terça-feira, 1 de dezembro de 2009

13 - A Visita.


- Vou me surpreender?
- Você sabe que sim meu amigo, jamais iríamos deixar você se não fosse por um bom motivo e você sabe disso. - ele estava relaxado e não parecia haver mentira em sua voz grave e lenta.
- Estou esperando Brian, o que tem para me falar?
- Jeremy sente-se meu amigo por favor, eu contarei tudo a você.
Me corpo estava rígido e parecia muito difícil movimentá-lo com o meu estado de espírito, lentamente caminhei até o sofá e me atirei nele com os olhos para o teto, era muito mais fácil raciocinar sem olhar para os olhos das duas pessoas que mais confiava no mundo e que agora eram apenas conhecidos para mim. O Sol já não estava mais lá fora, raios purpúras entravam pelas grandes paredes de vidro e então percebi que ele começara a falar calmamente:
- Jeremy o que temos para dizer a você é que já sabemos o que estão querendo. - ele deu um suspiro longo e lento.
- E o que eles estão querendo Brian? - minha sobrancelha arqueou em uma meia lua.
- Eles querem você Jeremy. - ele nem ao menos se moveu.
- Eles querem a mim? - paralizei de choque enquanto desviava meu olhar para Melissa, mais não tive seu olhar de encontro ao meu os olhos dela faíscavam para a janela. - Como assim? Do que vocês estão falando? humf.
- É exatamente isso Jeremy, eles querem pegar você, mais ainda não encontraram uma brexa para atacar. Mícara e eu disfarçamos nossa presença e ficamos pela redondeza. - ele pigarreou, - e vimos que eles vigiam demais a redondeza, não conseguimos ver os rostos, pois andão encapuzados, mais se movem numa velocidade impressionante, conseguem ser mais velozes do que eu, apenas Mícara conseguiu acompanhá-los na corrida.
- Mais o que eles querem de mim? - olhando ainda sem entender, com o rosto duro e petrificado.
- Ainda não sabemos. - Mícara falou com sua voz suave. -, o que sabemos é que você deve tomar o devido cuidado para não ser destruído.
- Eu tomarei todos os cuidados possíveis Mícara.
Já passava das nove da noite quando me retirei da presença deles e fui para meu quarto, o meu único recanto feliz que eu tinha em anos de existência, o problema não era ser perseguido por seres como nós e ser destruído, a única aversão que eu tinha sobre essa história toda era que podiam machucar Ana e isso eu jamais iria permitir.
A noite estava quieta e sem vento o desejo de ver ela e de sentir seu cheiro era extremamente gritante em meu cérebro, era quase impossível de se conter. Pulei da minha janela caindo cuidadosamente no gramado de entrada da casa e disparei para o ár gelado da noite escura e sombria, a umidade das plantas batiam em meu rosto me deixando com pequenas gotas de orvalho em meu rosto branco que não entrava de maneira nenhuma em sintonia com a noite.
O ruído de meus passos eram imperceptiveis quase sem som algum, meus olhos trabalhavam ainda melhor a noite então toda a vida animal que existia era vista e sentida por mim enquanto eu deslizava para fora da mata.
Ao correr pela estrada conseguir chegar ainda mais rápido a casa de Ana.
As luzes estavam completamente apagadas, então olhei para o relógio e percebi o quanto já estava tarde, o único jeito era a janela de seu quarto. Pulei levemente sobre a árvore que tinha á frente de sua janela.
Parado em frente a janela, exitei por alguns segundos se era certo entrar, mais meu desejo por ela era imensamente maior que minha sanidade, então soltei o trinco lentamente e disparei para dentro do quarto como uma sombra negra sobre o chão.
Ali estava ela deitada sobre os lençois azulados e um grande edredon amarelo, seus cabelos estavam emaranhados em seu rosto e suas mãos por baixo do pequeno travesseiro, seu rosto era completamente doce e feliz durante o sono, era difícil resistir ao seu doce sorriso, mais algo difícil de acreditar aconteceu...
- Jeremy, apenas meu... meu Jeremy, amo você meu Jeremy.
Meus olhos ficaram fixos em seu rosto mais ela não abriu os olhos, ela poderia estar sonhando comigo, isso me deixava completamente feliz, mais estava tarde e amanhã precisava buscar ela para irmos a escola e aí sim conhecer minha família.
