sexta-feira, 31 de julho de 2009

2- Existência.




Aquela pequena tarde que passei ao lado de Ana, foi a sensação mais maravilhosa de minha existência.
Deitado em minha cama, eu podia ver seus pequenos traços, e seus gestos doces.
Sentia o doce aroma de seu perfume, e ficava completamente entorpecido com sua voz delicada.
Em minha mente, eu deixava rolar o pequeno filme de nosso encontro.
Eu a via em meu carro, olhando para mim sem jeito, enquanto dirigia a uma velocidade média para não tornas as coisas mais difíceis.
Seguimos até um pequeno café da cidade, sem ao menos nos olharmos. Estacionei meu caro no pequeno estacionamente abarrotado, e em seguida entramos para dentro do amontoado café.
O garçon nos deu uma pequena mesa de canto, e ao fundo novamente a doce música We Belong Together, tocava serenamente. - trinquei os dentes.-
- Aconteceu algo? - ela me olhava com receio.
- Ah, me desculpe, não é nada, é apenas essa música que me incomoda um pouco. - respirei aliviado.
- Eu a acho completamente linda. - ela desviou o olhar para o garçon.
Senti meu corpo estremecer, ela jamais iria saber que aquela música, seria a música que a fazia apenas minha, é claro em sonhos mais minha.
- O que irão pedir? - O garçon perguntou.
- Para mim, uma coca e você Ana? -sorri para ela.
- Para mim também, muito obrigada!
- Irão comer algo? - ele anotava o pedido
- Não obrigado, Ana?
- Também não!
- Logo trarei o pedido de vocês, fiquem a vontade!
- Muito obrigado! - voltei a olhar a musa de meus olhos negros.
Era um minuto constrangedor, olhar para ela sem dizer o que sentia, sem poder tocá-la e beijar seus pequenos labios perfeitos. Foi ela quem me tirou desse pequeno transe a qual entrei.
- E sua família como é? você é filho único? - sorri com sua pergunta, mas respondi sem exitar.
- São uma família comum, brigamos menos que o normal e somos unidos até demais, e não, não sou o único tenho uma irmã mais nova que se chama Melissa.
Ela estava entretida na conversa, e seus olhos colaram nos meus por apenas um instante, e então ela baixou novamente seu olhar. Com seu rosto corado, como eu amava ver ela.
Então voltei a falar:
- Mas não vim com você aqui para falar de mim, e sim para falar de você.- eu sorri e continuei. -O que aconteceu com sua família?
Ela congelou ao ouvir a pergunta, por uma fração de segundo, achei que ela fosse mudar o ruma da pequena conversa, mas então ela me encarou com um olhar triste e sibilou:
- Minha mãe nos abandonou por que nunca me quiz, ela não me quiz na realidade, mais meu pai a obrigou a me ter e agora ela disse que não queria mais viver com a gente e agora sumiu. - ela falou sem nenhuma interrupção.
Percebi que estava praticamente saindo da minha cadeira, eu queria ela em meus braços, fazer toda a sua dor passar em apenas um beijo, mas consegui me refrear e me concentrei a ficar completamente imóvel em minha cadeira. Então sem perceber as palavras saíram de minha boca:
- Não se sinta assim Ana, tem pessoas que gostam de você, e apenas tem que focar em sua felicidade a partir de hoje.
Meu coração sofreu um esmagamento, não tinha ár, eu precisava ir embora.
- Obrigada Jeremy! - ela sorria com os olhos marejados.
- Preciso ir embora!- Eu disse em um tom mais severo. - cuide-se Ana.
Paguei a conta e sai do pequeno café, completamente desnorteado.
- Vá embora e deixe ela em paz. -minha cabeça trabalhava rápido.
Peguei meu carro, acelerei o máximo que pude para voltar para casa.
Na cama, só consegui pensar que no final de tudo, eu tinha destruído o meu primeiro momento com Ana, e sabia que ela iria me odiar, ou até deixar de falar comigo. Dei um tapa de leve na testa.
- Como eu sou idiota.- bufei com ódio.
Me levantei rapidamente, e parti para a minha rotina noturna, que incluia o banho e meus dentes.
Sai de meu banho um pouco mais relaxado, e com uma voz aveludada disse do primeiro andar:
- Boa noite mãe, boa noite Mell, e digam boa noite ao papai por mim!
Li a mente das duas sem enrolar.
- Boa noite maninho. - Eu te amo!
- Boa Noite filho, e darei o recado a seu pai.- ela disse serenamente.
Fechei a porta de meu quarto, pensei duas vezes em checar meu e-mail, mais o sono me venceu primeiro, e acabei pegando no sono.
Dessa vez meu corpo relaxou, não tive sonho ou pesadelo, apenas um grande vazio. Quando abri meus olhos na manhã seguinte, me virei lentamente e percebi que tinha perdido a aula hoje, olhei pela minha janela, e o céu continuava no seu tom cinza melancólico, mais senti um alívio, a chuva tinha passado.
Me aproxime do computador e o liguei, deixei-o lá enquanto ia até o banheiro para escovar os dentes, quando voltei do banheiro chequei minha caixa de e-mails, e um deles me chamou completamente a atenção. O e-mail era de Brian, um velho amigo da família Storm, um pequeno clã que viviam em Boston , nossos irmãos de condição.
Cliquei e abri o e-mail e nele estava escrito:

Oi Jeremy! Como vai velho Amigo?
Com esta a vida em Olympia?
As coisas aqui em Boston andam calmas, não vimos mais forasteiros, a vida está um pé no saco.
Me responda logo sobre suas novidades.
E cheque seu e-mail regularmente, nem sei por que você tem isso

Ps: Não esqueci de você amigo, e por favor não se esqueça de mim.

Comecei a rir com o modo grosseiro, a qual ele era o único que conseguia tornar sua grosseria agradável.
Pensei por alguns segundos o que ia escrever, achei interessante em falar com ele sobre Ana, mais já sabia o que ele me diria. - trinquei os dentes de puro ódio.
