terça-feira, 8 de setembro de 2009

11 - Caminhos.

E acontecia de uma forma com a qual eu jamais conseguiria lidar, era uma sensação de entusiasmo, de prazer era completamente novo para mim.
- Kiato é você? - eu olhava ainda surpreso.
- Sim Jeremy! Como você está?
- Estou otimo meu amigo, mais o que você está fazendo aqui? - perguntei incisivo.
- Fiquei sabendo sobre a morte de seu pai, e vim o mais rápido que pude.
- Melissa? Verdade ou Mentira? - perguntei a ela enquanto não o tirava de meu campo de visão.
- Sim. Ao que parece irmão ele veio em missão de paz.
- Tratando um amigo seu assim, velho amigo?
- Um amigo que fugiu quando precisavámos? - olhei perplexo.
- Já pedi perdão por isso Jeremy. - ele olhava aflitivo.
- Tudo bem amigo, já tinha lhe dito que passou isso.
Ele se aproximou rapidamente como um vulto que se esgueira pela sombra, e me abraçou fortemente.
Era estranho ver Kiato depois de séculos sem nem ao menos recebermos notícias de seu clã.
- Mais o que o trouxe para nossa casa Kiato?
- Noticías meu amigo. Noticías.
- E quais seriam? - perguntou Brian.
- Já estão sabendo das mortes que estão ocorrendo? - todos nós assentimos quando ele nos perguntou sobre a questão em si. - Pois bem ao que parece são seres talentosos e de clãs mais fracos, onde o clã depende daquele talentoso para continuar vivo. E tem mais. O boato que ocorre em nossa grande comunidade é que eles estão aumentando a matança de talentosos pelo sul do Texas agora, mais ninguém consegue saber quem é e o que são...
A sala era um completo silêncio enquanto Kiato proferia as palavras em um jato rápido e eficiente. Brian trocava olhares significativos para mim, ao menos só eu conseguia ver suas expressões de nervosismo e de terror.
Encostei na pequena mesa de mármore onde jogavámos e comecei a pensar e encaixar tudo o que ele estava nos falando, mais algo estava completamente errado, havia hiatos nessa conversa com as quais as minhas informações não encaixavam.
Focalizei a mente de Brian e ai pude perceber seu terror, assenti apenas uma vez para ele.
- Sul do Texas? - indaguei com uma raiva aguda crescente.
- Sim, eles querem começar do Texas e invadir Seattle em seguida.
Em menos de um milésimo de segundo estava com a mão na garganta de Kiato, eu apertava seu pescoço com tanta força que poderia ter destruído em segundo o pescoço de um grande mamífero.
- Acho que pode nos dizer a verdade e o que está fazendo aqui Kiato. - rosnei para ele de forma ameaçadora.
- Tudo bem eu conto a verdade. - ele me olhava com tristeza.
- Melissa como deixou passar isso? - eu a fitei irritado.
- É o talento dele irmão, não percebi que ele pode mentir a vontade.
- Veremos se ele vai conseguir mentir, com minha leitura de mente e com seu poder Melissa. - eu o olhava com ira nos olhos.
- Meu clã foi literamente destruído por eles, só restou a mim e eles estão me caçando, a única idéia que eu tive foi vir para cá e me esconder.
- É tão covarde assim? Você mancha o nome da nossa comunidade. - Brian disse exasperado.
- E quem você pensa que é? O novo amigo de Jeremy Ion? - zombou Kiato.
- Sou agora o pai de Jeremy para todos os efeitos, portanto acho bom você mudar seu tom de voz. - a voz de Brian saíram como um trovão seu olhar penetrante fuzilou os de Kiato. - É melhor você realmente ir embora. - ele cuspiu as palavras e arquejou em posição de ataque.
- Jeremy por favor me ajude!
- Não vou te ajudar dessa vez, sinto muito por você mais uma vez destruír uma chance de estar entre nós.
Abaixei minha cabeça esperando sua saída, mais seu corpo de mármore branco havia entrado em choque e paralisou em meio a grande sala.
Seus olhos eram de um preto extremamente escuro e exibia um completo pavor que eu jamais sentira em algum vampiro até agora.
- Já disse para ir embora. - Brian deu mais um passo a frente.
- Sim eu já estou indo, mais espero que não se arrependa disso Jeremy, você não sabe o que os espera.
Ele deu meia-volta e disparou pela porta recém aberta, a sala caiu em completo silência a não ser pelos olhares significativos que Brian e eu trocavámos a medida que o tempo ia passando.
- O que será que ele quiz dizer com isso?
- Eu realmente não sei Jeremy, mais deve ser mais alguma mentira.