Deslizei minha mão pelo seu rosto e meus lábios gelados tocaram seu rosto delicado fazendo ela sentir um leve arrepio.
- Eu prometo agora e para sempre meu amor, jamais deixar de amar você.
Olhei mais uma vez para seu rosto e disparei pela janela para a noite que começava a ficar mais negra. A volta foi consequentemente mais rápida para mim, a noite como sempre era a parte mais chata da minha vida, então peguei um livro entitulado como Romeu e Julieta de William Shakspeare, um conto engraçado sobre um amor sem barreiras e limites, algo de que eu gostava muito, o livro conseguiu me prender a atenção até os primeiros raios da manhã enevoada. Me vesti rapidamente e disparei com meu carro para a casa de Ana, normalmente sempre encostava o carro assim que seu pai saia para o trabalho e assim fiz como de costume parando exatamente na entrada casa.
Não demorou muito para o ruído da porta da frente me tirar de meus desvaneios secretos. Sai de meu carro e a esperei na porta da carona com um sorriso estampado no rosto pálido e sem vida, ela retribuiu e se aproximou arrumando o cabelo.
- Bom dia Ana, dormiu bem? - sorri cosntrangido sabendo que havia dormido bem.
- Bom dia Jeh, eu dormi muito bem sim e você?
- Acho que não te falei ainda - eu sorria mostrando os caninos -, mais eu não durmo.
- Nem um pouco?
- Nem um pouco!
- Nem alguns minutos? - ela me olhava curiosa.
- nem minutos e muito menos segundos.
- Desde que virou vampiro?
- Exato. Agora vamos para a escola, ou se importa de se atrasar?
- Hoje eu não posso tenho uma maldita aula de história. - ela bufou sorrindo.
Entramos no carro e o leve motor roncou como uma pantera prestes a dar o bote.
O caminho para que era completamente silencioso, passou a ser um tempo completamente aproveitável para minhas perguntas sobre sua vida por mais insignificante que fosse.
- Você gosta de que sobremesa? - eu perguntei rindo após muita insistência.
- Eu gosto muito de morango, tudo o que tiver morango eu vou adorar. - ela sorria constrangida sem entender minha pergunta.
Mais meu desejo de saber tudo o que ela escondia de mim dentro de sua cabeça era muito grande.
Estacionei meu carro como sempre na vaga a esquerda da diretoria, o pátio como sempre era como um desfile de modas e os modelos de passarela eu e Ana, todos perdiam o que faziam e nos encaravam como se fosse fora do comum, sem saber que era realmente fora do comum.
Me despedi de Ana no refeitório e caminhei para minha bela aula de trigonometria. Argh, que droga! - pensei comigo mesmo.
A aula de trigonometria era concerteza a aula mais chata que eu tinha em meu currículo escolar, o mais doloroso disso tudo é que eu já sabia tudo de trigonometria e nem ao menos poderia usar em aula o que sei.
Deixei a mente vagar e com a caneta rabisquei lentamente a capa do caderno pelo menos umas 300 vezes o nome de Ana com minha caligrafia elegante e precisa.
O sinal tocou, um sinal de alivío para mim andei atentamente para a segunda aula do dia que seria História, de fato era a aula que eu mais conhecia os fatos, não por ser o nerd da classe ou enfiar a cara em livros mais por ser mais velho que a própria cidade. Sai sorrindo pelo corredor e andei mais rápido que o normal para a aula, é claro que mesmo com os poderes de um vampiro eu ainda conseguia ser uma pessoa completamente fora do comum e tropeçar no cabo do esfregão do zelador Jhon, e ouvir um - Você é cego ou é burro menino? - algo muito simpático da parte de Jhon.
A aula de história falava sobre a 2º guerra mundial, se eu não estive presente na época acharia uma história completamente brilhante. Então silenciosamente voltei a rabiscar meu caderno e o nome Ana voltou a fikar impresso sobre as folhas da matéria de história.
Consequentemente as horas se passaram e havia chegado a hora do almoço, me sentei como sempre ao lado da pessoa que me fazia me sentir cada dia mais humano.
- Jeh queria te fazer uma pergunta posso? - ela me olhou com cautela.
- Depende dela, mais me pergunte e eu vejo se respondo ela. - sorri mostrando meus caninos brancos.
- Iremos mesmo hoje depois da aula a sua casa conhecer sua família ou não? - suas bochechas coraram levemente, e não resisti até tocar sua face com a ponta de meus dedos gelados, senti ela estremecer com o toque então retirei meus dedos com mais precisão do que o normal deixando-a assustada.