Então comecei a digitar.

Olá meu Amigo Brian, eu estou otimo meu velho amigo e você?
Bom aqui em Olympia, somos o único clã portanto é realmente tedioso e insuportável.
Minha casa fica em uma floresta acredita? tem até um rio
A escola é até legal tem um menino legal o qual fiz amizade, e tem uma garota....
Prometo lhe escrever mais e checar mais meu e-mail.
Se cuide velho amigo.
Jamais esquecerei de você.

Enviei o e-mail e em seguida, desliguei o computador e abri minha janela , da sacada fitei as árvores e suas copas. Pulei da sacada, e pousei delicadamente na terra e disparei por entre as árvores.
A sensação de sentir a liberdade, o vento deslizando pelo meu rosto, a terra se moldando aos meus pés jamais teria preço.
Percorri quatro quilômetros pensando ser quatro passos, me deparei com o grande rio que se achava cortando o fundo de minha casa. Me agachei lentamente e vi meu lindo reflexo na agua mora de agosto, e logo aquele rosto de semi deusa invadiu meu cérebro, a sensação de entorpecimento me pegou.
Eu a desejava mais que tudo, eu a queria, necessitava ver seu rosto pra minha vida fazer algum sentido. Sabia que era o caminho errado a seguir, mais só pensava nela.
Então meu corpo estremeceu, meus olhos sairam de orbita, uma grande carga elétrica percorreu todo meu sistema nervoso.
Eu já conhecia essa sensação, percebi que lentamente meu corpo ia relaxando, e um novo poder era me apresentado, o poder de percepção.
Estava louco para testar, uma excitação que mesmo assim não apagou Ana de meus pensamentos.
Comecei a correr sem rumo para o interior da floresta, até que algo me fez pular e me esquivar de um breve ataque. Quando voltei a olhar vi o grande urso marron que estava prestes a me atacar. Meu dom era realmente impressionante, fiquei satisfeito comigo mesmo e voltei em segundos para casa.
O dia passou indistintamente, e apenas esperei ele passar em meu quarto, quando a noite começava a cair pela janela de meu grande quarto, a vista era realmente impressionante, e logo imaginei Ana em meus braços vendo o belo pôr do sol.
Chacoalhei a cabeça e ouvir minha mãe me chamar para o jantar.
No jantar contei sobre meu mais novo poder. Melissa estava anciosa para testar, e sem que eu percebesse ela me lançou uma faca, foi até facil perceber o ataque e meu corpo deliberadamente se esquivou, flutuando para trás e caindo em pé como um belo acrobata.
- Não faça mais isso Melissa.- rosnei irrita por baixo de meus dentes cerrados.
- Me desculpe irmãozão. - ela disse envergonhada. - Eu só queria saber como era seu poder.
- Tudo bem, mais não faça mais isso novamente.
- O.k eu não faço mais.
- É um belo talento meu filho. - comentou meu pai satisfeito.
- Concordo com você Jonatan. - minha mãe sorria.
- É eu também gostei muito desse novo talento. - falei entusiasmado.
Naquela noite eu fui me deitar mais cedo do que o habitual, ficar testando a nova habilidade não foi uma tarefa muito fácil, então deitei em minha cama exausto e consegui dormir com exito sem pensar em mais nada.
Acordei no outro dia bem cedo, ouvia o carro de meu pai sair da garagem, então notei que já estava sozinho em casa. Me levantei habitualmente e fui ao banheiro, foi ai que o pensamento me ocorreu de que precisa voltar a escola, com minha agilidade estava na garagem para pegar meu carro.
Entrei em meu carro e coloquei um dos cds que havia ganhado de aniversário, acho que era uma banda inglesa, sai de casa escutando o som e cheguei a escola faltando um minuto para dar o sinal. Quando cheguei a porta da sala de aula de física, vi que Ash me esperava com um certo desespero em sua carteira. Então resolvi bisbiolhotar mais uma vez sua cabeça.
- Será que ele sabe que eu irei embora?? ele ficará chateado??
Foi então que senti uma ponta de tristeza em meu peito, não pelo fato de saber disso agora, mais sim de que perderia a pessoa com quem eu me distraía.
Me sentei perto da carteira e ele despejou:
- Jeremy, meus pais vão mudar de cidade irei viver em Seattle. - ele esperou ancioso pela minha resposta. Eu ao contrario do que sentia demonstrei surpresa.
- Você esta brincando né Ash? - fazendo minha voz ficar convicente a minha face.
- Não meu amigo, irei embora na segunda feira, mais terei o final de semana livre. Você gostaria de ir em casa? - ancioso pela resposta vi uma pequena gota de suor brotar em sua testa.
- Claro adoraria. - respondi monotonamente. Na maioria das vezes os pais de meus amigos morriam de medo da minha aparência.
- Nossa que bom. Assim poderei levar meu único amigo daqui para meus pais conhecerem. Eles acham que não tenho amigos e que estou inventando você. - respondeu ele com um toque de tristeza em sua voz.
- Não se preocupe Ash, irei em sua casa e sua familía verá que tem um amigo.
Ele sorriu e encerramos o assunto por hora. O tempo parecia correr hoje já que saia da outra aula para o refeitório, mais desisti de ir lá quando Ash tinha me dito que Ana estaria por lá.
Fui para o estacionamento e entrei em meu carro, quando percebi que Ash tinha me enganado, a mulher que eu amava estava em seu carro, um pequeno Sentra na cor preta, como diria Melissa esse sim não chamaria atenção.
Ela estava entretida em um pequeno livro, era Romeu e Julieta, mais uma vez tentei ler sua mente e minha bela capacidade não a atingia, ao que parece apenas dava a impressão que ela reprimia com tanta violência seus pensamento que era esse o motivo de eu estar temporariamente indisponível para a mente dela.
