?
- Jeremy você não teve culpa disso, aliás ninguém teve.
- Eu tive culpa, eu podia ter chegado mais cedo! - as palavras explodiram em frenéticos gritos.
- Por favor Jeremy se acalme. - Mícara sussurrava. - Temos que voltar agora para sua família, elas esperam anciosas por notícias.
- Ah é claro Mícara vou chegar a eles e dizer, oi mãe e Melissa papai morreu e eu não salvei ele, ta certo? - eu explodia de ira.
- Jeremy, cara não fomos nós quem fizemos isso com seu pai, se acalme! - ele dizia solidário.
- Eu sei por favor peço que me desculpem, eu não consigo me controlar mais. - meu olhos queriam derramar as inocentes lágrimas que há décadas não saiam.
- Vamos voltar para Olympia de uma vez. - Seiky dizia constrangido.
- Podem ir para o aeroporto e peguem o próximo vôo daqui uma hora, eu vou tentar achar mais alguma pista enquanto isso.
- Não vamos sem você Jeremy. - Brian me olhava.
- Por favor em uma hora estarei com vocês, me deixem sozinho por um tempo, eu peço a vocês! - minhas palavras saiam completamente vazias.
- Vamos Brian, daremos a você uma hora Jeremy, se você não aparecer iremos atrás de você, me entendeu bem? - Mícara dizia severa.
- Sim eu entendi, e obrigado a todos vocês.
Me levantei e disparei para a cidade, minha cabeça parecia um maremoto de pensamentos, eu me odiava por saber que jamais poderia ver meu pai novamente, sentia tanto desprezo por fazer minha mãe e minha irmã sofrerem, que a agonia ultrapassava qualquer dor que já tivesse sentido.
A cidade passava rapidamente por meus olhos e tentei me focalizar em achar alguma pista que levasse ao assassino, mais era completamente impossível achar algo nessa cidade, sendo que o próprio assassino era ágil demais. Eu parei na grande estátua da liberdade e meu cérebro só sentia a dor profunda que atingia todo o meu corpo, eu me sentia pequeno e inútil demais para me manter em pé, e minhas pernas sucumbiram.
Caído ali e ajoelhado no chão eu só sentia o vazio de não ter o meu patriarca, nunca mais veria seu rosto translúcido e gentil.
Eu só o queria de volta para nós novamente, poder ter seus conselhos e ouvir sua voz me guiando. Mais agora eu deveria ser forte não por mim, mais por minha mãe e minha irmã, eu tinha que ser muito mais forte agora.
Me levantei e parti para o aeroporto, a grande cidade de Nova York para mim se tornava apenas um véu negro sobre meus olhos enquanto corria, essa sensação de liberdade não melhorava meu ânimo, eu estava desolado sem vontade de continuar mais era necessário, pessoas dependiam de mim.
Cheguei no aeroporto com uma folga de dez minutos ainda antes da partida do avião.
- Está melhor meu amigo? - Brian me fitava cautelosamente.
- Estou tentanto ficar melhor, mais a dor não quer passar. - olhei meu reflexo no espelho, minha aparência era horrivel.
- Vamos para o avião, já está na hora de partirmos. - Adam nos conduzia enquanto falava.
No avião a viagem até Seattle foi completamente desgastante e demorada, era como se eu carregasse uma carga maior que minha força conseguia, e se eu desmoronasse na frente da minha família o que eu iria fazer?
De Seattle pegamos o avião para Olympia, dessa vez a viagem pareceu curta demais, me pegando desprevenido sem ter o que falar para a minha mãe e irmã.
Desta vez deixei que Brian dirigisse meu carro, eu estava completamente perdido em pensamentos e não conseguiria dirigir e raciocinar ao mesmo tempo. Sabia que estamos na pequena estrada da floresta, e estamos próximos da minha casa, eu sentia a angusita percorrer minhas veias e meu cérebro começou a se agitar em pensamentos.
O carro parou dentro do estacionamento, eu desci junto com os outros mais a voz de Adam interrompeu meus desavaneios:
- Quer que eu conte a sua mãe? - ele me olhava entristecido.
- Não meu amigo, eu preciso fazer isso, muito obrigado! - eu olhava para o chão.
Todos nós saimos do estacionamento e fomos para a sala de visitas em silêncio.
Minha mãe e Melissa esperavam anciosas por nós na sala.
- Filho e então o que aconteceu? - ela estava realmente angustiada.
- Cade papai irmão? - Melissa choramingava.
- Por favor uma de cada vez! - eu as olhava.
- E então filho fale logo o que aconteceu.
- Mamãe, Melissa, eu e Brian conseguimos chegar em Nova York mais não a tempo de poder fazer alguma coisa, o assassino conseguiu dividir a todos e atacou papai sem piedade, e ele não conseguiu sobreviver ao ataque, papai está morto. - eu cai sentado no sofá ao dizer as palavras.