- Me desculpe se te assustei. - sorrio de canto, - mais vamos sim acabando a aula nós iremos e você finalmente conhecerá minha familia de monstros.
O Sinal tocou e sorrindo deixei Ana em sua sala para a aula de Educação física, enquanto eu parti para a aula de literatura. A vontade de ver a hora passar rápido era imensa, mais os ponteiros do relógio que ficava acima do quadro negro literamente não me ajudavam e só dispertava ainda mais meu nervosismo, a caneta batia repetidamente no caderno e na carteira criando um som realmente irritante. Alguns alunos lançavam olhares de reprova, mais o meu desespero era ainda maior o que me fez perder o fio da meada e nem reparar nos olhares repreensivos de todos os alunos inclusive do professor.
A última aula passou ligeiramente depressa em vista das outras disparei porta a fora e fui esperar por minha amada no carro.
Deixei minhas coisas dentro do carro e fikei na porta do carona a espera dela, ela veio ligeiramente mais arrumada, os cabelos que cedo estavam soltos agora estavam presos em um lindo rabo de cavalo, deixando seu pescoço fino e esguio a mostra. A blusa que estava de um tom bege havia sido substituido por um sueter fino de lã azul, aquela cor me agradava demais em todos os sentidos.
Ela se aproximou e tentou me beijar na boca mais só consegui deixar que tocasse meu rosto com sua boca e seu hálito quente.
- Por favor Ana me entenda apenas um pouco. - tentei sorrir.
- me desculpe Jeh , não era minha intenção.
- Tudo bem. Pronta para se divertir no ninho dos vampiros?
- Eu cnsigo sobreviver jeh.
Ela deu um murro de leve em meu ombro e entrou no carro pela porta do carona, andei até a minha porta e entrei.
Liguei o carro e o deixei roncar baixo sob nossos pés.
- Não se assuste com nada que ver ou fizerem, eles são meio atenciosos demais. - ele ria frustrado.
- Tudo bem Jeh, mais tem alguém que sabe que estou indo?
- Na realidade todos já sabem de você e te conhecem, mais Melissa é a que mais está anciosa por esse encontro.
- A sua irmã mais nova correto?
- Sim ela mesmo, está sentada na sala agora esperando por nós.
- Como você sabe? - ela me olhava surpresa.
- Consigo ler os pensamentos dela mesmo há uma distancia de 10 milhas. - tampando o riso para não constrange-la.
Acionei o acelerador como se pisasse em uma pena e ele disparou pelo estacionamento, enfileirando atrás de um sentra vermelho tomate, buzinei para o carro se adiantar, até que a cara feia de Denny era refletida pelo espelho, ele me encarava com uma certa intensidade maior que os outros alunos, que morriam de medo de qualquer tipo de contato comigo.
Ele fixou seu olhar durante alguns segundos, e claro não deixei passar e o encarei como uma presa, até sentir que ele se encolhia dentro do carro e partia o mais rápido possivel para a estrada que dava acesso a rodovia.
O carro andava numa velocidade acessivel mais que me deixava irritado, entrei a esquerda da avenida e pude pegar a estrada, que dava em direção a minha casa, o caminho estava completamente horrivel, deslizar com o carro sobre a pequena estrada arenosa era uma brincadeira que era egoísticamente boa para mim, apenas para mim pude ver o suor escorrer pela testa de Ana e sentir sua pulsação e o medo correr por seu corpo.
- Fique calma já estamos chegando! - eu sorria.
- Ainda bem, essa estrada está me deixando completamente enjoada Jeh!
A estrada abria para uma pequena campina verde, e em seguida já podia se ver a grande mansão branca que ainda resistia por entre as árvores e trepadeiras que literamente dominava o cenário.
- O que achou? - sorria olhando de canto.
- Maravilhosa, que casa linda você tem Jeh! - ela sorria maravilhada.
Sai rapidamente do meu lugar no carro e já estava abrindo a porta para ela, Estendi minha mão gelada para ela e a puxei devagar para fora do carro gentilmente.
- Agora não fique com medo, está dentro do covil mais perigoso do mundo. - eu estremeci ao dizer as palavras com tanta severidade.
- Não tenho medo, eu tenho você. - ela sorria confiante.
Caminhei calmamente junto dela até a porta e girei a maçaneta lentamente da porta.