Fiquei a olhar aquela doce menina , meu coração ao mesmo tempo que acelerava parecia que queria se comprimir até sumir, minha tempôra só tinha ela armazenada, era tudo que meus olhos podiam querer.
A realidade de fato era que eu e ela éramos de mundos completamentes diferentes, ela era uma humana, singular é claro por que era única para mim, mais era uma humana, já a mim era um monstro mitológico prestes a perder meu controle e se deliciar com os prazeres humanos.
O Sinal tocou e ela partiu de minha visão, preferi ficar no carro ouvindo minhas músicas, eu já estava sem saco para ficar assistindo as aulas repetitivas e monotonas.
Horas mais tarde o sinal tocou e antes que o estacionamento se enchesse de alunos, eu arranquei com minha ferrari de lá direto para casa. Queria poder sumir , que um buraco negro me engolisse mais a única coisa que me engoliu foi uma saudade arrebatadora, que só crescia cada segundo que eu ficava sem seus olhos nos meus, aqueles olhos o reflexo do meu pequeno mundo.
Ao anoitecer o barulho do carro patrulha de meu pai ecoou pelas pedras da garagem, o estranho de tudo era que escutei apenas um som de passos e não de três pessoas.
Quando olhei para a porta meu pai estava nela.
- Filho, sua mãe eu e sua irmã iremos viajar para resolver uns problemas da delegacia, quer vir conosco?
- Ah pai fica para um outro dia, prometi ao Ash que esse final de semana iria à casa dele.
- Bom esta certo, mais tome cuidado filho! - sua voz autoritária falhou.
- Sim pai, pode deixar sei cuidar de mim e de meus poderes!
- Vocês voltam quando? - olhava para ele sem vontade nenhuma.
- Hum... pretendemos voltar no domingo a noite.
- Esta bem pai! Boa viagem e se cuidem por favor.
- Pode deixar filho, temos sua mãe não se esqueça que somos mais velhos que você neste mundo.
- É eu sei pai, mais nada como estar precavido. - suspirei
- Até domingo a noite.
- Até filho. - ele encostou a porta e segundos depois o barulho do carro era o único som que se ouvia, em toda a floresta silenciosa. Me levantei da cama é fui a floresta escura, tentar não pensar na única coisa que conseguia me tirar o sono. Isso foi um grande erro, parece que quanto mais sozinho, mais eu pensava naquela menina frágil.
Voltei para minha casa com a intenção de dormir, já que no outro dia cedo iria a casa de Ash, resolvi ligar para ele e marcar um horario para não ser um intruso.
O telefone nem bem deu três toques, quando a voz suave que eu conhecia falou.
- Pronto?
- Ash? tudo bem com você?
- Ah Oi Big J! você sumiu da escola onde estava? - sua voz curiosa não me enganou.
- Eu apenas precisei respirar um pouco nada demais. A que horas posso aparecer ai amanhã?
- Pode vir as dez por favor , não quero que acorde tão cedo em um sabádo.
- Não tem problema Ash, estarei ai as dez!
- Tudo bem então até amanha Big J!
- Até Amanhã Ash!- o telefone ficou mudo.
Me arrastei lentamente para o banheiro, e fiz tudo o que tinha de fazer,então corri para a cama e deitei, estava um pouco gelado o que me deixou inquieto em minha cama, mais depois de acostumar com a temperatura eu embalei em um sono profundo.
Mais uma vez aqueles olhos cor de mel penetrantes, entraram em meu refugio de sonhos, eu a via tão nitída em meu sonho como se a visse em minha frente, seus braços em volta de meu pescoço afagando minha nuca, seu rosto corado ao me olhar nos olhos, tudo isso fazia de meu sonho um terrível pesadelo, acordei assustado com esse novo sonho com Ana, estava ficando cada vez mais dificil controlar minha vontade de te-lá.
Eu era egoista a ponto de fazer ela ficar comigo mesmo não querendo.
Tentei me concentrar novamente, e me coloquei a dormir de novo, ainda bem desta vez sem sonhos.
Os raios do sol que entravam pela minha janela, fizeram minhas pálpebras recuarem diante da luz, e então me espreguicei abrindo os olhos, era muito cedo ainda podia tomar um banho , tomar um café e ainda teria tempo de sobra para poder ir a casa de Ash.
Me levantei e corri ao banheiro, tomei meu banho quente , poxa como eu adorava tomar banho, se pudesse passava horas tomando banho, me vesti e fui ao meu quarto arrumar minhas coisas.
Era fácil arrumar um quarto, quando se tinha uma velocidade sobre-humana e uma força gigantesca, o grande quarto em que me refugiava estava limpo, desci as escadas em um átimo e comecei a preparar meu café.
O café como sempre foi uma pequena maça e um litro inteiro de leite bebido na caixinha mesmo, com o cabelo arrumado, sai para a garagem para pegar meu carro, entrei em meu carro e dessa vez eu tinha levado um cd em meu bolso e o coloquei, Strauss tinha lá seu charme, fui ouvindo a doce melodia rumo a casa de Ash, faltando apenas cinco minutos me postei a frente da casa de Ash.
Ele já me esperava na porta da casa, e estava com um sorriso grande em seu rosto.
- Oi Big J, seja bem vindo a minha casa!- ele sorria
- Oi Bom dia Ash, nossa sua casa é realmente linda, obrigado por me convidar.
- Ah Big J, não seja louco cara ter você em minha casa é uma honra.
- E então, vamos conhecer a sua família?
- Err, me desculpe vamos entre, mais não repare a casa é humilde.
A pequena casa de Ash era uma casa simples com dois andares, o térreo e o andar acima, por fora dava a impressão de ser uma casa de boneca de tão pequena que era.
Por dentro o chão era de um marron intenso e suas paredes tinham uma linda cor verde, os móveis davam a impressão de estarem em constante troca.
Ash tinha dois cachorros, um belo Pastor Alemão cujo nome era Spike, e uma linda labradora com o nome de jack.