- Sinto muito mais o que ele disse sobre o perigo foi verdade. - Melissa pela primeira vez mudou sua posição de estátua em cima da pequena poltrona.
- Como assim Melissa do que está falando?
- Só estou dizendo que ele disse é verdade, mais não sei de que perigo iminente ele esta falando. Deve ser alguns nomâdes a passar pela nossa área. - ela mexia no jogo compenetradamente.
- Vou para a casa de Ana ver como ela está. Encontro vocês em breve. - Disparei pela porta da sala, e fui em direção a pequena floresta negra que era apenas colorida pela luz dos relâmpagos que cobriam todo o céu.
Se eu não estivesse cheio de preocupações poderia parar e admirar a beleza suplicante da natureza.
O leve correr pela floresta me fazia ver exatamente cada cor que a floresta exibia com a luz dos meus olhos perfeitos, corri levemente até as árvores onde davam acesso a pequena casa de Ana.
Parei e pude ouvir o coração das duas pessoas dentro da casa, a sensação foi maravilhosa de descobrir que o pequeno coração que vibrava e batia acelerado era o da minha amada Ana.
Subi em uma das árvores que dava para a janela de seu quarto e ali sentei e esperei por ela.
O tempo passou despercebidamente e então a luz do pequeno quarto se acendeu, era ela já tinha saido de seu banho noturno e estava indo se deitar, era completamente maravilhoso olhar cada movimento de seu corpo, era como ver um pequeno cometa atravessa a atmosfera terrestre, sentir toda a beleza e o poder que ele exercia a quem olhasse. E ela era isso para mim, era tudo o que meus desejos mais profundos desejavam.
Perdi a noção do tempo olhando para seu lindo rosto angelical repousar, quando sua doce voz atravessou meus ouvidos como um grande aplificardor.
- Jeremy...Jem...meu Jeremy...só meu.
E então ela se calou novamente, se meu coração pudesse bater ele estaria mais acelerado do que um motor, eu era dela até nos seus sonhos mais profundos, abri um largo sorriso para a noite tempestuosa e então decidi voltar para a grande casa.
A volta não durou muito como a ida, mais eu estava completamente radiante e era isso o que importava para mim.
Entrei pela janela do meu quarto e ali fiquei deitado por uns minutos que pareciam uma grande eternidade, esperava ancioso pela manhã e poder ir buscar ela em sua casa.
A porta de meu quarto nunca era realmente batida, mais dessa vez eu deixei só para deixar Brian sentir o gostinho disso.
A porta foi batida de leve, e a voz de Brian soou calma do outro lado.
- Jeremy? Está ai?
- Entre Brian.
Ele abriu a porta lentamente, e disparou para o pé da minha cama e se sentou me olhando.
- Ela está bem meu amigo?
- Sim Brian, ela está bem sim foi apenas motivo de preucação. Não gosto de saber que ela está assim sem a mim por perto.
- Eu vou precisar partir com Mícara, era sobre isso que queria falar com você!
- Partir? Por que vocês vão partir? - fiquei completamente paralizado em minha cama.
- Mícara não está se sentindo bem aqui Jeremy, ela acha que tem algo a fazer longe daqui e não posso deixar ela partir sozinha. Você me compreende não? - ele tinha a desculpa em seus olhos, eu sabia que poderia estar mentindo que o motivo era maior, então sua mente era meu pequeno lazer.
....ele não pode saber,ele não pode saber, ele não pode saber...
- Tem certeza que está tudo bem Brian? - olhei desconfiado.
- Sim tenho certeza sim! Partiremos agora mesmo e assim que pudermos estaremos de volta está bem?
- Tudo bem Brian, seja o que for volte para nós depois, você é da nossa família agora, então é isso. Tome Cuidado por favor meu amigo.
- Eu tomarei Jeremy, vejo você em breve velho amigo.
E então ele disparou pela porta, algo me dizia que poderia ser algo muito ruim ou poderia ser apenas mais um motivo para cada um serguir seu caminho novamente.
Já havia passado dias da morte de meu pai, então não era mais necessário a presença deles, mais eu iria sentir completamente a falta deles já que se tornaram parte de mim em todo esse tempo em que sofri com a perda de meu pai.
Estava agindo de uma forma egoísta querendo que eles se prendessem aqui para suturar minha dor da perda de minha mãe e meu pai ao mesmo tempo.
Ou será que eles iriam atrás de minha mãe? ou até mesmo atrás do assassino? O que era difícil de acreditar é que eles partiriam.
O Sol veio fraco e quase escondido, um momento perfeito para ir até a escola. Me arrumei o mais rápido que pude, e entrei em minha garagem e já não era de se esperar que Melissa estaria me esperando no carro.
- Mano o que aconteceu com todos eles? - ela me olhava desconfiada.