Minha mãe apenas disparou para o quarto e de lá se ouviu um grande grito de dor e de tristeza, Melissa ainda parada feito uma estátua de mármore apenas conseguiu dizer:
- Maninho você prometeu para mim.
- Eu sei e me desculpe por isso, eu não cheguei a tempo meu amor.
Ela me abraçou apertado e me olhou assustada.
- E agora? Como vamos ficar? E mamãe? - ela me fitava apavorada.
- Não se preocupe eu vou cuidar de você de mamãe, agora vá ficar um pouco com ela.
- Está bem eu vou lá ver ela.
Melissa disparou atrás de minha mãe em seu quarto, eu fitava o teto enquanto estava sentado, Mícara e Brian estavam abraçados encostados em um pequeno pilar e Seiky e Adam já haviam ficado na sombra como de costume.
Era seis e meia da tarde quando minha mãe junto com Melissa estava descendo as escadas, ela apenas conseguiu sussurrar:
- Já liguei para o serviço de seu pai e informei a eles que seu pai morreu tragicamente em um acidente, e que seu corpo seria velado amanhã cedo no cemitério de Olympia as oito em ponto. - ela ainda fitava o chão vazio.
- Entendi mamãe, quer que avise a todos? - eu a fitava.
- Não Jeremy, eu simplesmente não quero você no enterro de seu pai! - ela pela primeira vez depois da notícia fitou meus olhos.
- Mas mãe...! - eu a olhava assustado.
- Isso é uma ordem, você prometeu protegê-lo e olha o que você fez! - ela me olhava com um profundo rancor.
- Mamãe pare com isso, ele não teve culpa. - Melissa tentava acabar com o assunto.
- Teve sim, ele não defendeu seu pai, ele ajudou a destruir seu pai! - minha mãe jogava as duras palavras em cima de mim como facas perfurando o meu corpo.
- Eu sinto muito não conseguir chegar mais rápido mãe.
- Já chega Elizabeth! - Brian entrou na conversa. - Você está sendo completamente infantil, e ao invés de dar apoio ao seu filho você jopga a culpa nele? Que tipo de mãe você é? - ele falava secamente.
- Eu sinto muito Jeremy, estou nervosa! - ela expressava toda a sua dor.
- Eu sei, agora vou preparar as coisas para o enterro amanhã.
Fui até meu quarto e liguei para todos os amigos que Jonatan tinha, e os avisei sobre o enterro e claro todos ficaram completamente chocados com a morte misteriosa de Jonatan Ion.
Eu esperei as horas vagarem lentamente até o outro dia,deitado em minha cama eu pensava em como seria se eu tivesse chegado a tempo, eu poderia ter evitado a morte de meu pai, e mais ainda eu podia evitar a dor e o sofrimento impostos em minha mãe e Melissa.
Eu as amava de coração, e me doia demais vê-las naquele estado lastimável. Eu só podia esperar que o tempo curasse minha ferida e a ferida de minha família.
Os primeiros raios do sol invadiram meu quarto, olhei em direção ao sol e vi que o dia já estava claro, eu me levantei e procurei meus trajes de luto e os separei na minha cama.
No banho ainda estava em choque por saber que jamais teria meu pai novamente comigo, a dor perfurava meu corpo inteiro, era até difícil de ficar em pé. As sete horas eu já estava pronto junto com todos os outros, todos usando as roupas pretas para o dia de luto e do enterro do ente mais querido de minha família.
Brian pegou o carro de minha mãe e partiu com todos dentro do carro, eu consegui atrasar o máximo que eu pude minha ída, eu não queria fazer com que minha mãe sofresse mais ainda com minha presença.
Peguei meu carro e parti em direção ao cemitério, ao estacionar em frente, vi as pessoas se aproximando para o enterro, tudo havia sido preparado de madrugada, o enterro, caixão, flores, o padre tudo tinha sido arranjado mais rápido que o normal, o que o dinheito não compra pensei comigo mesmo.
Eu parei ao lado de Melissa aonde o caixão estava prestes a ser colocado no imenso buraco pronto no chão.
Mais eu pude sentir uma esperança de que tudo podia mudar, Ana vinha linda em minha direção, seus olhos estavam lacrimosos olhando para mim gritando por mim.
Ela simplesmente não disse nada, pegou suavemente minha mãe e apoiou sua cabeça em meu ombro, eu apenas senti a amor dela preenchendo a dor e o vazio que a morte de meu pai fazia.
A minha pequena imaginação flutuava ao encontro de qualquer pensamento que levasse a meu pai, e pude sentir apenas o frenesi de ter ele por perto por alguns segundos, isso era realmente algo completamente bom.
Eu simplesmente sabia que Ana estava ali por mim e para mim, eu só pude ficar profundamente agradecido por ela a está hora estar ao meu lado me apoiando.
O padre fez seu discurso biblíco, o caixão estava sendo colocado no imenso buraco a nossa frente.