Ash me fez passar por um pequeno corredor que dava a pequena cozinha onde sua mãe já mexia com o almoço para nós.
- Mamãe, esse é o amigo de que te falei Jeremy Ion. - ele sorria orgulhoso.
Ela se virou para me olhar e até me assustei, a mãe de Ash tinha praticamente todas as suas feições, tinha os mesmos cabelos escuros e os traços de seu rosto eram iguais aos do filho
- Olá Bom dia, Seja bem vindo. - ele deu um belo sorriso, sua voz era a de uma mulher que tinha uma autoridade tremenda.
- Bom dia Sra Craig, muito obrigado é um prazer conhecer a senhora.- dei um de meus famosos sorrisos. Ao que parece funcionou direitinho pois seus labios se retrairam e ela abriu um largo sorriso.
- Que bom que é amigo do meu Ash. Ele quase nem tem amigos.
- Seu filho é um otimo amigo diga-se de passagem.
Ash abriu um largo sorriso e corou
- Ah cara para de ficar me adulando. - todos nós rimos.
Deixamos a Sra Craig trabalhar em paz e ficamos no pequeno jardim colocando a conversa em dia de tudo o que tinha ocorrido na escola, até sobre Gabriella a quem tinha rejeitado, estava namorando o novo capitão de futebol da escola, que belo casal, me peguei rindo.
A hora do almoço foi tranquila, e acabei conhecendo o Sr Craig, um homem de expressão forte, não era tão atraente como a mãe de Ash. Seu rosto em forma de pão mudava de cor a cada segundo que conversava comigo.
Ao final do almoço o Sr Craig tinha sufocado com a torta de maça da sobremesa, por me ter ouvido dizer que adorava música clássica e odiava essas musicas de modinha americana.
Pela tarde Ash e eu demos uma volta na vizinhança com seus cachorros, a parte mais engraça foi ver Ash lutar para conseguir deixar os dois em suas respectivas coleiras, mais ao mesmo tempo o rosto de Ana vinha em minha mente a cada instante, era inevitável pensar nela , ainda mais com seu rosto estampado em meu cérebro.
No crepuscúlo, me despedi da familia de Ash e voltei para minha casa, dessa vez voltei em um ritmo desacelerado, não estava com pressa de voltar em casa e me pegar pensando em Ana novamente, isso começou a me deixar completamente irritadiço.
Estacionei meu carro na garagem, e fiquei fazendo hora na sala da teve, assistindo um seriado fuleiro que passava no canal tnt, o seriado me fez ter um pouco de sono. Então me coloquei a subir a escada e a deitar em minha cama de roupa e tudo, ao cair na cama já estava semi inconsciente, e apesar de estar pensando em Ana todo o tempo, ficar ao lado de Ash me fez perder um pouco da carência que sentia de minha amada, mesmo ela não sabendo que eu a desejava mais que minha própria vida.
O sono foi completamente despejado sobre mim, eu me sentia exausto para tirar as roupas, me esforcei ao máximo para poder tirar minha calça e camiseta e colocar meu pijama e foi a única coisa que consegui fazer.
Fora uma tarde impressionantemente boa , mais ainda assim estava sem minha existência, a minha Ana, e então meus olhos se fecharam para o inconsciente.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Se amor não é a existência do ser humano.
É por que a Alma do próprio já está morta.


1- O ENCONTRO.

Mais uma manhã, em mais uma nova cidade, nova casa e uma nova escola.
-Droga. pensei comigo mesmo.
Olhe para o teto e lembrei quando viemos para essa imensa casa as margens do rio Marco em Olympia no condado de Thurston Washington, População 42.514.
A casa onde estou morando era uma imensa casa antiga, que foi reformada e comprada por meu pai.
Levantei de minha cama e comecei a procurar por minhas roupas, mais o grande quarto azul claro, com vista
para o rio me irritava com sua grandeza e sua magnetude.
- Jeremy desça logo! - Ouvi a voz de minha mãe ecoando pelo corredor.
- Já estou decendo mãe! - vesti minhas roupas correndo e desci correndo as escadas chegando apenas em um àtimo de segundo aos tropeços.
- Estou aqui mãe! O que aconteceu? - olhei a procura dela na cozinha, e a vi fazendo o lache de Melissa.
Melissa era minha pequena irmã, tinha apenas nove anos, e era encatadora, com seus olhos verdes vivos, e seu cabelo louro delineado em cachos.
- Oi pequena Mell. - me sentei ao seu lado e puxei o leite para mim e comecei a tomar, no bico da caixa.
- Olá mano! Está animado para o começo aqui? - Ela me fitava com seus olhos grandes e vivos preocupada.
- Não - respondi meio furioso, sabe que eu odeio aqui.
Odeio essa cidade, esta casa e essa possível nova escola; Melissa se encolheu na cadeira.
- Jeremy não fale assim! - Senti repreensão na voz fina e suave de minha mãe.
- Tanto faz, agora não importa mais! - revirei os olhos, me acalmando aos poucos.
- Ah mamãe! - me assustei ao me pegar chamando-a assim; - Tome cuidado você terá um contra-tempo hoje.
Me levantei e peguei minhas coisas, e sai pela porta da sala meio apressado, olhei para a garagem e vi que Jonatan, é esse é o nome do velho, quer dizer meu pai na frente dele, claro só na frente dele. Ele já havia saido para o chamado trabalho dele na delegacia do distrito, ele era um delegado bom para a população.
Era por causa dele que estava morando em Olympia, uma cidade que argh me dava nos nervos de tanto verde e chuva, e para variar estava chovendo de novo.
- Porcaria de cidade. - pensei comigo mesmo.
Estava novamente matriculado em uma nova escola a Village High School.
- Mamãe, pode me dar uma força aqui? - gritei da varanda!
Então senti uma massa de ár quente me envolvendo, sai na chuva para testar e não caiu nenhuma gota em minha roupa.
- Obrigado mãe.- Sai correndo pela floresta espessa e em dez segundos já estava na esquina da pequena escola.