- Todos eles maninha?
- Sim mano Brian, Mícara, Seiky e Adam onde foram todos?
- Melissa isso é uma longa história e agora somos eu e você maninha entendeu? - tentei disfarçar toda a preocupação e a tensão em minha voz.
- Mano eu já sou bem grande pra saber o que está rolando aqui, para de me enrolar.
- Melissa eu também não estou entendendo nada portanto não posso sair lhe dizendo que sei por que não é a verdade.
Entrei em meu carro e sai da garagem em direção a casa de Ana, a pequena estrada novamente pareceu completamente pequena, o ár passava rapidamente pela janela e deixava meus cabelos desalinhados e arrumados, ouvia a pequena melodia doce e suava da cantora Mariah Carey.
Parei em frente a casa da minha querida Ana minutos antes de ela levantar da cama, parado na porta do passageiro ouvi cada movimento seu, o chuveiro sendo ligado e desligado, a toalha passando por seus cabelos molhados, a descida atrapalhada pelas escadas, até mesmo ela colocando o cereal em sua tigela e comendo.
Meu olhar se concentrou na janela da cozinha aonde a via lavando a pequena tigela. Meu olhar deve ter lhe causado uma corrente elétrica pela espinha e ela me olhou pela pequena janela da cozinha abrindo um largo sorriso para mim.
Ela veio tropeçando pela porta em minha direção, completamente corada e sorridente o modo que eu mais adorava ver seu pequeno rosto perfeito.
- Bom dia Ana. - estendi meu sorriso largo e feliz para ela.
- Bom dia Jeh - ela sorria feliz.
- Pronta para ir a aula com um assassino e um monstro secular? - eu ria sarcasticamente.
- Acho que não tenho medo nenhum de você Jeh.
- Cuidado com o que fala pequena garotinha. - grunhi.
Abri a porta do carro para ela e esperei até ela entrar, pulei por cima do carro e entrei ao lado do motorista.
- Jeh eu ainda tenho vizinhos e não moro sozinha meu morcego.
- Não se preocupe, eu posso dizer que sou um acrobata também.
- Como foi seu café da manhã?
- Cereais de sempre e você tomou café?
- Não tomo tanto café assim.
Ela flexionou as mãos para o pescoço e disse:
- Não me morda por favor, eu sou nova demais ainda. - ela começou a rir.
- Isso não tem graça Ana. - fechei o cenho para ela meio irritado.
- Eu só estava brincando Jeh, você é muito birrento. - ela ria deixando que suas bochechas ficassem tingidas com o vermelho que eu amava ver.
Então aquele sabor, o cheiro irressistivel invadiu minhas narinas fazendo minha garganta queimar como se tivesse engolido uma panela de água fervendo. Meus olhos começaram a brilhar com ferocidade, e mil maneiras de atacá-la surgiram em meu cérebro que disparava em segundos.
O cheiro era uma mistura de morango silvestre com um toque suave de rosas e cereja, o sangue pulsando em sua veia me deixava excitado e desejoso pelo seu sangue. O doce veneno escorria de meus dentes afiados e brancos era praticamente irresistivel sentir seu aroma e não tomar seu sangue para mim.
- Jeh! Amor você está bem? - ela me olhava assustada vendo a proximidade em que eu havia chegado dela.
Me forcei a me concetrar e uma pequena gota de suor escorreu da pequena testa de Ana.
- Está tudo bem querida. Vamos para a escola está bem? - sussurrei com a voz fraca.
- E então quando vou conhecer sua família?
- Acho que vai demorar amor, alguns parentes tiveram que viajar a trabalho e só estou eu e minha pequena irmã.
- E sua mãe aonde está Jeh?
- Ela nos abandonou assim que meu pai morreu.
- Eu sinto muito por isso Jeh. Eu não tocaria nesse assunto se...
- Não se culpe amor, está tudo bem. As vezes precisamos tomar caminhos diferentes para podermos nos encontrar de verdade.
- Mais será que ao menos vou poder saber um pouco mais da história de sua familía e de seus amigos?
- Claro que sim minha querida. Acho que vou te levar amanhã para você conhecer a história toda e ainda de quebra conhecer a pentelha da minha pequena e irritante irmã. Tudo bem para você?
- Claro que sim, eu só preciso inventar uma desculpa para meu pai.
- Amanhã é sabádo não é? Diga que vai conhecer minha família ou apenas estudar em casa.
- Bom até lá eu penso em algo Jeh, mais vamos para a escola antes que cheguemos atrasados.
- Claro vamos sim. - peguei sua mão de leve a beijei delicadamente. - Minha querida.
Pisei com cautela no acelerador enquando seguíamos em direção a pequena escola.