Eu me ajoelhei e Ana fez o mesmo movimento ajoelhada comigo, ela estava com uma pequena rosa branca e a colocou em minha mãe e com sua mão segurou a minha com força.
- Eu estou aqui e amo você, estou com você Jeremy.
- Eu sei, e é por isso que estou vivo ainda!
Lançamos a flor em cima do caixão do meu pai e esperamos toda a terra cobrir seu tumúlo.
As pessoas iam se afastando, apenas eu e Ana ficamos para trás.
- Como você está se sentindo meu amor? Eu fiquei sabendo só hoje cedo na escola e vim direto para cá! - ela me olhava tristemente.
- Eu não sei o que sinto, é tudo um grande vazio, obrigado por estar aqui meu amor. - eu tentei sorrir, mais apenas surgiu uma careta em meu rosto.
Ela pegou minha mão e a colocou em seu peito.
- Eu estou aqui com você, e ele bate por você eu só quero cuidar de você.
- Sem você Ana eu simplesmente achava que viver era algo normal, fácil e doloroso, mais aprendi que a vida é incomum, fácil e doce, por que é você a essência da minha vida e o que faz de tudo na minha vida ser especial.
Eu estreitei nossa distâcia, nossos corpos ficaram perto mais havia eletricidade entre eles, ela fechou seus olhos e aproximou lentamente seus lábios dos meus.
Meu corpo eletricamente tentou acompanhar o avanço do corpo de Ana, mais minha mente lutava com impaciência contra isso.
Seria nosso primeiro beijo? Ou seria o começo de um desastre sem precedentes? O fato é que meu corpo desejava muito sentir o calor sensível do corpo de Ana.
Eu não consegui me mexer e a deixei se aproximar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

6- Sentimentos.



Meu cerébro suplicava para não dizer a verdade, mais meus lábios começaram a se mover, então algo que eu não esperava aconteceu.
Seus dedos se moveram rápido e tocaram meus lábios, e foram os seus que se moveram em um jato impressionante:
- Não importa agora! temos tempo para isso! - ela me olhava sorrindo.
- Eu só queria dizer Ana e ainda quero, eu era forte sem você, mais com você eu me sinto vivo, me sinto feliz como jamais fui em anos.
Seus olhos encontraram os meus, ela estava curiosamente contente, a expressão de seus olhos me fascinava, era ela a única que fizeram meu mundo firar em décadas de existência.
O estupor me deixou em êxtase, o toque de seus dedos em meus lábios, o doce aroma de sua pele, minhas células reagiram nervosamente e bruscamente ao seu toque.
- Jeremy você está bem? - ela sorria.
- Sim eu estou, perdoe-me por falar estas coisas Ana!
- Não vou te perdoar! - ela me olhou incisivamente.
- Ana seja razoável, por favor! - meus olhos tentavam encotrar os dela.
- Não irei te perdoar Jeremy, por que eu também sinto o mesmo por você eu também me sinto feliz ao seu lado, você é único e singular.
Seus olhos encontrar os meus, sua face corada estava mais relaxada, seus olhos cor de mel transbordavam felicidade e isso me fazia o homem mais forte e mais feliz do mundo.
- Eu gosto muito de você, preciso muito de você e já não me permito viver longe de você!
- Eu também me recuso ficar sem você Jeremy, tudo o que me importa e que eu tenho de importante é você!
Eu podia estar corado ou demonstrar o que eu sintia tocando sua face, mais me contive, não podia estragar nosso momento, o nosso mundo onde existia apenas nós dois.
O jantar veio e como sempre, fingia comer a comida que para mim não havia motivo para engolir, a comida humana para mim era horrível, o único jeito era jogar toda a comida em um guardanapo sem que ela percebesse.
A sobremesa foi escolhida por ela, um sundae que por palavras dela estava divino, eu não gostava disso e muito menos do cheiro, o aroma dela era bem mais forte e mais delicioso que isso, mais ver ela feliz já me bastava.
Aproveitamos para conversar e então deixei ela fazer suas perguntas,e claro eu tentei esconder a real verdade do que erámos, não era para ser agora eu não queria que ela me visse como um mosntro, não agora.
- Como sua familia é? - ela perguntou curiosa.
- Bom somos em quatro pessoas, Jonatan, Elizabeth, Melissa e eu. - sorri.
- Mais por que você os chama pelo nome? - ela franziu o cenho.
- É por que não sou filho legítimo deles eu sou adotado, apenas Melissa é filha biológica de meu pai e minha mãe.
- Meu desculpe, eu sinto muito deve ser difícil para você né? e seus pais biológicos?
- Não precisa se desculpar eu os amo demais, é a minha família de verdade agora. Bom meus pais biológicos morreram há alguns anos atrás.
- E por que vocês moram tão escondidos dentro da floresta?