A escola eram dois pequenos prédios de cor amarelo claro, o portão de entrada era surrada, em seus muros baixos haviam pequenas árvores, fazendo com que parecesse um pequeno parque florestal.
Comecei a andar lentamente, obviamente sem vontade de entrar. - revirei os olhos. - peguei meu pequeno Ipod e coloquei em uma de minhas musicas favoritas No Air de Jordin Sparks, comecei a ouvir e entrei pelo portão.
A escola como imaginei era minuscula, devia ter no minimo uns duzentos alunos na escola toda, mais como previ a escola toda parou.
Os olhares todos se voltaram a mim, comecei a andar um pouco mais rápido para evitar os olhares curiosos, corri em direção a secretária da escola.
A pequena sala dava a impressão de ser o lugar mais velho da escola, a sala era do tamanho de um pequeno banheiro com um tom de pastel enjoativo e mais uma vez entalhada com flores e samambaias. Como se precisasse disso - Trinquei os dentes.-
Atrás do pequeno balcão, havia uma mulher que eu sabia ser a senhora Tickers.
Tentei usar a voz mais adocicada possível.
- Bom dia! Meu nome é Jeremy Ion, o aluno novo e queria que a minha papeleta de aulas.
A pequena mulher se levantou, com sua grande cabeleira loura e espessa mais parecia um grande leão da montanha, era uma mulher pequena e gorda, vestindo um sueter verde abacate, que combinava bem com o ambiente da escola e da cidade. - Apenas sorri de leve.-
Ela me fitou e então li seu primeiro pensamento, é eu sabia ler mentes.
- Esse menino é realmente maravilhoso, cabelo, olhos, boca, é uma pequena tentação
-Bom dia Sr Ion, você deve ser filho do Sr Ion presumo.
- Me deliciei com seus pensamentos - Sim, sou o filho mais velho deles.
Mais uma vez os pensamentos dela me fizeram rir de canto.
-Que perfeição, será que é ousadia minha? Ele é só um aluno, se comporte Minerva.
- Tome aqui o horário de suas aulas Sr Ion, faça os professores assinarem e você a traga de volta para mim está bem?
-Sim, eu logo trarei de volta Sra Tickers.
- Que isso querido, me chame apenas de Minerva. - Vi seu rosto corar, e ela baixou os olhos. Mais uma vez seus pensamentos me tomaram:
- Espero que ele vá logo, eu o desejo apenas para mim..-
Procurei não ler as obscenidades no resto de seus pensamentos rudes.
Então peguei a papeleta e fui em direção a porta, olhei para a pequena Sra Tickers, e tenha um bom trabalho.
Ela respondeu num tom envergonhado:
- Tenha uma boa aula Sr Ion.
Deslizei rapidamente para fora da pequena sala. Comecei a andar em direção a primeira aula, que era a aula de Física. Odeio contas. - pensando em meus desvaneios, quando uma voz aguda e irritante chamou meu nome.
Me virei e olhei para onde a voz me chamava.
- Oi, você é o aluno novo Jeremy? - A voz me disse
Era uma menina linda, suas formas fisícas impecáveis era de dar inveja a quaquer menina, seu lindos cabelos pretos lisos e escuros, dançavam ao vento, seus olhos castanhos escuros eram vazios e futeis, ela me deu um grande sorriso.
- Sim sou, e você seria?? - perguntei incrédulo, ela corou ao me olhar nos olhos.
- Me desculpe, não me apresentei, sou Gabriella Corwin, representante de nossa turma do penultímo ano e a líder de torcida.- Ela disse num tom satisfeito consigo mesma.
E então vislumbrei seu pequeno cérebro:
- Ele é perfeito para mim, lindo, perfeito, seremos o rei e a rainha da escola, serei a garota mais linda com o menino mais cobiçado e lindo da escola.
- Muito prazer Gabriella, sou Jeremy Ion, se não se importa vou andando, o sinal já vai bater, prazer em te conhecer. - falei com amargura em resposta ao seu pensamento futil e infantil.
Comecei a andar e a deixei ali, paralizada e completamente perplexa. Cheguei a porta da sala de aula, onde o professor estava arrumando seu material, em sua pequena mesa.
Bati na porta e a sala congelou, todos os alunos ficaram me encarando e me fitando de canto de olhos.
O professor Turner de física, veio me receber a porta:
- Bom Dia! Você deve ser o Sr Ion não? Perguntou ele, me olhando através de seus óculos grandes.
-Sim, sou Jeremy Ion.- respondi num tom monótono.
-Entre e seja bem-vindo, o papel é meu.- ele sorriu.
Entreguei o papel a ele, e antes que que pudesse escapar para o fundo da sala, ele me segurou e disse em voz alta:
- Pessoal esse é o novo aluno Jeremy Ion, espero que o ajudem no que precisar.- ele disse num tom sério.
Corri para minha cadeira, completamente vermelho tive sorte nesse dia, havia uma cadeira quase no fundo da sala, onde ninguém ficaria me olhando.
Quer dizer eu pensei nisso, mais a cada segundo, eu me distraia com um novo par de olhos seguindo meus movimentos. Na realidade me senti mais como um leão, em uma jaula, onde todos querem te olhar.
A primeira e a segunda aula com o Sr Turner foi de um tédio grandioso, já sabia tudo sobre a insuportável lei da Gravidade. Enquanto essas 2 aulas não passavam, consegui me distrair com os pensamentos dos alunos.
A garota da primeira carteira, que dava para a porta pensava em como colaria na próxima prova do Sr Turner, enquanto a bela Gabriella, ainda se recuperava do grande fora que havia recebido, minutos antes.
- Mais eu nem fui grosseiro. - Pensando comigo mesmo, foi quando um pensamento me chamou a atenção, olhei para o meu lado esquerdo e na carteira ao lado vi um garoto, que não me encarava de certa forma fiquei agradecido.
Mas algo nele me dizia que seria um bom amigo, então me resumi a focar em seus pensamentos:
- Será que ele me notará e sera meu amigo? - Não. Não mais que besteira o cara é maravilhoso...
Então sem esperar ele terminar de pensar me virei para ele e disse animadamente:
- Oi! Meu nome é Jeremy Ion, muito prazer. O garoto que era miúdo, traços finos em seu rosto claro como a neve, e seus pequenos olhos esticados com a cor esverdeada, se assustou com minha investida, e muito atrapalhado ele me respondeu:
- Ah, Olá! Eu sou Ashton Craig! Mais Todos me chamam de Ash. - sibilou como se eu fosse uma criança.
- Você era de onde Jeremy? perguntou ancioso.
- Hum, digamos que de longe! respondi tentando eliminar vestígios de qualquer dúvida em minha resposta.
- Qual a sua próxima aula? - Tentei acabar com o questionário e rezando para que fosse geografia.
-Ah é geografia! - respondeu ele de imediato.
- Isso é bom, não sei onde é esta sala, será que pode me ajudar? - falei com sinceridade.
- Mais é claro que sim, Big J.- Ele disse animado.
O Sinal tocou e fui para a próxima aula, junto com Ash. É na realidade ele me obrigou a dizer o apelido dele, de tanto que resmungou. Andando pelos corredores, senti o olhar de todos ao meu redor como se eu fosse uma caixinha de surpresa.
Cheguei a aula de geografia com o Sr Zingara, um homem alto, de cabelos brancos e a face como o de um demônio, um cara que colocaria medo até em mim se não soubesse que o mataria em segundos. Entrei na peuqena sala que tinha um cheiro horrivel, uma espécie de canela em incenso, algo que odeio, entreguei minha papeleta e mais uma vez me vi feliz por sentar no fundo com Ash.
É claro que altitude e longitude, é realmente estressante, até para mim com mais de 200 anos de idade, mais fiquei entretido em Ash, com sua mania de falar sobre aviões e jatos supersônicos.
No final da aula o sr Zingara, nos deu um trabalho sobre o tema da aula, o que já detestei por ser o meu primeiro dia nesta escola, mais na realidade já estamos no meio do ano, o que não conta como primeiro dia para ele.
Fui para o almoço ao lado de Ash, a maioria das pessoas não sabiam do perigo que era me ter por perto,é claro que não me considero um monstro, mais sim uma aberração da natureza.
-Big J- Ash me chamou.
- Me desculpe Ash, estava pensando aqui comigo mesmo! - respondi envergonhado.
- Sobre o que vc me falava mesmo?
- Ah nada que seja maravilhoso -rimos juntos do seu comentário.
Entramos na fila do almoço, peguei o que habitualmente pegava em todas as escolas que passei, uma pequena maça e uma coca. Ash me seguiu até uma pequena mesa vaga no canto claro e branco do grande refeitório e nos sentamos meio afastados dos outros.
Observar a todos, e ouvir com tanta clareza tinha seus contras, acabava me sentindo enjoado com as chamadas notícias, que para mim era uma outra palavra a denominar isso tudo.
Ash percebendo meus desvaneios, não comentou sobre nenhum assunto, mais surgiu uma pergunta em sua cabeça que me intrigou.
- O que ele esconde de mim?- pensou ele , entristecido.
Acabei ficando frustrado por ter ouvido esse pensamento infeliz e ao me virar e fitar seu rosto, percebi a tristeza em seu olhar, então com sinceridade perguntei:
- Ash, somos amigos não?- fui sincero mesmo que tenha sido uma meia verdade.
- Claro que somos, você é demais cara!- respondeu ele com toda a sinceridade que seus olhos podiam me passar.
- Ash, vamos?? o sinal acabou de tocar- rindo do entusiasmo dele.
- Qual sua próxima aula Big J?
- É inglês- respondi com entusiasmo, sempre adorei a materia e a dominava bem. - E você ?
- Tenho química, bom nos vemos mais tarde Big J- E saiu em disparada para o prédio dois.
Sorri do modo com que estava entusiasmado, e então parti para o prédio um.
Lentamente fui chegando perto da sala de aula, e percebi que a professora nos esperava na porta e em seu pensamento ouvi:
- Pois esse menino é mesmo encantador, dará trabalho na minha aula, tomara que goste de minha aula...
Me aproximei dela, e dei um sorriso elevado mostrando apenas os caninos brancos e perfeitos.
- Seja bem vindo sr Ion, espero que goste muito da minh aula.
Vi que sua expressão de séria mudou para um tanto envergonhada.
- Obrigado professora, eu adoro inglês minha matéria favorita. - fixando meus lindos olhos negros e penetrantes nos dela.
- Você está bem professora?? - rindo de canto.
- Está tudo bem, vá se sentar querido.
A aula passou despercebida, novamente a máteria que já tinha aprendido por trinta anos de minha semi vida monótona e ridícula.
Aproveitei e mais uma vez fiz o que não deveria, pensar nos séculos que já vivi me deixava completamente irritado.
Ouvi o sinal tocar, e andei tão rápido que estava na porta quando o sinal parou, assustado olhei para trás mais ninguém sequer me notou, sentiram tanto medo de mim no começo da manhã que nem ousavam mais reparar em mim.
- Ainda bem.- pensei feliz. Era a última aula, a grande aula de literatura onde vi, milhares e milhares de vezes, tragédias, romances gloriosos e claro adorava esse tipo de conto.
Dessa vez o professor Tenisson se quer me olhou, apenas entreguei o papel e sentei ao fundo da sala e lá voltei a pensar que iria ter de ficar sozinho em casa. Senti um desespero.
Vontade de convidar Ash para ir a minha casa, e passar a tarde lá seria otimo, mais tinha um segredo a preservar e isso era mais importante que minha pequena solidão secular.
Finalmente o sinal tocou, guardei minhas coisas em minha mochila e fui direto para a porta, onde Ash me esperava para sairmos da escola.