- Gostamos de privacidade, e meu pai gosta de pescar! - eu ri da própria mentira.
- Jeremy está ficando tarde e eu preciso ir embora! - ela me olhava chatiada.
Minha bolha de felicidade particular explodiu, eu acabei voltando para a minha realidade.
- Eu entendo, seu pai ainda não sabe não é? - me levantei e puxei a cadeira para ela se levantar.
- Não. Eu prefiro não falar disso por enquanto! - ela se levantou sorrindo.
- Entendo, então vamos embora.
Algo que eu não esperava aconteceu, ao meu lado ela pegou em minha mão e eu a senti tremer, eu tirei rapidamente minha mão da dela.
- Me desculpe Ana! - olhei amargurado.
- Você é gelado, é rápido... Jeremy por favor quem é você? - ela falou frenética.
- Pego você amanhã na sua casa para irmos a escola juntos? - desconversei.
Ela percebeu que eu tinha encerrado o assunto.
- Sim! Eu te espero amanhã cedo. - falou ela derrotada.
Paguei o restaurante e a levei até o carro, abri a porta e sorri para ela.
- Eu não sei ficar mais sem você Ana! - sorri com felicidade.
- Eu também não sei mais pensar em minha vida sem Jeremy Ion! - ela sorriu. - Boa noite meu Jeremy.
- Boa noite minha querida Ana.
Ela deu um sorriso, e fechei meus olhos para me lembrar e fixar seu rosto e minha mente mais uma vez.
Entrei em meu carro e parti para casa. A chuva tinha cessado um pouco, adentrei na floresta que dava acesso a minha casa, estacionei meu carro e ao que parecia a única qeu quicava em seu lugar era Melissa.
- E então como foi irmão? - seus olhos brilhavam de curiosidade.
- Foi uma noite perfeita e maravilhosa, não me sentia feliz assim há décadas. - sorria feito um bobo.
- Mais e o beijo como foi? Você não bateu os dentes nos dela né? - ela parecia preocupada.
- Claro que não Melissa, eu sei beijar né! - todos riram inclusive eu. - Mais não houve beijo algum.
As risadas cessaram e vi a frustração nos olhos de minha pequena irmã.
- Mais irmão por que? O que houve? - ela me olhava com tristeza.
- Eu simplesmente disse a verdade de meus sentimentos a ela e não sobre o que sou, eu não quero perder ela por ser o que sou irmã. - respondi com a voz suplicante.
- Tem medo de ela te deixar por isso? - ela me olhava incrédula.
- Sim Melissa eu tenho medo de perdê-la por qualquer motivo aparente. - olhei de canto.
- Se ela te deixar por isso é sinal de que o amor dela não é forte, irmão não pense desse modo.
- Melissa tem razão filho, não seja infeliz por isso, converse com ela amanhã! - minha mãe disse protetoramente.
- Quero que continue assim pessoal, não quero forçar ela a me aceitar, ela me ama assim e é assim que irei ficar com ela sem envolvê-la nesse turbilhão que é a nossa vida.
- Isso é uma pena irmão, adoraria conhecer ela. - disse ela triste e derrotada.
- Um dia você irá conhecer ela maninha, isso eu prometo! - sorri com cautela.
- Espero que sim! - e ela voltou a sorrir.
- Alguma notícia do assassino? - olhei para Brian e Mícara sentados no sofá.
- Não obtivemos nada, ele apenas desapareceu e as mortes também pararam, o que viemos a crêr que seja o mesmo assassino! Mícara dizia e olhava para o fundo da sala.
- Isso é realmente estranho! O Jeito é esperar pelo próximo ataque!
- O Jeito é esperar e mantermos a calma! - Adam e Seiky saíam do corredor escuro sem se preocupar com nada.
- Jeremy tenho uma pergunta a lhe fazer! - Seiky falou estreitando seus olhos para mim.
- E qual seria a pergunta Seiky? - falei de mau humor.
- Percebi que a maioria de nós possui apenas um dom, mais você tem mais outro além da leitura de mentes correto? - ele disse com uma calma que me irritava.
- Sim, depois de uma semana que estava aqui despertei o dom da auto preservação. - tentei não falar sobre os detalhes de meu dom.
- Mais auto preservação todos nós temos Jeremy! - ele indagou.
- Sim todos nós temos, mais meu dom consegue ser cem vezes maior que o normal.
Ninguém falou, ele apenas assimilou e analizou todas as minhas palavras deu um grande suspiro e falou:
- O chefe Ion consegue fazer milagres com sua família, todos vocês tem um dom, e um dom extremamente poderoso.
- Realmente interessante. - ressaltou Adam.
- Mais alguma coisa Seiky? - olhava para ele friamente.
- Não, era só isso que eu queria saber sobre você cavalheiro, se me der licença.
Então ele e Adam saltaram para as sombras novamente.
- Vou para o quarto. Até mais tarde.
- Jeremy não ligue para os dois. - Brian disse sorrindo.