Passamos pelo corredor com todos os outros alunos, quando algo me fez perder completamente o juízo e os sentidos. Fiquei paralizado.
Uma garota, de longos cabelos pretos, de aparência fragil, olhos cor de mel penetrantes vivos, e um rosto maravilhoso, como uma princesa de um conto, mais ela era real.
Meu corpo rejeitou a idéia de ir embora, eu a fitava de longe, vendo aquela menina sozinha em um banco com seu livro, parecia irreal o espasmo que meu corpo sofreu.
Queria poder ir embora, recuar, mais meus olhos se encheram com seu rosto, com o contorno nocivo de seus lábios finos e rosados sob a pele branca.
Minha mente trabalhava, já imaginando o toque de suas mãos em meu rosto, desejei ser o homem perfeito para ela. Ashton percebeu e fez algo estúpido, se minha mente não estivesse tão entorpecida pelo desejo de ter ela para mim eu o pararia em segundos.
- Ana pode vir aqui? - Ele gritou acenando para ela.
Lentamente ela deslizou, feito uma princesa de porcelana para os meus braços? - claro que não, ri dessa idéia mediocre.
- Sim Ash, precisa de algo?
- Ah eu queria te apresentar meu amigo Jeremy Ion, ele é o novo aluno da escola.
Minhas pernas não se mexiam minha mente vagou, para o nosso primeiro beijo que nem aconteceria.
- Olá, Jeremy como vai? - Disse ela com uma voz perfeita e singular. - Como foi seu primeiro dia?
- Oi Ana, me chame de Jeh por favor. - minha boca ficou seca, comecei a sentir minhas pernas me abandonarem. - Meu dia foi agradável obrigado, e acho que muito especial também.- fitei seus olhos tão intensamente, sentindo meu coração esmagar de desespero de querer tocá-la.
- Que bom que gostou daqui! - ela me olhou assustada com meu modo de olhar e por fim acabou corando.
Percebi que estava prestes a fazer o maior erro da minha vida, que era querê-la para mim.
- Você é novo por aqui né? De onde você veio? - ela sorria para mim gentilmente.
Foi quando decidi pelo certo.
- Se cuida Ash. - sai sem dizer mais nada, virei a esquina da escola e usei minha velocidade para chegar em casa. Passei pelas grandes àrvores e arbustos da entrada , e logo vi a porta de vidro.
Entrei e subi as escadas e me atirei na cama, apenas com a calça da escola, liguei o som.
Reconheci estar tocando We belong together da Mariah carey, e quando fechei meus olhos. O doce cheiro do perfume de Ana invadiu meus sentidos.
Seu rosto fixo em minhas pupilas, o súbito desejo de cuidar daquilo que era para ser meu.
O coração daquela menina era tudo o que eu mais sonhei, e desejei na vida, queria seu corpo quente envolvido no meu, enquanto eu poderia afagar seu lindo rosto. Senti um estado de fixação, quando atirei aquele maldito som pela minha janela, não queria pensar mais naquela humana que tem meu coração à partir de hoje.
Que poder ela tinha sobre mim? seria sua beleza? sua voz? - estúpido- gritei alto.
Quando minha família chegou ao entardecer em casa, contei o ocorrido na escola.
Minha mãe e minha irmã adoraram a noticia, já meu pai estava doido para conhecê-la.
Mais esclareci meu ponto de vista, e decidi não ir mais a escola só por precaição. O segredo de minha familia ou essa maldita humana?
Essa maldita menina quer destruir meus sentidos e que me prendeu em casa. Pensei com repulsa sobre ela até dizer suavemente:
- Entre Melissa! - disse a ela antes de bater a porta.
Ela abriu a porta lentamente, olhando astutamente.
- Odeio quando você faz esse tipo de coisa Jeh! - ela abriu um grande sorriso e mostrou a sua lingua.
- Venha aqui maninha. - Ela se aproximou e deitou em minha cama, se aninhando em meus longos braços definidos em muscúlos.
- O que você quer saber? - li sua mente brevemente e respondi:
- Pois é, eu odeio essa menina, não vou conseguir conviver com ela sobre a mesma escola, ela faz sentir algo que não quero. - Ela me fitou sem expressão, repuxou seus pequenos lábiose falou sem alterar seu rosto:
- Maninho por que não a deixa de lado? Ou é apenas uma desculpa para sair de nossas vidas? - ela me fitou triste .
- Mell, minha princesa, eu vou ficar mais não vou aquela escola e ver aquela menina. - Pensando um pouco era ridículo ficar sem ir a escola, por culpa de uma humana.
- Vá se deitar Mell, preciso dormir para poder pensar melhor meu bebê.
- Eu vou mais pense bem, acho que você está amando ela. - ela sorriu e fechou a porta enquanto eu revirava os olhos.
Deitado em minha cama no escuro, comecei a refletir todo o meu pequeno dia, até o fatídico encontro com aquela humana frágil, linda, com os olhos penetrantes, a boca perfeita.
Me odiei por pensar nela mais uma vez, e me virei na cama para tentar dormir, o que foi difícil, mais depois de algum tempo adormeci.
Eu estava em deitando sob uma àrvore, olhando por entre as folhas os raios de sol brincar em meu rosto, havia muito brilho. Senti uma mão pequena, e suave como seda, ela afagava meu rosto, me virei para olhar de quem era a mão e o toque perfeito, e então meus olhos a viram.
Era Ana seu rosto iluminado pelo sol, resplandecendo uma felicidade gigante.
Seus lábios tocaram minha testa, enquanto eu brincava com seu cabelo, e voltava a acariciar seu rosto claro, e no momento seguinte seus lábios se fechavam nos meus.
Acordei agitado em minha cama, tateando até conseguir acender a luz, com a luz acesa senti um arrepio pelo corpo, me levantei e fui andar.
Desci até a cozinha querendo um pouco de àgua.
- Pai o que está fazendo ai? - olhando para o vulto sozinho na cozinha, sem luz.
Acendi a luz da cozinha e me sentei de frente para ele, estou sem sono filho nada demais. E você o que faz aqui tão tarde?
Menti de imediato, mais minha voz não saiu convincente.
- Ah pai, vim tomar àgua.- ele me fitou e deu de ombros.
- Beba sua àgua e vá se deitar filho. -ele sorria constrangido por saber que mentia.
Voltei para a cama com passos arrastados, mais velozes e cai na minha cama quase inconsciente.
Na manhã seguinte me levantei exausto, e não estava animado para ir a qualquer lugar, mais como sei que minha mãe ficaria louca, acabei pensando em ir para a escola.
Entrei no banheiro, e liguei o chuveiro enquanto esperava a àgua esquentar, me olhei no espelho, e sempre me assustava com essa beleza sobrenatural que eu tinha.
Escovei meus dentes e tomei meu banho, demorei no banho tempo suficiente para ficar atrasado para aula.
Em meu quarto procurei o jeans surrado, e a bela camisa azul , que Mell me dera de presente, pronto para sair desci as escadas atrás de minha mãe.
Eu a encotrei na cozinha, cantarolando a música que me fazia dormir há uns duzentos anos atrás.
- Mãe? - fiquei apreensivo.
- Sim Jeremy, o que foi filho? aconteceu algo?- ela pareceu alarmada
- É que eu queria meu carro de volta, não quero me arriscar a ser pego.- ela fitou meus olhos preocupada e então deu de ombros.
- Se você destruir mais esse carro, ficará a pé Jeremy meu ouviu? - comecei a rir
- ta mãe eu não vou destruir esse.
Corri até a garagem e lá estava ele , sobre uma capa estava a minha ferrari azul, pintada e modela do jeito que eu pedi, o qual Mell vivia dizendo ser chamativo demais.
Entrei em meu carro, acelerei e disparei pela estrada de terra da minha casa. Cheguei a atingir cem quilômetros por hora na pequena avenida.
Estacionei no estacinamento da escola, e fiquei encostado esperando o sinal tocar, enquanto os outros alunos chegavam aos poucos.
Entrei no corredor para a aula de História, e só pude pensar em uma única coisa, rezar para não ve-la. Mais foi completamente inutil e meu desespero aumentou. Na aula de história tudo foi muito massante, era a aula que eu mais detestava. Por que estava vivo quando aconteceram esses pequenos fatos contados nesta matéria.
Na outra aula , a de atividades físicas estava relaxado, adorava jogos mais nunca participava. Foi ao entrar no ginásio para meu coração simplesmente parar por uns segundos.
Ela estava ali bem perto de mim, me perdi nos pensamentos mais inuteis, até em convidar a minha Ana para ir tomar um sorvete.
O professor Morrison nos separou em grupos de seis, para jogar voleibol, e eu não podia usar meus poderes. O que era um verdadeiro tédio para mim e meus poderes.
Ao final da aula, meu time havia perdido os dois jogos disputados, eu só pensava nela, então tomei uma atitude drástica.
E na saída do vestiário, eu a esperei. Ela saiu e quando me viu ficou corada e não me olhou mais.
- Ana? chamei com todo o carinho que podia juntar em minhas palavras, fiquei esperando sua reação, ela se virou e me olhou.
- Me desculpe por ontem eu te peço. Vou me apresentar novamente, meu nome é Jeremy Ion, muito prazer! - meus olhos arderam esperando sua doce voz, eu necessitava ouvir ela como precisa de água para viver.
- Você me assustou ontem Jeremy! Não gostou de mim né? - senti acusação e desespero em sua voz afinada.
- Não. Não é isso, é complicado, mais me perdoe não quiz ser rude com você.
- Tudo bem Jeremy! - ela sorriu. - De onde você é?
- Sou de Boston, mais agora estou aqui em Olympia, e vc Ana sempre morou aqui?
- Na verdade sim!
- E gosta daqui?- olhava com tanta ternura que tinha medo de assustá-la.
- Na verdade não. Meus pais se separaram, faz apenas um mês e está complicado sabe... - ela não terminou a frase, então tentei ler sua mente e não obti êxito. Paralizei de choque mais percebi que não importava para mim, no entanto queria saber se ela me queria como eu a queria.
Olhei perplexo sua tristeza, que ao mesmo tempo ainda mantinha uma beleza de tirar meus sentidos.
- Pode me dizer o por que? Se não quizer vou entender Ana!
- Minha mãe nos abandonou e não sei mais dela ...
Antes de aquela pequena lágrima cair de seu rosto, minha mão já estava em seu rosto, secando sua lágrima e tocando seu rosto.
Meu coração ficou frenético, borboletas davam voltas em meu estômago, meus olhos transbordavam toda a felicidade, que esse toque me causou.
- Quer dar uma volta? - olhando em volta percebendo que todos já haviam saido do corredor.
- Como iríamos sair?- ela me olhava frenética e curiosa.
- Deixe comigo.
Conseguimos sair graças a ajuda da Sra Tickers e meu belo talento, com as palavras.
- Vamos até meu carro!
- Nossa esse é seu carro?? - ela olhava paralizada
- Sim por que? você não gostou? -olhei exasperado para ela.
- Nossa seu carro é demais e ainda é personalizado. ela corou com as palavras de sua boca.
- Eu te levo até sua casa, mais antes disso quer ir beber algo comigo? - perguntei sem muita convicção.
- Eu aceito, e Jeremy muito Obrigada! Ela corou novamente, eu apenas sorri e ela entrou no carro.
Eu fiquei paralizado na minha porta, meu estômago ainda revirava, meu coração estava tão acelerado, tão feliz, eu só necessitava estar perto dela a partir de hoje.
Ser o centro do mundo dela era o que eu queria, assim como ela era o único lugar seguro que eu queria estar.
Entrei no carro, sorrindo e pisei fundo no acelerador para a tarde que se iniciava.......