- Sem problemas amigo. - falei calmamente.
Subi as escadas com os sussurros abafados de Melissa para minha mãe.
- Eu fiz tudo aquilo para ele beijar ela mãe...
Dei um meio sorriso e fui para o quarto, tirei meus sapatos e minha camisa, e liguei o som baixo, rolava o cd de clássicos tocados no piano algo que eu gostava muito.
Deitado em minha cama eu cantarolava baixinho cada música que rolava no cd.
Foi a noite mais especial de minha existência, eu ainda conseguia ouvir a voz de minha amada, cada suspiro e cada sorriso me fazia ficar em frenesi eu a sentia comigo agora, eu tinha necessidade de ter ela, era a única coisa que eu tinha necessidade de possuir como se fosse meu alimento mais desejado.
Eu só conseguia pensar nela e querer ela e foi esse frenesi noite adentro.
De manhã, eu sai um pouco mais cedo de casa, queria estar na casa dela o quanto antes e assim saciar o meu desejo de ver seu lindo rosto perfeito.
Cheguei e assim que o carro do pai dela saiu da casa, eu encostei o meu e a esperei na porta do carona. Olhei fixamente para a janela de seu quarto até que a vislumbrei, minhas pernas arquejaram e eu apenas consegui sorrir para ela, e seu rosto perfeito retribuiu meu sorriso, aquele rosto angelical e maravilhoso.
A porta da casa se abriu e lá estava ela, quase tive um acesso. A vontade de abraçar era evidente em minha mente.
Realmente ela estava muito linda, com um suéter vermelho e jeans claro, e sua inseparável mochila preta, ela parou na minha frente e sorriu
- Você está linda meu amor! - eu sorri
- Obrigada Jeremy. - ela corou
Abri a porta do carro para ela.
- Primeiro as Damas! - toquei seu cabelo de leve.
Fechei a porta e corri para o meu lado, me sentando ao seu lado, olhei a minha pequena atentamente e sorri.
- Você não tem medo mesmo de ficar comigo não é? - a olhava feliz.
- Eu sinto ter que te desapontar mais não tenho medo de você! - ela riu de minha cara.
- É você tinha que ter um defeito! - ri junto.
- E qual seria Jeremy Ion? - ela fez cara de choro e riu depois.
- Você é maluca de não me temer.
- Acho que é por que sei que não há nada para se temer, eu confio em você e é por isso que estou no seu carro indo para a escola com você.
- Mais tenha cuidado Ana por favor!
- Eu confio a minha vida em você não se esqueça!
A olhei meio decepcionado mais desisti de querer demosntrar ódio por ela. Arranquei com meu carro e no caminho para a escola, ela foi me fazendo sentir cada vez mais humano, eu jamais havia sentido isso em toda a minha vida.
Parei meu carro na vaga de sempre do estacionamento, e sua mão foi para a maçaneta da porta.
- Pode por favor esperar eu abrir a porta? - revirei os olhos.
- Tudo bem, faça isso Richard Gere mandão. - ela sorria.
- Você é espertinha isso sim. - pisquei para ela e ela perdeu a respiração.
Desci do carro e abri a porta para ela, a peguei e a levantei do banco e a segurei pelo ombro e andando em direção ao pátio da escola.
A escola que normalmente me ignorava, acabou parando para ver o mais novo casal da escola, o temido Jeremy Ion e a tímida e doce Ana Smith.
Me senti incomodado com os olhares que furavam até paredes, e pelo visto isso incomodava Ana também mais fingia ser tudo normal.
- Por que será que todos nos olham tanto Jeremy? - ela soltou em um sussurro muito baixo.
- Deve ser por que ponho medo na escola inteiro menos em você, e claro você está abraçada comigo. - eu ria com vontade.
- Não tem graça Jeremy, somos um casal como outro qualquer.
- Bom acho que não sou tão normal assim meu amor. - ela estremeceu.
- Não gosta que eu te chame assim? - estreitei meus olhos negros para ela.
- Não estremeci por isso Jeremy, todo mundo me viu com você agora, e concerteza Amanda vai vir perguntar para mim o que eu sinto para você e se estamos namorando.
- Isso vai ser muito interessante, ficarei me deliciando e curioso para saber o que você sente por mim. - sorria mais alto que o normal.
- Jeremy você é um teimoso, você sabe o que eu sinto por você. - ela bufou.
- Você disse superficialmente portanto...
O sinal tocou eu dei um beijo de leve em seus cabelos.
- Estarei ouvindo o que você for falar, e não tente trapacear!
- Você vai escutar? - ela me olhava.
- É um talento meu , e claro que estarei atento a essa conversa toda Ana. Boa aula querida. - caminhei para minha sala enquanto sorria.
Sabia que elas teriam a segunda aula juntas, tratei de me entreter na primeira aula de história, tentei estudar com mais empenho é claro que a matéria era bem sem graça, já que eu tinha vivido isso pessoalmente e soubia de mais detalhes que um livro escolar.
No meu segundo tempo eu tive aula de biologia, me sentei na habitual carteira de granito preto, e procurei o pensamento de Amanda pela escola e como previ ela foi rápida no gatilho, eu me concentrei na mente de Amanda enquanto ela atacava Ana e me desliguei da aula por completo.
- Oi Ana, o que está rolando entre você e o Ion? - ela dizia atrapalhada e curiosa.
- Oi Amanda, pois é eu e o Ion estamos saindo juntos. - era o que Amanda assimilava.
- Que legal. E já chegaram ao primeiro beijo?
- Ainda não Amanda, nossa relação é meio complicada!
- Mais o que você sente por ele Ana?
Me pendurei com força na mesa eu estava quase destruindo ela toda, estava completamente nervoso com sua resposta e esperava ouvir o que eu sentia por ela.
- Eu gosto dele Amanda, como dizem é um rolo o que temos, e não sei se ele gosta de mim de verdade.
- Eu pensei que fosse algo mais sério Ana.
- Não é apenas um rolo.
Eu comecei a ficar enraivecido por não conseguir ler a mente de Ana, e percebi que tinham mudado de assunto.
Eu precisava ler sua mente, queria saber a verdade em seus pensamentos e isso estava me matando.
Meu ódio e raiva eram tão grande que minha vontade era de detruir a sala toda e não deixar vestígios de nada.
Eu não acreditava nas palavras de Ana, era apenas um rolo estava morrendo de ódio, eu esperei anciosamente pelo intervalo e queria que o tempo passasse para falar com ela.
O sinal tocou peguei minhas coisas e disparei porta a fora. eu andava tão rápido quem em apenas cinco segundos estava parado na parede em frente a sala dela. Eu a vi saindo tropeçando nos amigos, ela abriu um sorriso quando me viu :
- Oi Jeremy!
- Oi! - eu a olhava entristecido.
- Você está bem? - ela me fitava sorrindo.
- Você quer que eu esteja bem depois do que disse a Amanda? - minha raiva subindo por minha voz.
- Jeremy eu falei para você que não era para você ouvir, você já sabe o que eu sinto por você, e simplesmente não gosto de falar de sentimentos com qualquer pessoa mesmo que seja minha melhor amiga o que sinto é só meu e seu de ninguém mais!
Eu ainda a fitava com tristeza, as palavras antes ouvidas eram como uma faca cravada sem piedade alguma. Andei em direção ao refeitório e me sentei na mesa, abaixei minha cabeça e simplesmente não disse mais nada, meu rosto transpassava apenas a dor das palavras dela.
- Isso é o que dá ser xereta, o que eu tenho para dizer eu digo para você, eu te amo e te adoro, eu te quero e preciso de você. Jeremy o que disse a Amanda minutos atrás era apaenas para não ter que ficar com ela na minha cola. - ela sorriu.
- É deve ser. - disse carrancudo.
- Você é um bobo, só existe você para mim agora.
- E para mim só existe você em meu universo particular. - eu agora sorria.
O sinal tocou tão rápido hoje que nem havia saciado minha vontade de ficar perto dela, nos levantamos e a levei para sua sala.
- Te vejo logo Ana! - falava sorrindo.
- Eu conto os minutos para isso. - ela corava.
Fui para minha aula mais calmo e feliz, hoje eu tinha um teste de geometria, eu odiava essa matéria mais por estudar décadas e décadas cabei sabendo mais do que gostaria, portanto a prova foi um ato automático, fiz a prova em segundos e a entreguei.
Sentado em minha cadeira olhava através da janela e me peguei pensando em Ana novamente, eu apenas podia ficar no meu estupor diário para sempre, isso me fazia sentir ela mais perto.
As aulas passaram e fui ao encontro de minha amada, ela sempre estava ali sorrindo para mim, me aproximei e beijei seus cabelos e percebi o ódio de Tristan em seus olhos.
- Seu amigo Tristan me odeia não? - eu ria de seus pensamentos.
- Não sei Jeremy, e não importa a opinião dele, só importa o que eu sinto por você.
- Eu entendo mais sim, ele me odeia e até demais!
- Como você sabe? - ela revirava os olhos. - Mais algum mistério dos Ions?
- É apenas um palpite correto, isso dá para ver nos olhos dele Ana.
- Você é incrível Jeremy Ion.
No carro ouvíamos o meu famoso cd de Strauss, é claro ela também gostava de músicas clássicas.
Paramos em frente a sua casa e começava a chuviscar, o céu estava em uma cor linda, em meu movimento automático deslizava meus dedos por seus finos cabelos, seu perfume era intoxicante, minha boca salivava era de dar água na boca, era difícil ficar com ela em um ambiente muito fechado, eu me sentia em estado de desespero.
- Quer entrar em minha casa Jeremy? - ela estava nervosa suas palavras sairam trêmulas.
- Seu pai iria querer me ver aí dentro sozinho com você? - eu a fitava com meus olhos negros que faíscavam.
- Você não estará aqui quando ele chegar!
Ela riu e saiu correndo para a porta da casa, eu a acompanhei e sai de meu carro a chuva fina deslizava por meu rosto pálido e frio isso era reconfortante para mim.
- Bom como dizem , a casa é sua. - ela ainda ria.
- Faça as honras!
Estendi meu braço para ela entrar primeiro, ela entrou e saiu acendendo as luzes da casa e se dirigiu a cozinha comigo em seu encalço.
A casa era totalmente organizada, tudo em seu devido lugar. A sala que deveria ser a maior parte da casa era decorada com fotos de Ana em todas as suas formaturas, havia dois sofás médios e uma pequena poltrona velha em volta da grande teve de plasma que se situava no centro do aposento, pelo visto seu pai ainda não havia superado a perda de sua mãe, havia uma foto dela em um pequeno porta retrado ao lado da televisão.
A cor de suas paredes num tom Pastel era doce e humilde, poderíamos dizer que seria a casa de uma mulher solteira e não de um homem com uma filha adolescente.
Entrando na cozinha pude ver que era o lugar mais alegre da casa, era um pequeno espaço em verde, ali poderia ficar no máximo três pessoas sem se chocarem.
Ela remexia na geladeira e tirou uma grande garrada de água.
- Quer um pouco de água?
-Não, muito obrigado eu estou bem.
Olhando a cozinha toda vi o livro Romeu e Julieta caído na cesta de frutas e então tive que falar:
- É impressão minha ou é da maioria das pessoas, que toda menina gosta de ler Romeu e Julieta? - peguei o livro surrado na cesta de frutas.
- É a maioria gosta Jeremy, pelo menos é meu livro favorito. - ela sorria.
- Gosta tanto assim de ver amores trágicos? - eu a encarava.
- Não é pela tragédia que leio, é pelo amor que eles sentem , esse amor é igual ao meu por você Jeremy. - ela fixou os olhos nos meus.
- É eu também sinto o mesmo por você meu amor.
Me distrai aos poucos vendo ela fazer seus afazeres domésticos, acabei rindo um pouco de sua luta contra a máquina de lavar, e claro por conhecer ela até demais em apenas alguns dias sabia que era uma luta perdida, para ela no caso. Cansado de ver ela se molhar, eu me ofereci para ajudar e ela aceitou sem questionar.
A tarde ao lado de Ana era tão humano, tão simples, eu poderia sentir meu coração pulsar frenético se eu tivesse um para bater em meu peito vazio e oco.
Meus ouvidos indicaram o barulho do carro do pai de Ana, e claro Henry era um homem que se podia temer se fosse humano.
- Ana meu amor, está ficando tarde e logo seu pai estará aqui e acho que isso nem de longe seria agradável concorda?
- Tudo bem então. Eu te vejo amanhã? - ela sorria.
- Sim. Te pego logo cedo para irmos a aula juntos amor.
Beijei levemente seus cabelos e disparei para a porta, ela estava na porta quando pisquei e desci a pequena avenida em direção a minha casa.
Aparentemente não havia ninguém em casa, o silêncio era perfeito para mim, já que ultimamente não tinha tranquilidade para mais nada, nem para minha maldita existência.
Fui até a sala de música, uma grande sala espelhada, com seu teto e sua única parede pintados em preto, para mim preto era realmente inspirador e me sentei no meu grande piano de cauda.
No piano procurei tocar algumas notas, mais havia uma música em minha mente e era para minha querida Ana. Tentei colocar a música no piano e depois de algumas tentativas pude ouvir a música de minha mente rolar no piano.
Era uma música doce e serena, uma música de ninar a chave para ter ela em meus pensamentos até em meu piano.
A doce música que tocava atraiu a atenção de minha mãe que havia chegado em casa, ela se sentou calmamente ao meu lado para ouvir. Eu tocava com todo o meu amor e ela sentiu isso, por que seu rosto se abriu em um grande sorriso doce e feliz.
- Que bom que ela você se sentir assim filho! - ela sorria
O piano parou de tocar e me virei para ela suspirei e disse:
- Ela é a pessoa mais importante para mim, eu achei por quem esperava há cento e vinte anos mãe, e eu não posso perde-lá eu nunca me senti tão feliz em minha existência como sou agora.
- Eu fico muito feliz por você filho, e realmente muito grata por ela ter entrado em seu caminho filho. - ela me abraçou sorrindo.
- Mãe isso é só entre a gente tudo bem? - eu a olhava constrangido.
- Tudo bem Jeremy, não direi nada a ninguém.
Jeremy, Elizabeth, Seiky, Adam! - a voz de Brian ecoava da sala de visita.
Chegamos lá em um átimo, os olhos claros de Brian faíscavam, assim como os de Mícara.
- O que aconteceu Brain? - Adam dizia das escadas ao lado de sua sombra Seiky.
- Recebi uma ligação do clã de Nova York!
- O Clã de Frederico Marsters? - perguntei.
- Sim o clã dele, ao que parece Âmago o único talentoso da família foi destruído também, o destruiram em questão de segundos pelo que Frederico disse.
- Mais que droga é essa? - olhei para todos incrédulo.
- Não sei, ao que parece todos os talentosos de todos os clãs do nosso país estão sendo destruídos. - Seiky falava calmamente.
Ele simplesmente continuou a falar calmamente com todos:
- O que me intriga é seu clã, os Ions são o maior clã de talentosos que conhecemos de todo o país e simplesmente deixaram vocês de lado e atacaram outros talentosos por aqui, isso é realmente estranho demais não acham?
- Deve ser pelo falto do clã ser grande Seiky, por isso não ousaram atacar, ainda mais com Elizabeth aqui e seu famoso talento de boqueio, o talento dela é impressionante. - Adam mais pensava consigo mesmo do que falava com todos.
- Já ligaram para Jonatan? - perguntei.
- Sim Jeremy já ligamos, Adam, Mícara e Seiky ele está esperando por vocês no aeroporto, então não demorem vão logo!
- Já estamos indo, se cuidem! - a voz áspera de Adam ecoava pela casa.
A porta deu um pequeno estalo só podíamos ouvir o som das rodas do carro distante já na estrada.
- Isso está ficando estranho, por que os talentosos? E por estão sendo destruídos? - pensava alto.
- Não consigo entender também Jeremy, mais o que aparenta é que o assassino também é um talentoso. - ele disse com a voz entrecortada.
- Concordo com você Brian, não se pode acabar com um talentoso, sem ao menos ser poderoso o bastante ou obter um grande talento.
- Não quero que me peguem irmão. - Melissa dizia tristemente até grudar em mim.
- Calma Melissa fique calma maninha! - eu sorria. - Eu jamais deixarei que toquem em você minha pequena irmã.
- Eu sei que não, você é o mais forte da família, luta melhor que papao e mamãe juntos. - ela sorria.
- Irmã estamos seguros e você também está não se preocupe com isso!
A noite estava quente e abafada mais sem estrelas no céu, olhava da minha sacada o grande céu negro e só havia uma única estrela em meus olhos.
O rosto de minha amada, o rosto que eu precisava ver logo, os sentimentos contido por décadas agora escorria sem parar como um grande rio represado.
Era o começo da minha vida, décadas morto ou talvez podíamos dizer que estava adormecido, esperando por alguém me fazer abrir os olhos e respirar, e ela fez isso por mim, eu jamais poderia retribuir tudo o que ela estava me dando a partir de agora.
A porta ia ser tocada mais eu fui mais rápido:
- Entre Brian!
Vi o rosto perfeito e translucido de meu amigo se esgueirando pela porta, seu rosto apesar de tudo o que estava acontecendo parecia calmo e sereno.
- Oi Jeremy!
- O que houve Brian? - olhei de canto.
- Não houve nada, só queria saber o por que de andar tão quieto ultimamente!
- É por que não há nada para se falar, não sou de conversar e você sabe disso amigo! - eu sorria.
- Isso envolve Ana ou seria outro motivo? - ele me encarava.
- Brian já disse que não quero conversar. - trinquei os dentes. - Peço que me respeite por favor! Olhava para ele enfurecido, mais resolvi olhar para o céu para extravasar, ele só estava preocupado comigo.
- Eu sei disso Jeremy, eu só queria ajudar você mais percebi que não quer a minha ajuda! - sua voz era ressentida.
- Eu sinto muito meu amigo.
Mais a porta já havia sido fechada e sabia que ele havia ouvido minhas palavras de desculpas.
Voltei a meu pensamento anterior o de minha única estrela, e amanheci nesse pensamento.
Esta manhã algo estava diferente, uma coisa estranha pairava no ár algo a ser captado por meu cérebro, era meu dom funcionando ou apenas paranóia minha por estar sob pressão?
Novamente meu dom não falhou e o meu pequeno celular azul vibrou, ele ja estava aberto no primeiro toque e então falei:
- Alô? - minha garganta estava seca.
- Jeremy vocês estão todos bem? - a voz de meu pai era perturbadora.
- Estamos bem Jonatan, aconteceu alguma coisa?
- Meu filho erramos ao vir para cá, agora estamos correndo perigo!
- Mais pai o que houve? - minha voz estava completamente sem vida.
- Estamos no rastro dele, ele agora sabe quem está atrás dele, eu me separei dos outros para procurar melhor.
- Pai eu não entendo o que está acontecendo?
- Filho...
A voz de meu pai havia sumido do telefone, e só pude ouvir o telefone ficar sem linha.